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sexta-feira, 04 de abril de 2025


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Fernando Costa

COLUNISTA

Fernando Costa

Maria lavou com suas lágrimas, secou e ungiu os Pés do Senhor!

Aspira-se uma sociedade igualitária em que se propugne pela justiça, bem comum e igualdade de direitos.

Ao compulsarmos as Sagradas Escrituras, notadamente em João12, 7, Jesus conclama aos opositores: “Deixa-a em paz; pois para o dia da minha sepultura foi que ela guardou isso. Quanto aos pobres, vós sempre os tereis convosco, mas a mim vós nem sempre tereis.”

Há referência sobre a privação em Deuteronômio-15:11

Ali, a real interpretação a completar e esclarecer a dúvida suscitada a muitos: “Nunca deixará de haver pobres na terra; é por esse motivo que te ordeno: abre a mão em favor do teu irmão, tanto para o pobre como para o necessitado de tua terra!”

O próprio Deus Filho nos chama a atenção sobre a existência da miséria.

É cruel, mas, verdade.

Essa dicotomia entre o ter e o não possuir, isto é, “A riqueza e a pobreza vêm do Senhor.” (Eclesiástico 11, 14).

No entanto, a fé e a esperança precisam estar em harmonia a que conquistemos “um novo céu e uma nova terra”.                   (Apocalipse 21, 1)

Em primeiro lugar devemos levar em consideração ao contexto em que Jesus falou da arrebentação durante o almoço na casa de Lázaro, em Betânia ocasião em que Maria ungiu os pés do Rabuni com um perfume raro e muito caro e os secou com os cabelos.

O texto põe na boca de Judas Iscariotes a seguinte indignação: “Por que este perfume não foi vendido por trezentos denários para se dar aos pobres?” (Jo 12,5).

Detenhamo-nos, por um momento à conjuntura em que Jesus afirmou tal coisa.

A repulsa não é real.

“Falou assim, não porque se preocupasse com os pobres, mas, porque era ladrão: ele guardava a bolsa e roubava o que nela se depositava”.

Jesus se dirige ao discípulo insidioso e prediz sua morte. Eleva o gesto da filha repleto em ternura e respeito.

Sabemos todos que Jesus morreu por amor aos mendicantes e diminuídos.

As palavras que se referem aos “pobres” foi uma denúncia.

Os pequeninos sempre estiveram com Ele à mesa.

Durante todo o seu ministério Jesus lutou pela dignidade tão vilipendiada.

Curou o paralítico e o leproso, recuperou as vistas do cego, devolveu a audição aos surdos, ressuscitou mortos e anunciou aos desprovidos a Boa Nova. (MT11,5).

Sua significação é anunciar a Palavra com fidelidade à missão e o compromisso com o Reino que por Ele foi confiado.

Judas não o fez.

Quantas vezes nós não o fazemos.

Nada adianta dissimular o interesse pelos miseráveis a exemplo de Iscariotes.

Ao contrário de anunciar ele foi infiel.

Pior que as trinta moedas de prata, preço pelo qual vendeu o Salvador da humanidade Judas continua nos tempos hodiernos.

Está nos comícios, câmaras legislativas e fundamentalistas ainda que de Bíblia nas mãos.

Salvo raras exceções essa maioria deveria usar das prerrogativas e funções para as quais foram eleitos e aquelas de que são responsáveis eles pensam em si e se esquecem dos necessitados em cultura, saúde, educação, moradia e dignidade.

Somam-se os crimes contra a pessoa.

E se infestam os setores, empresas e ruas, assim como nós, reles mortais ao negarmos o amor do Pai ante as ações, omissões e egoísmo.

Não há que se falar só na carência material, e sim, na espiritual.

Indigência é permitir o infanticídio, os maus tratos às mulheres, ao desvalido e aos idosos.

É permitir que a fome, esse holocausto silencioso continue a maltratar sem dó e nem piedade.

É distribuir pela mídia que “não se devia ajudar à reconstrução da Catedral de Notre Dame destruída pelo incêndio e dizer que as doações deveriam ser distribuídas entre o povo.”

Nesse mesmo diapasão, em nossa Imperial Cidade, temos a Catedral São Pedro de Alcântara já  restaurada.

Seria justo que esses monumentos religiosos, artísticos e patrimônios culturais fossem destruídos, em Paris, pelo fogo e aqui,  pelos vazamentos e desgaste causado pelas intempéries?

Esquecem, porém; restaurar o Reino de Deus e preservar a memória e contribuir ao enriquecimento do espírito.

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