COLUNISTA
A adesão de órgãos da Prefeitura de Petrópolis a atas de registro de preços de regiões distantes do município, contratando empresas também de outras regiões, pode ser legal, mas é um ataque direto à economia da cidade. Funciona assim: um órgão qualquer de um lugar qualquer do país convoca uma pesquisa de preços e o registra. Qualquer município que queira o serviço oferecido pela empresa mais bem posicionada nessa consulta pode “aderir” a esta ata de preços e contratar o serviço. Esse tipo de escolha, deixando de lado formas como concorrência presencial, que poderiam trazer mais segurança com relação aos preços e qualidade dos serviços e dariam mais possibilidades de contar com a apresentação de empresas petropolitanas, mostra a despreocupação do governo diante dos graves problemas econômicos enfrentados pelo município. Agora mesmo, a Comdep aderiu a uma ata de registro de preços feita por um Consórcio Intermunicipal Multifinalitário dos Municípios do Extremo Sul de Minas Gerais, com a intenção de alugar horas de máquinas e equipamentos para o município. A decisão petropolitana beneficiou uma União Cooperativa de Transportes, que tem sede em Belo Horizonte. Neste tipo de licitação, uma empresa de Petrópolis somente teria possibilidades de ganhar o contrato, se participasse da consulta de preços. E, por que razão, afinal, uma empresa petropolitana se habilitaria numa licitação do Extremo Sul de Minas, de onde é o consórcio que oficializou a ata de preços? Traduzindo: a Prefeitura prefere afastar as empresas petropolitanas na hora de contratar serviços, que poderiam gerar empregos, riqueza e receita em Petrópolis.
O governador Cláudio Castro fez mais uma mexida inesperada na sua equipe. Exonerou o presidente do poderoso Detran, Vinícius Farah, e transferiu-o para a posição de titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio e Serviços, que estava entregue interinamente aos cuidados da subsecretária Fernanda Pereira Curdi. Para o Detran, foi nomeado o até então corregedor do órgão, Rodrigo Dias Coelho. Os atos foram publicados em edição extra do Diário Oficial, ontem.
O prefeito Hingo Hammes assinou decreto prorrogando por mais 90 dias a administração do Fundo Municipal de Habitação, pela Secretaria Municipal de Assistência Social. Esta tarefa caberia, evidentemente, à Secretaria de Habitação. O argumento usado no decreto original, publicado em agosto, era preciso tomar providências porque estaria próximo do vencimento do aluguel social e Ingo Hammes ainda não havia nomeado o secretário de Habitação. Para a prorrogação, o novo decreto não trouxe qualquer justificativa.
Se não houver providências urgentes e consequentes, a fila de espera por cirurgias pelo SUS em Petrópolis vai continuar longa e impor sofrimento aos que aguardam ser chamados. Há cerca de 1.100 pacientes nessas condições. Quem espera há mais de seis meses, por exemplo, no ritmo atual, só será atendido dentro de 16 meses. Essa é a previsão otimista que se pode concluir de documentos apresentados pela Prefeitura em ação que corre na 4ª Vara Cível de Petrópolis. Os prejudicados, com razão, cansaram de esperar por ações eficientes do governo municipal, por isso é tão grande a expectativa em torno de decisões do juiz Jorge Luiz Martins. É preciso encontrar soluções, por exemplo, para o déficit financeiro do Serviço Autônomo Hospital Alcides Carneiro, produzido por prefeitos de Petrópolis que não repassavam e não repassam os recursos necessários para a instituição, que cuida não somente do nosso grande hospital, como também de outras importantes unidades de saúde, entre elas o Hospital Nelson de Sá Earp e as UPAs.
O presidente da Gapa Itaipava, instituição importante na ação de defesa dos direitos dos animais em Petrópolis, Carlos Eduardo Cunha Pereira, está apelando aos petropolitanos para que não compareçam ao evento marcado para o Parque Municipal de Itaipava, neste fim de semana: uma inacreditável competição de canto de pássaros todos em gaiolas. “Se a natureza deu o dom de voar a certas criaturas, meu Deus, que sofrimento ver essas criaturas engaioladas”, protestou o ambientalista e ativista da proteção aos animais. Segundo Carlos Eduardo Pereira, o conselho de proteção aos animais não foi consultado e muito menos o Comitê Gestor do Parque. “Será que pode passar pela cabeça de alguém que este torneio é turístico?, pergunta o indignado Carlos Eduardo.
Além do Gapa Itaipava, também as Comissões de Proteção Animal e a de Meio Ambiente da OAB de Petrópolis e São José do Vale do Rio Preto emitiu Nota de Repúdio ao evento. A OAB, em sua nota, diz que, “sob a justificativa de competição e lazer, em verdade promove a privação de liberdade e o sofrimento de aves mantidas em cativeiro”. O documento é assinado pela presidente da Comissão de Proteção Animal, Thaylla Henrichs, e pelo presidente da Comissão de Meio Ambiente, Rogério Guimarães. “Reiteramos que o verdadeiro apreço pela vida silvestre deve se traduzir na preservação da liberdade dos animais e na proteção de seus ambientes e na proteção de seus ambientes naturais, e não em práticas que os encarceram ou transformam em objeto de competição”, diz a nota da OAB.
Por proposta do vereador Marquinhos Almeida, a Unidade Pré-Hospitalar da Posse, vai ganhar o nome de Vereador José Jorge de Paiva Jorge Relojão. Falecido recentemente, Relojão foi um incansável trabalhador pelas causas da comunidade da Posse, como vereador e também como líder comunitário. Ele foi vereador de 2017 a 2021 e uma de suas conquistar foi a implantação da Unidade Básica de Saúde do 5º Distrito. Aprovado pela Câmara, o projeto está com o prefeito Hingo Hammes, para sanção.
Veja também: