COLUNISTA
137º aniversário da Abolição da Escravatura
O Instituto Histórico de Petrópolis realizou entre os dias 11, 13 e 15 de maio do ano em curso Celebrações Eucarísticas, (Catedral São Pedro de Alcântara e Igreja do Rosário), homenagem no Mausoléu da Família Imperial e Palestra proferida pela Professora Doutora Janaína C. Perrayon Lopes ao ensejo do 137 anos da Abolição da Escravatura no Brasil.
No dia 11 de maio, às 11h, domingo, na Catedral São Pedro de Alcântara, a direção e membros da Instituição estiveram reunidos em orações durante a Santa Missa celebrada pelo Exmº. e Revmo. Padre Adenilson Silva Ferreira, seguida de homenagem no Mausoléu da Família Imperial.
A saudação inicial coube à Exma. Sra. Presidente do IHP Dra. Elizabeth Maller. Assim expressou-se:
“Estimado Padre Adenilson, Pároco da Nossa Catedral de São Pedro de Alcântara
S A I R D. Francisco Theodoro de Orleans e Bragança e sua esposa Dona Mathieu.
Associados e Associadas do IHP, Senhoras e Senhores, Boa tarde!
Há exatos 137 anos, no dia 11 de maio de 1888, o Jornal “o Fluminense”, sediado em Niterói, publicava em seu periódico, a notícia que o projeto de Lei que declarava extinta a escravidão no Brasil havia sido votado na Câmara e encaminhado para o Senado. A reportagem de tão esperada Lei traduzia a vontade nacional e, por esse motivo, havia grande expectativa para sua aprovação, que àquela altura dos acontecimentos era dada como certa.
Os responsáveis pelo jornal estavam acompanhando a movimentação abolicionista aumentando assim as expectativas, naquela lei que poria fim ao sofrimento dos escravizados.
Assinada dois dias após a notícia em 13 de maio de 1888, a mesma pessoa que em 1871 havia assinado a Lei do Ventre Livre, a Princesa Regente Dona Isabel.
O Brasil foi a última nação das Américas a abolir a escravidão. Finalmente rompia as amarras, de tão nefasto regime, anunciando um novo tempo em sua história.
Obrigado a todos.”
A seguir S.S.A.A.I.I.R.R. Dom Francisco Theodoro de Orleans e Bragança e sua esposa Dona Mathieu, juntos à presidente Elizabeth depuseram flores no mausoléu da Princesa Isabel, a Redentora.
Ato contínuo, o Padre Adenilson fez bela alocução ao ensejo da data e procedeu a bênção ao Mausoléu Imperial.
No dia 13 de maio, às 12h15m., na Igreja de Nossa Senhora do Rosário foi oficiada pelo Exmº. E Revmº. Padre Hector a Santa Missa em Ação de Graças.
No dia 15 de maio, às 19h, realizou-se em sua sede estabelecida à Praça de Liberdade, 247, Casa de Cláudio de Souza, a palestra “Fontes Eclesiásticas e História Social: os Africanos e seus descendentes nos registros de matrimônio da Freguesia de São Pedro de Alcântara c.1845 - c.1855” ministrada pela Professora, Doutora Janaína C. Perrayon Lopes aos confrades, alunos da ilustre palestrante e convidados, perfeita sintonia às belas marouflages, vitrais, azulejaria portuguesa e traços arquitetônicos em estilo eclético com influências art déco (início do século XX) foram realçados ante o brilho do público das várias searas do notável saber.
Em perfunctória síntese, a Professora Janaína possui graduação em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ (2002), mestrado em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ. (2006) e Doutorado em História Social pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO (2020). Tem experiência na área de Pesquisa em História, com ênfase em História do Brasil Colônia e Império. Dedica-se especialmente a temática da escravidão, da sociabilidade e da família escrava por meio da análise de fontes paroquiais. É professora da Universidade Católica de Petrópolis desde 2007, onde leciona no curso de Licenciatura em História, nas modalidades presencial e EAD, as disciplinas de História Moderna, História Contemporânea, História e Cultura Afro-Brasileira e História e Cultura Ibérica. Atualmente é professora substituta de História do Brasil e da América Colonial na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO. É coordenadora do Grupo de Pesquisa Fontes eclesiásticas e História Social cadastrado no diretório de pesquisa do CNPQ desde 2018. Além disso, é membro do Conselho Acadêmico da UCP desde 2023.
A assembleia que assinalou os 137 anos da Abolição da Escravatura no Brasil reviveu, inclusive, a dedicação, e a tenacidade do Dr. Henrique Leão Teixeira Filho, e também, da Comissão constituída por Max Fleiuss, Leão Teixeira, Jacobina Lacombe, Rangel Pestana e Alcindo Sodré à elaboração do estatuto do “ Instituto Histórico Dom Pedro II”, aprovado em reunião no dia 24 de setembro de 1938 e oficialmente instalado em 2 de dezembro do mesmo ano, data natalícia do Imperador, patrono do renomado panteão cultural guardião na preservação da história e memória da Imperial Cidade de Petrópolis.
A mesa foi composta e presidida pela Ilma. Sra. professora Dra. Elizabeth Maller, Presidente do Instituto Histórico de Petrópolis à frente dos trabalhos e, também, Ilma. Vice-Presidente deste Instituto, historiadora e professora Vera Abad, Ilmo. Senhor o Diretor Tesoureiro historiador Luiz Carlos Gomes, pela Professora Doutora Janaína Perrayon e por mim, Fernando Antônio de Souza da Costa, Diretor de Relações Públicas e Cerimonial do Egrégio Panteão Cultural.
A Presidente Elizabeth Maller procedeu a saudação inicial e apresentou a ilustre palestrante professora Janaína Perrayon.
Concedida palavra ao Diretor Tesoureiro Luiz Carlos Gomes ele registrou as justificativas de ausência e procedeu a leitura das efemérides.
A segunda parte da cerimônia coube à Professora Doutora Janaína discorrer sobre o tema “Fontes Eclesiásticas e História Social: os Africanos e sus descendentes nos registros de matrimônio da Freguesia de São Pedro de Alcântara c.1845 - c.1855” , cuja eloquência, cultura e simpatia da conferencista foram retribuídos com aplausos e intensa participação dos presentes.
Parabéns à direção do Instituto Histórico de Petrópolis e associados guardiões da cultura, história e a memória petropolitanas.
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