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Douglas Prado

COLUNISTA

Douglas Prado

Ninguém se digna a revelar de quanto será o pedágio na nova concessão da BR-040

A cerca de um mês antes da troca de guarda na concessão da BR-040, trecho Rio-Juiz de Fora sai a Concer e entra a Construcap, do consórcio Nova Estrada Real ninguém se dignou ainda a informar, oficialmente, quanto vai custar o pedágio a partir da vigência do novo contrato de concessão da rodovia. Com os dados existentes, a partir da “tarifa básica de pedágio” que consta do edital de licitação da rodovia, de R$ 21,37, e considerando que a empresa dará um desconto de 14%, com base no qual ganhou a concorrência pública, é possível prever que o pedágio pode ser de R$ 18,50 em cada uma das três praças de pedágio da BR-040. Pode ser menos? Pode. Mas, ANTT e Nova Estrada Real zombam dos usuários da rodovia, que usam carros, caminhões ou motos e dos que andam de ônibus e pagam pedágio.


Estão rindo de quê? Ou de quem?

Não é preciso ser especialista para desconfiar que a alegria da turma que participou da assinatura do contrato, incluindo políticos, foi incompreensível. Não há o que festejar. O que teremos é o seguinte: a nova concessionária vai assumir cobrando uma tarifa de pedágio mais elevada do que a da Concer, por mais três longos três anos e, só então, iniciará as obras para tornar minimamente decente a ligação entre Petrópolis e a capital, incluindo a nova subida da serra, e promover outras obras no trecho até Juiz de Fora. E terá prazo de três anos para concluí-las. Isso quer dizer que vamos pagar a obra antecipadamente e esperar até 2032 por sua conclusão. Não há o que comemorar em relação a isso. É coisa para se acompanhar com olhar com indignação, não com alegria.


Sangria na economia

Quem achar que é exagero, pergunte para os que terão de pagar, direta e indiretamente. Para os transportadores que veem seus custos crescer; para os comerciantes que são condenados a pagar mercadorias oneradas pela tarifa; para os que viajam de carro, de ônibus, de moto, para os empresários que pagam o vale transporte. E nem se fale em BR-040 para os confeccionistas e lojistas da Rua Teresa, que, há muitos anos, amargam prejuízo. Será que eles também estão felizes e sorridentes, como estiveram nossas autoridades no momento da assinatura do contrato? Muda o explorador do pedágio, mas não muda o desrespeito. E toda a economia volta a ser sangrada. O valor já é um despropósito. Não permitir que os usuários se planejem é um deboche.


Quebradeira da esperteza

É estranho que alguns inclusive autoridades de Petrópolis achem que não vale a pena sonhar e lutar pelo novo supercomputador que estão querendo desviar do Laboratório Nacional de Computação Científica, o LNCC. A tese é que é ingenuidade disputar o equipamento com Campinas e Rio de Janeiro, sobretudo. Foi este tipo de atitude que nos levou a perder a indústria têxtil, há 50 anos, com seus muitos milhares de empregos; foi assim, também, que perdemos o nosso 5° Distrito, hoje município de São José do Vale do Rio Preto, com sua produção avícola de expressão nacional; e, também, que deixamos fugir a possibilidade de dar nova dimensão à nossa indústria cervejeira, perdendo a Cervejaria Cerpa, que estava interessada em instalar em Petrópolis uma fábrica para abastecer Sul e Sudeste. Há outros tantos exemplos dessa esperteza, que vê ingenuidade no sonho dos outros. Isso dá numa cidade quebrada.


Vai faltar dinheiro

A proposta de orçamento do município para 2026 prevê apenas R$ 27 milhões de transferência de recursos para a Comdep para a limpeza urbana e coleta de lixo. É o dinheiro para pagar a empresa que aluga os caminhões coletores, os salários dos garis e os outros serviços ligados à coleta, entre eles o transporte até Três Rios e a taxa cobrada pelo lixão de lá. Vai faltar orçamento. Quando se fala no assunto Comdep-coleta de lixo, impossível não lembrar do caráter precário do formato escolhido para administrar esse assunto. Além, evidentemente, da precariedade do contrato. Esse modelo foi instituído na administração Rubens Bomtempo e a correção de rumos vem sendo retardada por contratos emergenciais.


Situação difícil

A Secretaria de Obras pode ficar o seu depósito na Rua Quissamã, porque a Prefeitura não paga pelo aluguel do imóvel desde o ano passado. A proprietária, que tem 83 anos e tem o aluguel do depósito como única fonte de renda, já está movendo ação judicial de rescisão da locação e despejo. E não é um caso isolado.


Ajuda

O deputado federal Roberto Monteiro apresentou emenda destinando R$ 2 milhões para a área de saúde em Petrópolis. Atendeu pedido do vereador Wesley Barreto.


Chateação

A pouco mais de um mês do Dia de Finados, começam a circular nas redes sociais fotos e postagens sobre as condições do Cemitério Municipal. Ter tanta gente querendo visitar os túmulos de entes queridos deve chatear o governo municipal. Deve ser por isso que ninguém parece preocupado com o fato de haver quase diariamente dificuldade de encontrar espaço para sepultamento nos cemitérios da Prefeitura. Há quem diga que é uma forma de estimular a cremação de corpos.

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