COLUNISTA
Ainda falta muito para que as mulheres consigam assumir o lugar de igualdade com os homens, que lhes é devido na vida político-eleitoral. Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que, dos 456.310 candidatos inscritos para disputar as eleições de outubro, em todo o país, apenas 155 mil são mulheres, enquanto há 301.310 homens. Esse resultado é a fotografia clara do desinteresse ou total incompetência dos partidos políticos, de atrair mulheres, dar-lhes espaço nas funções de direção e mostrarem empenho no lançamento e apoio a suas candidaturas.
Um dado positivo nos números do TSE: já há certo equilíbrio no número de candidatos brancos e não brancos. São 159.942 candidatos negros, entre os homens, e 141.368 não-negros. Entre as mulheres, 80.645 identificam-se como negras e 74.355 como não-negras.
Incêndios na mata em São José do Vale do Rio Preto e na estrada que liga o município vizinho à Posse são um sinal de alerta importante. Ocorrem lá as mesmas condições climáticas, com tempo seco e longa estiagem, que favorece a ocorrência dos incêndios. Como os bombeiros que socorrem esta região, nos limites de São José e Petrópolis, partem de Itaipava ou de Teresópolis, há demora que amplia o risco o fogo atingiu a região das torres de comunicação em São José, muito perto de áreas residenciais. Todos torcem para que seja mesmo instalado em Areal um quartel do Corpo de Bombeiros, como foi prometido pelo governo estadual. E que os quartéis da Barão do Rio Branco e de Itaipava sejam equipados.
O ex-presidente da Comdep, vereador Léo França, é o alvo do primeiro processo de impugnação do registro de candidatura das eleições de 2024. Gravado discutindo uma obra pública, ao lado da secretária de Obras, Vyrna Jacomo, com moradores da Vila Luiz Carlos Soares, no Morin. Como isso é proibido pela legislação eleitoral, a gravação foi enviada à Promotoria Eleitoral da 29ª Zona Eleitoral e o promotor Odilon Lisboa Medeiros fez a denúncia, em que pede o indeferimento em caráter definitivo do pedido de registro do vereador. A secretária de Obras foi indicada como testemunha.
No entendimento do promotor Odilon Lisboa Medeiros, o ocorrido mostra que Léo França continuava a atuar como se fosse presidente da Comdep e que isso demostra não apenas a continuidade do exercício das funções anteriores e a candidatura que ora pleiteia, em total desacordo com as exigências de desincompatibilização impostas pela legislação eleitoral. Se isso ficar comprovado, trata-se de abuso de poder político.
A ação movida contra Léo França não foi a primeira impugnação e, certamente, não foi a última. O MP eleitoral pediu também a impugnação da chapa inteira do PSB porque uma candidata declarou-se homem na documentação de registro. Para a Justiça Eleitoral, tanto os homens quanto as mulheres transexuais e travestis podem ser contabilizados nas respectivas cotas de candidaturas masculina e feminina, o que estiver no alistamento eleitoral. Entende o MP que uma candidata que completa a cota feminina e se apresenta como homem faz o partido descumprir a cota de 25% de candidaturas femininas.
Em nota na última coluna, sobre o número de candidatos a vereador que cercam os candidatos a prefeito, não foi citado o professor Bernardo Santoro, do Novo. Seu partido tem 16 candidatos a vereador. Santoro é um candidato preparado, mas não deslanchou nas pesquisas, por circunstâncias da atual disputa. Como mostrou pesquisa recente, mais da metade dos eleitores afirma que não votará em Rubens Bomtempo, em nenhuma hipótese. Trata-se de um índice de rejeição demolidor. Estes eleitores, concentrados na tarefa de substituir Bomtempo, parecem estar se dividindo entre Hingo Hammes e Yuri Moura, que aparecem nas pesquisas como favoritos a chegar ao segundo turno. Mas, ainda há várias semanas de campanha eleitoral.
Quem acompanha o movimento eleitoral registra que a campanha de Yuri Mora está sendo reforçada pela crescente migração de eleitores de esquerda e centro-esquerda que deixam a campanha de Rubens Bomtempo.
Os resultados de pesquisa da AR7 Pesquisas Inteligentes Ltda./Agência Kapta, realizada nos dias 12 e 13 últimos, mostra que o governador Cláudio Castro estava certo ao praticamente exigir que o seu então secretário de Desenvolvimento, Vinícius Farah, disputasse as eleições para prefeito de Três Rios. Vinícius tem na pesquisa 44,2% dos votos, contra 32,3% do atual prefeito e seu principal adversário, Joá Celso Jacob, também ex-prefeito, registrou 5,1%, enquanto Caiaffa foi indicado por 2,6% dos eleitores consultados. Os pesquisadores ouviram 650 eleitores e a pesquisa foi registrada no TSE sob número 02547/2024. Farah tem, ainda, índice de rejeição (8,9%), bem menor que o de Joá (22%). A pesquisa foi publicada pelo Entre-Rios Jornal que a contratou.
Candidato bem cotado a vereador, pelo MDB, com base eleitoral no Itamarati, Chico da Creche usou suas redes sociais para anunciar que não é mais candidato. Entre emedebistas, comenta-se que ele vai apoiar Thiago Damaceno, do PSDB. É uma mexida no tabuleiro preocupante para quem disputa as eleições pelo MDB.
Há algumas observações a serem feitas sobre a manifestação de protesto encenada pelo prefeito Rubens Bomtempo e o vice-prefeito Paulo Mustrangi, quarta-feira à noite, no Terminal de Ônibus do Centro. Primeira, eles já não conseguem mobilizar os comissionados, para garantir público em suas aparições. Pouco mais de meia dúzia acompanhou os governantes. A partir de agora, também, Bomtempo não pode fingir ignorar o estado precário da nossa antiga e histórica rodoviária. E, ainda, terá de explicar por que manteve a empresa Petro Ita e seus ônibus durante anos, sem tomar qualquer providência. E dá para imaginar a decepção do prefeito e do vice ao verem que as pessoas que esperavam ônibus não demonstraram qualquer apoio à ridícula apresentação. As pessoas que aparecem na gravação não davam a mínima para o ridículo papel de Bomtempo e Mustrangi. Apenas desinteresse.
O governo municipal tem tudo para se envergonhar da posição que Petrópolis ostenta no ranking do Inea que serve para o cálculo do Índice de Conservação Ambiental, que serve para calcular a participação do município no ICMS Ecológico. Petrópolis ficou em 18º lugar. Claro que a ausência do governo no controle do desmatamento pesou, mas o índice leva em consideração questões em que estamos totalmente perdidos, como coleta e destinação final de resíduos sólidos, que é como os tecnocratas chamam o conhecido lixo; remediação de vazadouros e área protegida municipal. O fracasso nesses setores nos tirou, ao longo dos últimos anos, das primeiras posições do ranking ambiental.
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