COLUNISTA
Ao sancionar a lei aprovada pela Câmara, criando uma loteria municipal, o prefeito Hingo Hammes pode ter aproximado muitos problemas de sua administração. Apesar da aparente boa intenção do projeto, que lança uma casa de apostas cujos lucros seriam distribuídos para as áreas de saúde, educação, esportes e pagamento de aposentadorias, trata-se de uma espécie de “ICMS a mais”, aquele com que Rubens Bomtempo recebeu repasses maiores do imposto estadual, durante alguns meses, pagou uma fortuna de honorários advocatícios e viu o aumento da receita cair por decisão do STF. E o município está devolvendo R$ 100 milhões desse dinheiro, também por decisão judicial, e os demais municípios querem a devolução do restante, porque a vantagem de Petrópolis correspondeu a perdas para eles. Mas, o dinheiro dos honorários os cofres municipais não terão de volta. Bomtempo ficou com o bem-bom e Hingo enfrenta agora os problemas.
A loteria municipal pode também ser um sonho que virou pesadelo. O prefeito Hingo Hammes tem 60 dias para regulamentar a lei. Nesse período terá de decidir se a Prefeitura toca diretamente a sua loteria, como fez Teresópolis, que criou uma autarquia municipal para isso. Se for assim, terá de encontrar em meio à grave crise financeira que o município atravessa, recursos para montar o negócio aluguel de casarão, contratação de diretoria, corpo de funcionários comissionados e contratos de terceirização, carros e motoristas e também para trazer funcionários, porque é preciso ter nas repartições alguns que trabalhem. E precisa decidir de onde sairá o dinheiro para enfrentar a feroz campanha publicitária que as outras casas de apostas fazem. Pode ser que seja isso. Mas, Hingo pode também decidir entregar a “nossa loteria” para que seja explorada por uma empresa privada. Com isso, deixa de controlar o negócio. Nesse caso, terá, então de se entender com as pessoas que tocam a economia real da cidade, as lojas, indústrias e serviços locais, que já acusam gigantesca evasão de recursos, dinheiro que vai para os bolsos dos donos das “loterias” e deixa de circular na cidade. Deixa de gerar empregos, renda, riqueza e receita, por aqui. A CDL calcula essa sangria em centenas de milhões de dólares.
Com o objetivo de discutir o problema, dispondo de dados concretos, a Câmara Municipal pediu informações à CPTrans sobre as áreas de carga e descarga no Centro Histórico de Petrópolis. Por proposta do vereador Wesley Barreto, a Câmara pediu ao presidente da companhia de trânsito informações sobre os locais oficialmente sinalizados para carga e descarga no Centro; qual o horário permitido para o uso dessas áreas, conforme as normas vigentes; se há variação de horários por rua, atividade comercial, ou tipo de veículo; se existe controle ou sistema de fiscalização aplicado nesses locais; se há algum controle ou sistema de fiscalização aplicado nesses locais; e se há previsão de revisão ou ampliação das faixas ou dos horários de carga e descarga. No ofício, o vereador destaca ter recebido demandas por comerciantes, entregadores e moradores.
O drama das licitações municipais inconclusas continua. A licitação de R$ 200 milhões, feita para contratar pessoal para hospitais, UPAs e outras unidades de saúde, não foi a única suspensa no governo Hingo Hammes. Também a licitação feita para compra de equipamentos pela Fundação Municipal de Saúde esbarrou em problemas e foi interrompida. Como já se conhece muito bem em Petrópolis, este é o caminho que desemboca em contratações emergenciais. Vide o lixo.
Alguém pode explicar por que Petrópolis e região são citados tantas vezes como estando localizados na “Serra Carioca”. E por que o campeonato estadual também é chamado de “Carioca”? É um erro na aplicação do adjetivo pátrio. E é meio esquisito.
Começa na próxima sexta-feira, no Parque de Itaipava, um evento que reúne motoqueiros. Os moradores pedem, encarecidamente, às autoridades, que estabeleçam limite para o volume do som, ou horário limite para o fim da barulheira, que atormenta até mesmo que mora até a um quilômetro do parque.
Petrópolis terá mais uma oportunidade de conhecer a extensão e as razões de ter sido elaborado o projeto que exclui da área de tombamento os rios mais importantes do município, o que, num passe de mágica, elimina muitas restrições à ocupação das áreas cortadas por eles, que hoje protegem do adensamento sem planejamento dos principais corredores de tráfego de Petrópolis. O tema será tratado em palestra do técnico do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), amanhã (dia 16), das 17h às 19h, em evento online, aberto ao público. O palestrante já atuou no Escritório Técnico do Iphan, na Região Serrana, e está, atualmente na Coordenação Geral de Normatização do Território, do Departamento de Material e Fiscalização do Iphan.
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