Edição anterior (3747):
sexta-feira, 24 de janeiro de 2025


Capa 3747
Fernando Costa

COLUNISTA

Fernando Costa

Estrangeirismos atuais

A língua portuguesa é rica e a todo instante aprendemos um termo novo ou se populariza outros tantos já existentes.

No tempo hodierno o estrangeirismo tomou conta do mundo.

O emprego de palavras e expressões alheias ao idioma é corriqueiro desde a criança em tenra idade aos longevos em seus afazeres e entretenimentos.

A palavra logística, por exemplo, é uma das estrelas do momento.

Entende-se um conjunto de meios e métodos e se destina a fazer o que for necessário  a entregar o produto certo, adequado no  tempo ajustado.

Significa habilidades de cálculo e de raciocínio lógico.

A palavra logística é originária do grego. Agora então, durante o período da pandemia, os substantivos masculinos e femininos foram enriquecidos com neologismos, termos e palavras da moda.  “Home office” significa, em apertada síntese, o trabalho que se faz em casa, “educomunicação” é o conjunto de conhecimentos e acordos que a visão descreve e consistem comunicantes abertos; “sororidade” é o sentimento de irmandade.

E a “neurodrelisidade” é a variedade de grades do cérebro.

“Pósverdade”, informação ou asserção que distorce a verdade.

E prosseguem os novos termos, exempli gratia, de “oganessônio”, “afrofuturismo”, “aprofobia”, “agroflorestal”, “antirracista”, “caminhabilidade”, “biossegurança”, “bioterrorismo”, “capaticismo”, “criptomoeda”, “feminicídio”, “ecoduto”, “gerontocídio”, “lockdowm”, “metaverso”, “podcast”, “telemedicina”, “uberização”, “webinario”, “vegano”, “trabalho essencial”, “quer cold”, “deletar”, “fake news”, “outlet”, “mezanino”, “design”, “for sale”, “bacckup”, “check-in”, “software”, “hardware”, “chip,”  dentre outros.

Os estudiosos do vernáculo em sua maioria não olham com bons olhos esses empréstimos linguísticos, se teme uma ameaça à soberania da língua portuguesa, o empobrecimento a dificultar a comunicação.

É um fenômeno social, tal qual ocorreu às vestimentas, na maioria das vezes, se seguiram o figurino francês, inclusive em perfumes, outras tantas o italiano, sobretudo, aos homens e depois do jeans, a América entrou no páreo para sempre e nem por isso sofremos um retrocesso.

Cada povo, ao longo do tempo alcança a maturidade e sua identidade.

Essa moda vai e vem, se lembram de quando víamos uma bela moça a chamávamos de “broto” e as  meninas se deparavam com um belo jovem o cognominavam de “pão”, depois um “gato” e a moça quando chamava a atenção era conhecida como um “avião”...

Sim, as comparações nos demonstram uma interação social, política, cultural ou econômica a refletirem o comportamento linguístico e  o cotidiano.

O estrangeirismo, cremos nós, seja uma “nuvem passageira” um meteoro, uma tradição que muda ao sabor do vento.

Quando se falaria em “pix”, “vídeo conferência”, áudio no celular e tantos avanços, como os “drones”, carros elétricos, movidos a água e que até voam?

Hoje o inglês está no pódio a nos emprestar palavras, no entanto no início do século XX, o francês era quem ditava o modismo em palavras e trajes...

Basta alguns exemplos como Toalete (toillette), balé (ballet), abajur (abat-jour) ou batom (baton).

Uma rápida guinada ao tempo, recordemos nossos avós quando diziam: lero-lero (conversa mole, conversa vazia, conversa fiada) chumbrega (de má qualidade, ordinário), borocoxô (triste), munheca (pão duro), vosmecê (vossa mercê), alcunha (apelido), sacripanta (patife, pilantra), basbaque (pessoa ingênua, simplório, tolo), supimpa (ótimo, bom), sirigaita (mulher espevitada, pretensiosa), tabefe (tapa, bofetada), casa da mãe Joana (onde todo mundo manda, desordem), outrossim (igualmente), pé de valsa (dança bem), apalermado (bobo), botica (loja)  e etc.

Não nos insurjamos contra o estrangeirismo, vivamos os novos tempos, eles enriquecem nossas atividades redacionais e discursivas; não podem ser vistos como obstáculos. Ouve-se vida afora que “menos é mais” e o bom senso há de prevalecer: se puder dizer “liquidação”,  ótimo, mas, se ao deparar com uma loja anunciando “for sale” não se espante.

Valorizemos e não desprezemos o  vocábulo tupiniquim, mas, convivamos com o vernáculo e as inovações onde o bom senso deve estar em primeiro lugar, sem estresse.

Edição anterior (3747):
sexta-feira, 24 de janeiro de 2025


Capa 3747

Veja também:




• Home
• Expediente
• Contato
 (24) 99993-1390
redacao@diariodepetropolis.com.br
Rua Joaquim Moreira, 106
Centro - Petrópolis
Cep: 25600-000

 Telefones:
(24) 98864-0574 - Administração
(24) 98865-1296 - Comercial
(24) 98864-0573 - Financeiro
(24) 99993-1390 - Redação
(24) 2235-7165 - Geral