COLUNISTA
Como parte expressiva da população, os servidores públicos temem a extensão e os reflexos da crise financeira da Prefeitura de Petrópolis em suas vidas. Não é possível fingir que não está acontecendo nada, que tudo está sob controle e que, em breve, “vamos rir disto”. Servidores conhecem os humores do lugar em que trabalham. Sabem fazer contas e, em meio a crises, sabem prever quando começará a faltar dinheiro para pagar as contas principais salários, merenda escolar, medicamentos e empresas que prestam serviços na área de saúde, e, também, as empresas que cuidam do lixo urbano. Quando eles estão preocupados, o melhor é prestar atenção. As crises nas finanças municipais costumam espalhar suas consequências em todas as áreas e atingem toda a população. Servidores calculam que será difícil juntar dinheiro para pagar os salários de agosto e que, em setembro, a crise explode de vez. Claro que há muito caminho a andar, até lá, mas as evasivas com que o governo municipal enfrenta a crise não acalma ninguém e sem ações efetivas de economia. Se o plano B da estratégia de Hingo Hammes não for milagroso, teremos problemas. A campanha de recuperação de IPTU devido por contribuintes, vai começar muito tarde para cobrir as despesas de agosto. O credenciamento das maquininhas que permitirão ao governo parcelar o pagamento dos débitos está previsto somente para o dia 15, último dia que as empresas que administram meios eletrônicos de pagamento (cartões) têm para propor adesão ao programa da Prefeitura. Mais alguns dias para lavratura e assinatura dos contratos, para responder a questionamentos de participantes. E muito pensamento positivo para que o Tribunal de Contas não encontre falhas, que o governo municipal, tradicionalmente, deixa passar nos seus editais. Não é um quadro muito favorável. É difícil ser otimista. Quem sabe o prefeito poderia ajudar a tranquilizar a população, revelando como está o andamento das negociações para que Petrópolis volte a receber o ICMS a mais, desta vez sem tirar dos demais municípios. Eles costumam buscam a Justiça para discutir seus direitos e ganham.
A confiar no que dizem vereadores com acesso a informações privilegiadas do governo, vai haver mudanças no secretariado de Hingo Hammes. Não é uma reforma clássica, mas deve mexer no ambiente político.
A discussão do caso do Supermercado Assaí, que surgiu na esteira da possível concessão de licença para um mercado de Volta Redonda se instalar numa área complicada para o trânsito, onde se encontram a saída da Ponte Branca, a Estrada de Samambaia, a Rua José Carneiro Dias e a Estrada Mineira, é interessante. O mercado tinha a obrigação de fazer obras no local, para garantir mais segurança na entrada e saída de veículos e não fez. E estamos falando da Estrada União e Indústria. Se não cumpriu suas obrigações e, em consequência, não tem o habite-se necessário, como é possível que esteja funcionando?
Como pode ser construído o supermercado da empresa de Volta Redonda, na entrada da Ponte Branca, se a área é protegida como estritamente residencial? Será mais um milagre da Comissão de Planejamento, Uso, Ocupação e Parcelamento do Solo, Política Agrícola, Política Urbanística e Habitação (Coperlupos), que é ouvida em caso de mudanças que permitem aprovar construções de todos os tipos? Bem que essa Coperlupos, que foi criada em 2012 e veio ganhando mais e mais poderes, desde então, poderia ser trazida para a luz do dia das regras de transparência, garantidas pela legislação.
O juiz petropolitano Adriano Loureiro Binato de Castro, que atua na 2ª Vara Cível, é o novo titular da 29ª Zona Eleitoral. Vai conduzir as eleições gerais do ano que vem em Petrópolis.
O multitalentoso Arthur Varella Guedes, que faleceu na última segunda-feira, deixando viúva a jornalista Marilízia Azevedo Varella Guedes, a filha Cláudia e a neta Ana Luísa, atuou em tantas áreas da arte, da cultura, da política e vida social da cidade que é difícil dizer onde foi melhor. Tudo o que fez vinha com a marca de sua criatividade. Era um homem do carnaval, do teatro, das artes plásticas, que encantou a cidade, por exemplo, com a sua Parada Luminosa, que enfeitou natais petropolitanos. E nunca é demais lembrar que Arthur foi um dos muitos artistas que passou pelas aulas de teatro do professor Maurício Cardoso de Mello e Silva. Tive a honra de frequentar muitas vezes a mesa do cafezinho, que Arthur frequentava menos nos últimos tempos na Rua 16 de Março, onde ele, entusiasmado sempre, dividia com amigos uma nova invenção, uma nova ideia.
O Conselho Municipal do Patrimônio Natural e Cultural cancelou reunião que estava agendada para hoje. Fica adiada, assim, a discussão sobre a autorização para demolição de um imóvel na Avenida Barão do Rio Branco.
Amanhã é dia de reunião do Conselho Municipal do Meio Ambiente. Não consta da pauta o tema polêmico dos últimos dias: a autorização para o corte de mais de 100 árvores nativas da Mata Atlântica, talvez a última mancha valiosa desse patrimônio natural que ainda resta na área comercial de Itaipava.
O ex-prefeito de Três Rios e atual presidente do Detran-RJ, Vinícius Farah, não disputará as eleições suplementares para prefeito de seu município, que estão marcadas para o dia 5 de outubro. Uma decisão do STF, que está valendo para todo o país e só agora em discussão, prevê que os candidatos devem se desincompatibilizar de cargos públicos seis meses antes do pleito. Há seis meses, nem havia eleição marcada para Três Rios e, por isso, ninguém poderá respeitar esse período. Como o prefeito afastado Joacir Barbaglio, o Joá, está impedido por lei de participar, aumentam as chances do presidente da Câmara e prefeito interino, Jonas Dico.
Faleceu no último fim de semana o empresário Carlo Sola, da Sola Indústria Alimentícia, de Três Rios, e também da área de construção civil, com vários investimentos em Petrópolis. Ele tinha 87 anos e era considerado o maior empresário do município vizinho. Foi alvo de merecidas homenagens.
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