COLUNISTA
O governo municipal deveria ter pudor de noticiar com grande ênfase a concentração de exames realizados em pacientes ortopédicos num fim de semana, no Centro Municipal de Ortopedia, no Hospital Municipal Nelson de Sá Earp. O “evento”, que recebeu o apelido de “mutirão”, realizou 126 atendimentos, no total. Foram 56 procedimentos de viscossuplementação, com aplicação de ácido hialurônico, 20 exames de densitometria óssea, exame necessário para ajudar em diagnósticos de doenças ósseas; mais 30 radiografias e 20 ultrassonografias. Esses números não representam nada diante da infame fila de pacientes que aguardam atendimento, exames e consultas. São exames básicos, que ajudam algumas poucas pessoas entre as centenas que aguardam atendimento nas filas da rede da Prefeitura. Esse número de exames deveria ser realizado diariamente, até acabar a fila de pacientes que sofrem diante da falta de atendimento, muitas vezes por meses e até anos. A densitometria óssea é um exame radiológico quase tão simples que as radiografias; e, também, não há nada de extraordinário das ultrassonografias, que justifique manter tantos pacientes esperando por elas, por tanto tempo. E esses exames não são a solução para o problema dos pacientes. Muitos fazem parte da busca por um diagnóstico. No mais, é melhor parar de apelidar esses movimentos marquetológicos de “mutirão”, mote para as aparições de Hingo Hammes, no estilo TikTok de comunicação que escolheu. E mutirão, segundo os dicionários, é mobilização de pessoas que coletivamente e de forma gratuita realizam um trabalho para a coletividade. O que a Prefeitura oferece é coisa inteiramente diferente. E é impressionante que a Prefeitura não tenha constrangimento de dar ares de grande realização a esse “mutirão”, que apenas revela a existência de grande fila de espera por exames e procedimentos básicos atrasados.
É possível que não se vá encontrar irregularidades, mas é estranho que entre centenas de empresas contratadas para fornecer à Prefeitura de Petrópolis produtos com contratos que vão dos R$ 10 mil a mais de R$ 1 milhão, nenhuma seja de Petrópolis. Na lista dos contratados, quando aparece um nome petropolitano, como Itaipava, descobre-se que o endereço é de um bairro da cidade catarinense de Itajaí. E, também, aparecem muitas vezes na lista dos fornecedores empresas de Serra, no Espírito Santo. Devem ser exemplarmente organizadas, para disputar e vencer num mercado como o de Petrópolis. Serra Business também poderia ser o nome de uma empresa petropolitana, mas ela é de Areal.
Numa apresentação no estilinho TikTok a Prefeitura anuncia que vai receber ajuda do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) para instalação de radar eletrônico na Lagoínha, alto do Morin. A Prefeitura deveria ser generosa e cautelosa e entregar o radar ao órgão estadual. Os resultados da ação do município na área tecnológica não recomendam que administre o radar. Para conferir, é só perguntar que fim levou a rede de câmeras de vigilância montada pelo município. Se o radar funcionar bem, os petropolitanos terão, pelo menos, o direito de escapar de inundações e deslizamentos, que podem ser mortais.
Faleceu no último domingo, no Complexo Hospitalar de Niterói, onde esteve internado por duas semanas, o jornalista Jourdan Amóra, aos 87 anos. Ele era diretor do jornal Tribuna de Niterói, desde 1965, e, também, fundou o Jornal de Icaraí. Jourdan havia perdido a mulher, companheira desde 1972, no início de setembro, e deixou dois filhos. Tinha ligações e amigos em Petrópolis. O prefeito de Niterói e o governador do estado decretaram três dias de luto oficial pela morte do jornalista, que participou em 1980 da criação da Associação dos Jornais do Interior do Rio de Janeiro, da qual o primeiro presidente foi o diretor do Diário de Petrópolis, Paulo Antonio Carneiro Dias. Uma frase de Jourdan Amóra: “Liberdade de Imprensa é direito do povo. Jornalismo independente é conquista do leitor”.
Deixou muitos amigos em Petrópolis o médico, empresário e político Tufi Soares Meres, falecido na última segunda-feira, no Rio. Na política, foi presidente e responsável pela sobrevivência do PMDB de Petrópolis, quando o líder maior do partido, Paulo Rattes, deixou a Prefeitura em 1989 e foi substituído por Paulo Gratacós, um adversário feroz. Vai fazer muita falta, sobretudo, nas mesas de amigos, formadas para discutir a política municipal. Amigos de todo o espectro ideológico, a que Tufi tratava sempre carinhosa e generosamente.
A eleição para a diretoria e conselhos do Sindicato dos Servidores de Petrópolis (Sisep), marcada para o período de 7 a 11 de janeiro de 2026, terá chapa única de candidatos. O prazo de impugnação de nomes dos inscritos é curto, termina amanhã, porque o edital foi publicado ontem (terça-feira). É uma eleição importantíssima, porque prevê-se tempos difíceis para o funcionalismo no próximo ano, uma vez o governo municipal já mostra dificuldades para manter em dia o pagamento de salários e não se sabe de medidas tomadas para melhorar a situação.
A chapa única é encabeçada por Carlos Freitagde Lima e integrada pelos servidores Luciane Gomes Pereira (vice-presidente Financeira), Maurício Antônio da Cruz (vice-presidente Administrativo), Antonio Tadeu dos Santos (diretor de Patrimônio e Administrativo do Centro Esportivo Antonio Tadeu dos Santos), Alana Brandão (diretora de Esportes), Arlete Barbosa Valero (diretora de Base I) e Vanessa da Silva Ferreira (diretora de Base II). Os candidatos ao Conselho Fiscal são Venir Alice da Silva Andrade, Claudinei Raimundo e Alexandre Moreira da Silva. Os suplentes são Luiz Alberto Angelica, Marcelo José Teixeira e Neide Vitalino Gonçalves.
O Conselho Sindical tem como candidatos Mauro de Jesus Bruno, Antonio Carlos Oliveira, Damião Silvestre Cipriano, Reginaldo Xavier Wenceslau, Marcelo Borges de Medeiros, Geraldo Barata Gomes, Elias de Britto Mariano, Zelma Lúcia da Costa, Eliana Pereira Abílio, Renata Neves Vitor, Célio Lima, Regina Duarte de Lima Braun, Abel da Rocha Alto. Os suplentes são Angela Maria Fernandes do Amaral, José Teixeira Bastos, Marinete Ribeiro Silva, Vandair Sabino da Silva, Vanderlice dos Santos Motta, Sandra Maria dos Santos da Cruz, Vera Regina Borges de Mello, Carlos José Vieira Dias, José Albino da Silva, Maria Solange da Silva Pereira, José Flausino da Silva, Jane Vieira Christo e Virgínia de Fátima Muller Rivetti.
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