COLUNISTA
Que o Hospital Clínico de Corrêas não oferece um primor de atendimento, até pelo contrário, todos já sabiam, muito antes mesmo de a Prefeitura firmar com a instituição a contratação de UTIs e de quartos de enfermaria. O serviço sempre foi sofrível, a julgar pelas muitas reclamações de pacientes e suas famílias. Mas, nada justifica que a Prefeitura deixe de pagar pelos serviços prestados ao longo de vários meses. Assim, o que já não tinha boa qualidade tende a piorar. E o município continua encaminhando pacientes para o HCC. E um adendo: é difícil acreditar que o pendura da Prefeitura no HCC seja de R$ 20 milhões. Esse dinheiro estaria fora do contrato.
Aliás, o HCC é identificado como o local para onde vão pacientes que precisam de longos períodos em UTI e enfermaria, com chances menores de sobreviver. Dizem que é uma espécie de depósito. É uma fama péssima, para o hospital e para os pacientes.
A médio e longo prazos, pode custar muito ao município esses saques feitos em recursos federais, destinados a projetos específico e dos quais a Prefeitura não pode desviar um centavo sequer para pagar outras contas, mesmo que seja para resolver um problema de grandeza humanitária, como é pagar os benefícios de aposentados e pensionistas. É ainda mais perigoso tirar dinheiro de emendas orçamentárias apresentadas por deputados federais e senadores. Eles podem ficar ofendidos. E a prática de desviar esses recursos pode levar a União a inscrever Petrópolis no rol dos que não podem mais receber essas verbas especiais.
É muito otimista, entre integrantes do governo e nos meios políticos, a expectativa em torno do novo secretário municipal de Habitação, Guilherme Moreira. Sobretudo com relação à obtenção de verbas federais e estaduais para o setor. Isso é fundamental, numa cidade que tem 15 mil famílias morando em áreas de risco. Além de que os investimentos em habitação produzem efeitos positivos imediatos no mercado de trabalho e comércio de material de construção.
Os cinco homens que o prefeito Hingo Hammes disse terem invadido a sede da Prefeitura, no Hiper ABC, devem ser corajosos e muito hábeis. Afinal, deve-se acreditar, o local deve ser guardado e muito bem guardado pela Guarda Civil Municipal, uma vez que abriga várias secretarias importantes da estrutura administrativa municipal. Se não havia guardas, alguém terá de explicar o motivo. E faltou explicar ao distinto público, que paga as contas da administração municipal, quais foram os documentos surrupiados pelos invasores.
Não dar atenção à cada vez menor área de Mata Atlântica está deixando Petrópolis numa posição desconfortável no índice que mede a proteção dessa mata. Mesmo tendo herdado da natureza as maiores faixas de Mata Atlântica, amargamos um 16° lugar, fato que expõe como temos sido descuidados e irresponsáveis na permissividade do desmatamento. E há quem continue dizendo que os donos dos terrenos podem fazer deles o que quiserem, mesmo que seja um deserto.
Nas informações prestadas ao Judiciário, na ação que resultou na liberação de mais de R$ 12 milhões de recursos federais carimbados para o pagamento de parte da folha do Inpas, citadas pelo juiz em sua decisão, o secretário municipal de Fazenda, Fábio Júnior, não deixou claro se a Prefeitura enfrenta um déficit financeiro de R$ 600 milhões no exercício de 2025, ou se esse valor foi calculado com base no que seria a receita municipal se ainda houvesse o ICMS a mais. A segunda opção é ruim. A primeira é um desastre.
É do deputado federal Hugo Leal o projeto que tramita na Câmara, que proíbe qualquer tipo de bloqueio, suspensão ou cancelamento dos benefícios do INSS, antes que o segurado tenha direito de recorrer a todas as instâncias administrativas da Previdência. Se aprovado, vai impedir, por exemplo, que qualquer dúvida de um burocrata da Previdência resulte em deixar o aposentado ou o pensionista sem dinheiro para pagar aluguel, contas, alimentação e remédios. Isto já aconteceu várias vezes, em alguns casos prejudicando centenas de milhares de segurados.
O governador Cláudio Castro evitou que a Assembleia Legislativa pagasse um mico monumental. Ao saber que o deputado estadual TH das Joias tinha sido preso sob suspeita de ser responsável pelo fornecimento de armas pesadas para grupos de traficantes do Rio, demitiu seu secretário de Esportes, Rafael Picciani, fazendo com que reassumisse seu mandato de deputado. Rafael era o dono da vaga que Theo ocupava como suplente. Com isso, TH deixou de ser deputado e a Alerj não precisará bancar sua defesa.
O vereador petropolitano Luiz Eduardo Dudu está abrindo caminho para o eleitorado da capital. Na última terça-feira, depois de ser apontado pelo governador como o “melhor vereador”, Dudu conversou com Cláudio Castro, em companhia do ex-vereador carioca de quatro mandatos e ex-deputado estadual Marcelino de Almeida, que está pedindo votos para Dudu na Zona Oeste do Rio. O encontro ocorreu durante evento do governo estadual, que o governador presidia.
O vereador Léo França, um aliado de Rubens Bomtempo e, consequentemente, um oposicionista em relação ao governo Hingo Hammes, pode ter feito, mesmo sem querer, um grande favor aos pedestres petropolitanos. Ele montou uma barraca no Calçadão do Cenip para coletar assinaturas contra o reajuste de 70% nos salários do prefeito, vice e secretários municipais, um calo que dói muito no governo municipal e foi reprimido pela fiscalização municipal, que determinou a retirada do monstrengo. A vantagem para os pedestres é que, depois de retirar a barraca do vereador, o governo não terá como permitir que a calçada daquele movimentado trecho seja ocupada por outras instalações. Se permitir, não terá como explicar o despejo da barraca de Léo França e o ato será, oficialmente, censura.
O presidente da NovAmosanta, o botafoguense Carlos Eduardo Pereira, saudou efusivamente nas redes sociais a decisão do prefeito Hingo Hammes, de instalar em Itaipava a nova e grande policlínica da Secretaria de Saúde. E não é pouco receber a aprovação pública e calorosa da entidade representante da comunidade da região.
O deputado estadual Yuri Moura avançou no resgate dos direitos que Petrópolis tem, em relação à administração estadual. Ele conseguiu aprovar na Alerj uma indicação que estende para nossa cidade a cobertura do bilhete único intermunicipal, que favorece quem viaja na região e depende de mais de uma condução. É um bom começo, porque, desde que foi incluído na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, Petrópolis perdeu as vantagens de ser da Região Serrana e não mereceu nenhum dos benefícios da nova região.
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