Edição: sexta-feira, 14 de março de 2025

Fernando Costa

COLUNISTA

Fernando Costa

Petrópolis, presente dos céus

Hermogênio Silva é um bairro da bucólica e idílica cidade de Três Rios, (minha terra natal), Estado do Rio de Janeiro, o maior entroncamento rodoferroviário do país.
Distam setenta e quatro quilômetros, no entanto, desde tenra idade fui habituado a visitar esta encantadora Petrópolis, participava das missas celebradas na Catedral São Pedro de Alcântara, Igreja do Sagrado Coração de Jesus (ainda com todos os ícones religiosos originais), Igreja do Rosário  e Matriz de Cascatinha em datas alternadas.
Uma parte do dia era reservada às visitas ao Museu Imperial e demais pontos turísticos, sem falar dos deliciosos lanches na Casa D’Ângelo e não obstante o decurso de  sete décadas estão vivos em minha memória.  As gostosas torradas Petrópolis, generosas porções de queijo e os famosos caramelos estão presentes no escrínio de meu coração.
Como todo turista, passeávamos nas “Vitórias”, nós infantes dizíamos “carruagens”, à época, bem cuidadas, hoje não mais fazem parte do turismo deste Município.
Eram e ainda é fascinante, convivermos com a arte e a história ao alcance dos olhos e das mãos presentes em cada hortênsia ou lírios espalhados pelas ruas e casarios centenários.  Um privilégio.

E o tempo transcorreu  e chegou o momento do vestibular em 1969 e, em janeiro de 1970 aqui cheguei, mercê de Deus e sob o pálio da Mãe Maria dessa vez para ficar.
Meu primeiro porto foi o Segundo Distrito, Cascatinha. À noite mais parece uma manto bordado em estrelas.
Nessa época fui convidado por Lester Carneiro, Diretor do Jornal de Cascatinha para escrever uma página naquele quinzenário, depois semanário. Ali prossegui as lides jornalísticas, assim como nas Revistas, Social,  Hortênsias, Petrópolis, missão  iniciada na imprensa entre os anos 66/67, em Três Rios, colaborando com o jornal “O Castoróide”.
Fui assíduo leitor do Entre Rios Jornal, inclusive das publicações estudantis.
Decorridos cinquenta e oito anos ininterruptos, prossigo a escrever para o nonagenário órgão da imprensa local, bem assim, e por idêntico período nos jornais Tribuna de Petrópolis e Diário de Petrópolis, entre outros em cujas instituições tenho recebido fraternal acolhimento.
Seguindo esse fio condutor conciliei os escritos literários, paletas, pincéis, decoração, exposições individuais e coletivas, o ingresso nas instituições profissionais e culturais locais e das cercanias nelas exercendo os mais diversos cargos, como ocorre ainda hoje.

Ressalto, minha sobrevivência era e sempre foi o exercício da advocacia, integrante da Turma de Direito formada em  14 de dezembro de 1974 da Universidade Católica de Petrópolis, a qual, completou o Jubileu de Ouro, no entanto, iniciei nas funções de Contador, em cuja profissão me formei em 14 de dezembro de 1967, no Colégio Ruy Barbosa, em Três Rios.
Minhas retinas e a alma revivem os anos setenta e a  ousadia do estudante sonhador  ao publicar o primeiro livro individual “Silepses” pela Imprensa Vespertina do confrade João Augusto da Costa incentivador do jovem a ensaiar seu voo pelos céus literários petropolitanos.
As memórias estão materializadas nos arquivos, livros, iconografia e nos recônditos espirituais.
Nessa oportunidade, fui levado por Célio Barbosa, consagrado músico e sócio, à apresentadora e escritora Edna Savaget e desse relacionamento elegeu-me  seu afilhado. Prefaciou a mencionada obra.
Dali por diante ela recebeu-me inúmeras vezes em seus programas de TV, Tupy e Bandeirantes, para falar de arte e cultura, lançamentos literários e outras por ocasião das exposições nas searas das artes plásticas.
Nesse período consolidei a amizade com o apóstolo das letras Paulo Cesar dos Santos e, desse período em diante realizamos diversas publicações resultando em  tardes e noites de autógrafos das obras individuais ou antologias.

Elegeram-me aos Quadros de Membros Efetivos da Academia Petropolitana de Letras, Cadeira 22, patronímica de Raul de Leoni, em substituição ao laureado escritor, poeta, advogado, jornalista e professor Acadêmico Silvio Júlio de Albuquerque Lima, falecido em setembro de 1984, através  da indicação feita pelos confrades Paulo César dos Santos, Octávio Leopoldino Cavalcanti de Moraes e Jacques Lucien de Burlet, tão logo abertas as inscrições para preenchimento da cadeira vaga, cujo pleito ocorreu em 02-02-85 e  a posse em 17-05-1985, no Fórum, salão  do antigo Tribunal do Juri situado à Rua do Imperador, número 971, Petrópolis, Estado do Rio de Janeiro no dia 17 de maio de 1984, sob presidência do Acadêmico Joaquim Eloy Duarte dos Santos e integravam a Diretoria os confrades Paulo César dos Santos, Vice- presidente, Jacques Lucien de Burlet, 1º secretário, Mário Fonseca, 2º secretário, Hebe Machado Brasil, 1º tesoureiro, Roberto Camargo, 2º tesoureiro, Durval Pércia Rabelo, bibliotecário e Paulo Machado da Costa e Silva, relações públicas.
Não obstante haver recebido o nome de Fernando Antônio de Souza da Costa, durante essa trajetória meu prenome e um dos sobrenomes foram resumidos para Fernando Costa, simplificado ao  âmbito profissional, literário e jornalístico.
Na Academia Petropolitana de Letras estou a completar o Jubileu de Esmeralda e tenho desempenhado todos os cargos na Arcádia Cultural culminando as funções de presidente em 1994 e, atualmente exerço o múnus de diretor de relações públicas e cerimonial.
Sou o terceiro longevo da gloriosa instituição cultural, às vésperas de celebrar 103 anos de sua fundação, (03-08-1922*03-08-2025) ora presidida pelo Acadêmico Leandro Garcia Rodrigues e na vice-presidência o Acadêmico Cleber Francisco Alves, seguindo-se em segundo lugar o Acadêmico Paulo César dos Santos e o decano, portanto, o mais antigo membro nesta data, o Acadêmico Joaquim Eloy Duarte dos Santos.
A solenidade de posse na A.P.L. foi revestida em beleza literária e repleta em luminares do notável saber, amigos e familiares, não obstante decorridos quatro décadas, povoam a história e a memória deste trirriense, elegeu a Imperial Cidade de Petrópolis desde 1968 estando, portanto, a completar 57 anos de amor e devoção a este altar que Deus construiu em meio à colina.
Repleto em perseverança e obstinação, tenho prosseguido essa  empreitada e, até hoje a missão, história e  memória, realce a reais valores,  passado e presente, a reverência àqueles construtores providenciais da vida a realizar seus projetos em prol da coletividade.
As crônicas por mim produzidas são, também, em ação de graças pelo dom da vida, braços estendidos ante os desvalidos sem voz e nem vez.  Assim elas surgem, ora tristes, ora alegres, de quando em vez um lamento, mas, em sua maioria, hosanas à mãe Santíssima, a Deus Uno por permitirem cumprir meu destino na amada Petrópolis ícone e rainha, Canaã presenteada pelo Criador, Senhor da  vida  na certeza de  meu amor incondicional e eterno assim na terra como nos céus.
Neste epílogo minha gratidão a meus familiares pelo apoio, aos colegas de trabalho Celio Barbosa, Elizabeth Costa, Carla da Costa Barros e Ana Luzia de Souza da Costa, no decurso de 53 anos de atividades profissionais tantas vezes abdicaram de suas tarefas para datilografar meus textos através das máquinas de escrever, ainda hoje os digitam  com paciência e carinho  por vezes usam lentes, em hercúleo esforço na adivinhação de meus hieróglifos, caligrafia essa modificada pelo tempo, por vezes trêmula, ilegível e apressada.

Edição: sexta-feira, 14 de março de 2025

Veja também:




• Home
• Expediente
• Contato
 (24) 99993-1390
redacao@diariodepetropolis.com.br
Rua Joaquim Moreira, 106
Centro - Petrópolis
Cep: 25600-000

 Telefones:
(24) 98864-0574 - Administração
(24) 98865-1296 - Comercial
(24) 98864-0573 - Financeiro
(24) 99993-1390 - Redação
(24) 2235-7165 - Geral