COLUNISTA
A exoneração do secretário de Ambiente do Estado, Bernardo Rossi, publicada ontem no Diário Oficial, não estava nos radares da política até a noite de segunda-feira. Aparentemente a decisão foi tomada ontem de manhã e um espaço foi aberto na primeira página do DO para receber o ato. Bernardo deve assumir o mandato de deputado estadual para cumprir alguma missão especial do governador Cláudio Castro e deve retornar ao Executivo em pouco tempo. A urgência de sua presença no Legislativo ficou clara, porque, ao contrário da rotina, o ato de exoneração não foi acompanhado pelo ato de nomeação do novo secretário ou de um substituto temporário. Se for alguma coisa diferente disso, será possível avaliar melhor quando sair o nome do substituto. Se for temporário e alguém da equipe de Rossi, a volta está garantida.
Até que se saiba detalhes da saída de Rossi, muita gente não vai dormir direito. Um novo secretário de Ambiente certamente vai levar sua própria equipe para a secretaria e o gabinete de um deputado não tem tantos cargos para abrigar toda a assessoria na Assembleia.
O lançamento feito pelo governador Cláudio Castro da pré-candidatura de Albano Baninho Filho a vice-prefeito na chapa de Hingo Hammes, no grande comício pré-eleitoral realizado no Magnólia, foi alvo de centenas de manifestações nas redes sociais, no fim de semana. Talvez impressionados pela força da atuação de adversários, que atuaram para transformar o movimento político em fato negativo, os partidários de Hingo ficaram de fora da discussão e perderam a batalha, em número de mensagens. A causa é que muitos imaginam mesmo que ter como candidato a vice-prefeito o mesmo Baninho, que ocupou a posição com Bernardo Rossi, seja negativo para a candidatura de Hingo Hammes, mas podem estar apenas acompanhando o canto dos oponentes.
É fácil entender a razão de os adversários quererem diminuir o tamanho de Bernardo Rossi, porque vão enfrentá-lo, como deputado federal em 2026 e não há vaga para tantos pretendentes aos votos petropolitanos, sem contar futuras disputas pelo governo municipal. Difícil é não imaginar que alguns aliados de Hingo também gostariam, pelos mesmos motivos, de ver Rossi fora da política. Mas, como apagar alguém que já foi vereador, presidente da Câmara, deputado e prefeito, não é tarefa fácil, Rossi vai continuar por aí, com suas virtudes e seus defeitos. Não dá para cancelar. Agora mesmo, está assumindo o mandato de deputado estadual.
O movimento serve apenas para deixar o candidato Hingo Hammes em posição desconfortável, porque ele precisa de tranquilidade e união de todas as forças possíveis, para enfrentar a batalha eleitoral. Eduardo do Blog, Leandro Sampaio e Yuri Moura saíram ganhando. Rubens Bomtempo ficou de fora. Ninguém ousou dizer que vai deixar de votar em Hingo, por causa do Baninho, para reeleger o atual prefeito.
Agora que o governador Cláudio Castro demonstrou intimidade com Petrópolis, indicando até mesmo um candidato a vice-prefeito é uma boa hora para reivindicar investimentos no Corpo de Bombeiros no município. Por exemplo, restabelecer os efetivos que os nossos quartéis já tiveram e concluir as obras de instalação da Escola de Bombeiros, na Fazenda Inglesa.
A redução da participação de Petrópolis nas receitas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), cobrado pelo estado, mostra que o município não terá vida fácil nos próximos anos. Essa receita nada mais é que um retrato da nossa atividade econômica. E não é preciso ser especialista para perceber que o tamanho das dificuldades e a ausência de qualquer projeto capaz de devolver a Petrópolis um lugar entre os maiores municípios fluminenses, que já ocupou por muitas décadas. Somos agora o 16º município, com base no nosso índice de participação no ICMS. Tempos difíceis.
Especialistas na área de Receita dizem que o Estado não reforça seu time de fiscais em Petrópolis, há muito tempo, o que pode fazer minguar receita do ICMS.
Um antigo e experiente servidor da Prefeitura, provado em cargos importantes na área de Fazenda, chama a atenção da coluna para um problema que pode estar contribuindo para a penúria financeira confessada pelo governo municipal. Segundo ele, é praticamente inexistente o esforço do governo para buscar as receitas próprias, que minguam claramente. A omissão começa no IPTU, que acumula grandes quantias em atrasos. Muitos dos devedores são grandes empresas que nunca aparecem para negociar os débitos nas repetidas operações que concedem anistias e descontos para quem pagar as contas.
Sem fiscalização, as receitas de taxas municipais são das mais baixas. A causa é que a Prefeitura se acostumou a sobreviver de transferências estaduais e federais e não cumpre sua função de zelar pelos dinheiros públicos. Paralelamente, crescem os gastos em terceirização, aluguel de imóveis, cargos em comissão. É um tema apropriado para quem quer ser prefeito ou vereador.
O vereador Luiz Eduardo Dudu foi alcançado pela vereadora Gilda Beatriz na bolsa de apostas sobre quem será o candidato a vereador com mais votos nas próximas eleições. João Antonios Von Seehausen, que já frequentou esse grupo, passou para um patamar mais baixo. E quem se aproxima dos ponteiros é a vereadora Júlia Casamasso.
Nenhum político, partido ou empresa se animou a registrar pesquisa eleitoral feita em Petrópolis. Quem mandou fazer mantém os resultados exclusivamente para uso próprio.
É grande a curiosidade sobre se Rubens Bomtempo vai pagar honorários advocatícios sobre os valores de ICMS a mais que Petrópolis vai receber até o fim do ano, por decisão generosa do presidente do Supremo Tribunal Federal, para adiar a quebradeira do município ainda este ano.
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