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domingo, 16 de junho de 2024


Capa 3508
Douglas Prado

COLUNISTA

Douglas Prado

Sem preparo 1

Petrópolis, a cidade escolhida para sediar a Escola de Formação do Corpo de Bombeiros, não passou no teste de sexta-feira, quando um incêndio destruiu um dos belos sobrados da Rua do Imperador e ameaçou outros. O que se viu, desde o início do sinistro, foram deficiências e despreparo de toda ordem. Para começar, nenhuma autoridade se preocupou em orientar o trânsito. O fogo já estava alto e a Rua do Imperador continuava com suas lentas filas de veículos passando em frente ao sobrado atingido.


Sem preparo 2

O Corpo de Bombeiros demorou mais de vinte minutos para chegar e pode não ser o responsável pelo atraso, caso o início do fogo não tenha sido comunicado imediatamente. Quando chegou, usava carros pequenos, com pouca água e não havia água nos hidrantes, o que só foi solucionado com a chegada de caminhões da Águas do Imperador. Quando, muito tempo depois, chegou a escada Magirus, o fogo foi debelado rapidamente. Ninguém ficou ferido, mas é inevitável pensar que, se esse incêndio tivesse ocorrido num prédio mais alto, com moradores ou funcionários envolvidos, poderia ter havido grave tragédia. Por isso, tudo o que aconteceu na sexta-feira precisa ser objeto de cuidadosa análise, por todos os envolvidos na operação.


Sem preparo 3

Durante o combate às chamas, centenas de pessoas assistiram o esforço dos bombeiros, prejudicados pela precariedade dos equipamentos utilizados. Não se sabe por quais critérios Petrópolis não conta com o caminhão grande, aquele que opera com a escada Magirus. Esse equipamento teve de vir do Rio de Janeiro, enfrentando as agruras do trânsito na rodovia e nas ruas da cidade. A Defesa Civil local chegou depois dos bombeiros. Conclusão: estamos tão despreparados para os casos de incêndio, quanto para os de temporais.


Sehac mais poderoso

O governo prefere não falar no assunto, mas o que se sabe é que entregar ao Sehac, além do Hospital Alcides Carneiro, a administração das UPAs e as novas unidades de saúde não é decisão pontual: Rubens Bomtempo pretende dar à instituição a gestão das principais unidades de saúde do município. No decreto que criou o Complexo de Saúde Vereador Osvaldo Fernandes do Vale Vadinho, um hospitalzinho, Bomtempo já estabelece que a unidade será entregue ao Sehac. E este é um posto especial, porque foi instalado como unidade pré-hospitalar, ligada ao Hospital Alcides Carneiro e a Unidade Básica de Saúde Jorge Chimelli. O crescimento do Sehac fortalece, em muito, as atividades da Faculdade de Medicina de Petrópolis. O que parece ser boa notícia.


Barrados

O Conselho Municipal de Saúde destituiu a Associação de Moradores São João Batista, a Fame, a Sociedade Médica de Petrópolis e o Projeto Social Aprendendo a Brincar, decisão atribuída à omissão de Ética do CMS. Os representantes destas entidades deixaram de comparecer a três reuniões no período de 12 meses, sem justificativa.


Rotina de erros

A quem a Prefeitura de Petrópolis vai explicar, formalmente, as razões de não conseguir produzir um só edital de concorrência pública de forma correta? É preciso encontrar uma autoridade interessada, visto que o TCE apenas cumpre a função de cancelar os editais quando contrariam normas legais. Se não aparecer ninguém, talvez seja o eleitor quem vai cobrar a responsabilidade dos governantes por esta rotina de erros, que levou a contratos emergenciais que causam prejuízos aos cofres públicos. E, como dinheiro não é coisa que apareça e desapareça do nada, se a Prefeitura teve prejuízo, alguém teve lucro.


Editais defeituosos 1

Por falar em prejuízo causado por contratos emergenciais (assim, com aspas, porque eles não surgiram em função de emergências, mas de erros grosseiros em editais de licitação), a Prefeitura entregou à Comdep, sabe-se lá o porquê, a tarefa de realizar a concorrência para contratação do serviço de coleta do lixo. E manteve o modelo atual, que multiplicou por três ou mais os custos do serviço. Este modelo não contrata o serviço, como antes, quando uma empresa administrativa a coleta, mantendo equipamentos, técnicos e o pessoal de rua. Agora, a Prefeitura aluga os equipamentos e fica responsável por todo o trabalho, inclusive pelos motoristas e garis. E ainda paga três vezes mais.


Editais defeituosos 2

E a bolsa de apostas já está aberta. Ganha quem acertar quantas vezes esse edital será rejeitado pelo Tribunal de Contas do Estado, até que o governo assine novo contrato emergencial. Só para lembrar, o mesmo problema tem ocorrido em relação às empresas de ônibus de Petrópolis. E será que alguém pode explicar a razão de a Prefeitura, que tem um setor de licitações, entregar a tarefa de redigir o edital de concorrência do lixo à Comdep?


Entrega

A pré-campanha eleitoral é assim que se chama? - está cada vez mais animada. Agora, até mesmo os adversários reconhecem que Leandro Sampaio voltou às origens e está inteiramente entregue ao trabalho político. Quem conversa com ele encontra um candidato feliz por estar de novo nas ruas, discutindo os problemas da cidade. E, mais feliz ainda, com os bons resultados dessa andança.


O lago é nosso

A Câmara aprovou projeto do vereador Júnior Coruja que declara o Lago de Nogueira patrimônio natural do município, com o objetivo de preservar e valorizar o espaço. Além de tornar a preservação assunto de lei, o projeto prevê a instalação de um jardim botânico na área contígua ao lago.


Questão permanente 1

É um tema que não pode ser deixado de lado, ser esquecido. Afinal são dezenas de motociclistas, na maioria muito jovens, que vão parar nos hospitais, com ferimentos graves, todos os meses. Diante de um universo de quase 31 mil motocicletas emplacadas em Petrópolis, as autoridades acreditam prestar algum serviço de fiscalização, aplicando 10 ou 20 multas. É uma minoria de motociclistas que transgride as leis de trânsito, faz barulho excessivo e proposital, faz malabarismos pondo a própria vida e a dos outros em risco.

Questão permanente 2

Mesmo sendo minoria, são milhares os que andam pelas ruas como alucinados e é preciso tomar alguma providência, além das multas. Mas, para isso, Petrópolis deveria ter um órgão de trânsito e de transportes, como já se vê na crise dos ônibus para executar tarefas de que a CPTrans já abriu mão há muito tempo. O dinheiro do contribuinte que sustenta a CPTrans poderia ser mais bem aproveitado. No caso dos motoboys, talvez o melhor caminho seja conversar com os empregadores e convencê-los a educar os que fazem suas entregas.

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