COLUNISTA
O projeto de instalação de um supermercado numa área que fica a 50 metros da Ponte Branca, em Samambaia, é uma ameaça ao trânsito na região. Com mais clareza: vai produzir mais um ponto de engarrafamento nas ligações de Petrópolis e seus distritos. Se não considerar com seriedade que a Rua José Carneiro Dias é uma importante alternativa à Estrada União e Indústria, completamente saturada, a Prefeitura pode cometer o erro de autorizar o empreendimento naquele emaranhado de ruas estreitas e de trânsito pesado carros, caminhões e ônibus que utilizam a Estrada Mineira, a Rua José Carneiro Dias e a Estradada Samambaia se encontrarão nas portas do supermercado com o trânsito que vem da Ponte Branca. É inútil esperar que a Prefeitura consiga ideias, recursos e disposição de melhorar a infraestrutura na região. Afinal, é a mesma Prefeitura que não consegue sequer recuperar o guarda-corpos da ponte. Como imaginar que se disponha a melhorar alguma coisa no trânsito? Por onde vão passar os caminhões com as mercadorias do supermercado? Como será o estacionamento? Quem deu autorização para esse projeto? Alguém consultou a comunidade? Está na hora de a Prefeitura ter um ombudsman, para mostrar os erros desse tipo de projetos, antes de serem aprovados. Ou talvez seja o caso de consultar a NovAmosanta, que luta para garantir mínimas condições de mobilidade para a população de Petrópolis, em especial na ligação do Centro com os distritos.
A lista de problemas é imensa. O centrinho de Nogueira vai ganhar o seu terceiro supermercado, a poucos metros da praça da bela praça da localidade. As consequências esperadas são as de sempre.
Nem sempre é possível confiar que empresas vão honrar compromissos que assumem ao receber uma licença de obras ou de instalação de seus negócios. Exemplo é o acordo judicial em curso na 4ª Vara Cível de Petrópolis, que pode livrar o Atacadista Assaí da obrigação de realizar uma obra de reorganização do trânsito na Estrada União e Indústria, em frente ao seu prédio. Por causa da não realização desta obra, o prédio do supermercado ainda não recebeu o habite-se. A obra, orçada em R$ 910 mil, será substituída pela doação direta à CPTrans de sinais eletrônicos de trânsito. Os sinais serão instalados preferencialmente na União e Indústria e em outros pontos críticos de trânsito. Num aspecto, o juízo está sendo cuidadoso. O Assaí não se livra inteiramente da obrigação, como ocorreu com o Bradesco, no caso do contrato para centralizar as contas da Prefeitura, pois terá de fornecer equipamentos no valor de seu débito, devidamente atualizado monetariamente, desde 2021. No caso do banco, decidido em Brasília, Petrópolis trocou um débito que chegaria na época a cerca de R$ 15 milhões, valor do início da década passada, por um equipamento meteorológico que custa hoje pouco mais de R$ 7 milhões, e que ainda não foi entregue. O prefeito Hingo Hammes baixou portaria, estabelecendo que o habite-se do Assaí só será dado depois da entrega dos equipamentos.
A candidatura do prefeito do Rio, Eduardo Paes, a governador, em 2026, ancorou num grupo político antigo e forte não é à toa que ele venceu quatro eleições para prefeito e governou a cidade por 15 anos, sob a batuta de Rubens Bomtempo. Mas há eleitores do próprio Eduardo Paes que estão preocupados. Não confiam que o ex-prefeito tenha sido perdoado pelo eleitor pelas consequências negativas, principalmente, de seu último governo, e temem que o apoio público pode macular a campanha do candidato a governador, em Petrópolis. A derrota que o eleitor impôs a Bomtempo, deixando-o fora até mesmo do segundo turno, nas eleições de 2024, é um indicador que desautoriza a postura do seu grupo, falando até mesmo em voltar ao poder, como se não tivesse responsabilidade pelos problemas vividos hoje por Hingo Hammes, na Prefeitura. Hammes pode ser responsabilizado por demorar e ainda não completou a tarefa - a dar cores mais reais à crise em que Petrópolis está envolvida, mas não foi ele quem produziu a situação caótica das finanças municipais. E têm razão os que se preocupam com os efeitos da liderança de Bomtempo sobre a campanha de Eduardo Paes. Afinal, não há razão de acreditar que a memória do eleitor é assim tão curta. Petrópolis pode não decidir uma eleição estadual, com base no número de votos, mas os acordos eleitorais feitos aqui podem espalhar dúvidas e confundir os eleitores de outros municípios. E se Paes ganhar a eleição e abrigar o ex-prefeito em seu governo?
Ainda não foi contratada a operadora de meios eletrônicos de pagamento (cartões de crédito e de débito) para atuar na campanha de recuperação de valores do IPTU não pagos pelos contribuintes são muitas centenas de milhões de reais. A campanha, um dos pilares do projeto de amenizar a crise financeira do município, depende desse contrato.
Ainda sobre a grave crise financeira que cerca a Prefeitura: Volta Redonda, que também enfrenta problemas, ajustou a mira e apontou na área de saúde. A pedido do prefeito Antonio Francisco Neto, a Assembleia Legislativa aprovou projeto reconhecendo o estado de calamidade pública na área de saúde no município. Talvez valesse a pena estudar esse processo, para atender a área mais dispendiosa da administração municipal. E a dívida confessada de Volta Redonda não chega nem aos pés da petropolitana: modestos R$ 32 milhões.
Há otimismo no ar em relação à criação do Memorial Casa da Morte, que ocupará o imóvel onde funcionou um centro de torturas e mortes de adversários políticos, durante a ditadura. Uma reunião promovida pela procuradora da República, Vanessa Seguezzi, teria acelerado o processo de desapropriação do imóvel, de forma que a posse definitiva permita a elaboração de projeto, a cargo da Universidade Federal Fluminense e outras providências necessárias. Participarão da reunião promovida pelo MP Federal representantes do Ministério dos Direitos Humanos e de Cidadania, da UFF, das secretarias municipais de Turismo e Educação, do Instituto de Cultura do município e do Grupo Pró-Memorial da Casa da Morte.
A Unifase/Faculdade de Medicina de Petrópolis, um orgulho da cidade, promove amanhã (dia 3), em conjunto com a Escola Técnica Irmã Dulce Bastos, uma ação gratuita de saúde. A Movimenta Saúde: será no Circuito de Esporte e Lazer da Avenida Barão do Rio Branco, das 8h às 12h. Um estande será montado próximo à loja American Pet. A população terá acesso gratuito a serviços como aferição de pressão, glicemia, avaliação nutricional, orientações de saúde bucal e primeiros socorros.
O deputado estadual Chico Machado veio a Petrópolis e, a pedido de Matheus Quintal, pediu ao governador Cláudio Castro que o governo estadual providencie as obras de restauração da Casa do Barão do Rio Branco, sobre cuja paralisação a coluna deu nota. O pedido ganhou apoio da Alerj, que aprovou formalmente moção apresentada pelo deputado.
O abastecimento de merenda escolar volta a ser preocupação. O tema será debatido em reunião do Conselho Municipal de Alimentação Escolar na próxima segunda-feira, às 14h, na Gerência de Alimentação Escolar. O setor teve vários problemas no ano passado.
Sob a batuta do presidente Roberto Naval, o multicampeão Palmeira promove feijoada no domingo (dia 3), das 12h às 18h, com música ao vivo pela Banda Sinhá. Será na sede do clube, na Rua Quissamã.
A antiga enfermeira Maristela Machado, que trabalhou durante muitos anos no Hospital Nelson de Sá Earp, faleceu no início do mês. Deixou uma legião de amigos.
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