Edição: sexta-feira, 01 de agosto de 2025

Fernando Costa

COLUNISTA

Fernando Costa

Instituto Histórico de Petrópolis Conferência e Posse

O Instituto Histórico de Petrópolis, às vésperas de completar oitenta e sete primaveras, cuja fundação ocorreu em 25 de setembro de 1938, ora, sob presidência da Dra. Elizabeth Maller, junto à laboriosa diretoria e  demais membros da instituição vem dando prosseguimento à rica pauta de conferências, cerimônias de posses e sessões honoríficas.

No dia 21 de julho do ano em curso, realizou dois importantes eventos em sua sede à Praça da Liberdade, número 247, Casa de Cláudio de Souza:

1-Palestra da escritora, pesquisadora, restauradora e historiadora Eliane Marchesini Zanatta, associada titular do IHP, intitulada “Entre fios e tramas: o processo de conservação e restauração do traje majestático do Imperador Dom Pedro II”.

2-Posse do Associado Correspondente escritor e historiador Luís Vaz de Campos Moreira Tourinho  e o lançamento de seu livro “Velhos Baianos”.

A mesa foi composta pela Presidente do I.H.P.  Elizabeth Maller, Diretor Tesoureiro, também Secretário “ad hoc” Luiz Carlos Gomes, Associada Titular Eliane Marchesini Zanatta e o Diretor de Relações Públicas e Cerimonial Fernando Antônio de Souza da Costa.

Procedida a saudação inicial pela Senhora Presidente Elizabeth Maller deu-se início à conferência.

A conferencista Eliane Marchesini Zanatta, eloquente, culta, elegante e simpática, completou ante sua presença  a beleza das  marouflages, vitrais, azulejaria portuguesa e traços arquitetônicos em estilo eclético com influências art déco (início do século XX)  a ornar o belo plenário da sede acadêmica. As fotos históricas acerca da restauração do traje majestático imperial do Imperador Dom Pedro II a todos encantou.  Ouvimos atentamente a restauradora e historiadora Eliane Zanatta referindo-se à coroação e às solenidades de abertura e encerramento das sessões do Parlamento Brasileiro.  À medida que apresentava-nos os pormenores da restauração do manto de Sua Majestade Imperial, parecíamos manusear e a perscrutar  ao vivo e em cores a importante relíquia histórica devidamente preservada, em brilho e beleza dos materiais nobres, “exempli gratia” o veludo, seda, fios de ouro e os adornos com insígnias de ouro e pedras preciosas. foram devolvidos aos olhos e à contemplação. Durante à memorável alocução a Associada Eliane Zanatta disse “foi necessária a estabilização do estado de degradação, por isso, “reforçar a parte estrutural era condição “sine qua non” a  fosse mantida a estabilidade histórica e estética. O Manto Imperial é constituído, também de diversas peças, quais sejam, manípulos de punho, murça de papo de tucano, sapatos e luvas.”

A seguir, procedeu-se a solenidade de posse do escritor e historiador Luís Tourinho, cujo discurso de recepção coube ao Associado Titular Luiz Carlos Gomes. Em perfunctória síntese passarei a descrever trechos de seu pronunciamento: “Com muita satisfação apresento o  historiador Luís Vaz de Campos Moreira Tourinho, que hoje é empossado no IHP.  O seu  currículo brilhante  mostra  o nível que  de Associado que estará nos nossos quadros. O seu primeiro livro  Gymnasio São Salvador: O legado educacional da Família Tourinho (séculos XIX e XX) demonstrou o nível de seriedade de seu trabalho. Agora o  Velhos Baianos : mãos e mentes que moldaram o Brasil, do Visconde de Cayrú a Luiz Viana Filho (1808 1990). , uma obra  ciclópica de mais de 450 páginas, solidifica a minha opinião: temos um pesquisador que vai publicar magníficos tratados historiográficos.

Esperamos , breve, sermos agraciados com algo sobre a nossa Petrópolis.

Bem vindo ao IHP Luís Vaz de Campos Moreira Tourinho”.

O novel associado Luís Tourinho recebeu o Diploma e a insígnia do I.H.P. e, a seguir, proferiu o seu discurso de posse nos seguintes termos Eis alguns trechos de sua exortação:

“Sinto-me muito honrado por fazer parte desta cerimônia na Casa Cláudio de Souza. Eu, nascido e crescido em São Salvador da Bahia, tendo passado por São Paulo e completado seis meses na Cidade Imperial, cumpro mais uma etapa de vida, consagrada simbolicamente pelo ingresso no quase secular Instituto Histórico de Petrópolis. Ao longo desse período, conheci e/ou me aproximei de alguns sócios da instituição, como Luiz Carlos Gomes, ex-presidente do Instituto; Luciano Cavalcanti de Albuquerque, descendente do pernambucano Barão de Pirapama; o carioca Professor Leandro Garcia, docente da UFMG; e o mineiro Padre Thomas Dias, novo pároco da Catedral.

O Instituto Histórico de Petrópolis (IHP) foi fundado na década de 1930 sob os auspícios do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, quando do centenário deste e, desde sua origem, já estavam presentes bahianos da “Bahia com H”, os quais cito em minha obra, hoje lançada em Petrópolis, Velhos Bahianos.

Como sócios fundadores, podemos frisar dois gigantes bahianos: Pedro Calmon e José Wanderley de Araújo Pinho, neto do Barão de Cotegipe. E, como patronos, podemos destacar figuras como Ruy Barbosa, falecido nesta cidade; e Balthazar da Silva Lisboa, irmão mais novo do Visconde de Cayrú, este autor da Abertura dos Portos de 1808. Temos outros patronos ligados à Bahia de alguma forma, seja por laços familiares Joaquim Nabuco e Barão do Rio Branco são filhos de bahianos , seja por terem adotado aquela terra, vide o Visconde de Nogueira da Gama, bisavô materno de Pedro Calmon. Isso sem mencionar dois atuais sócios: Dom Gregório da Paixão O.S.B, bispo emérito de Petrópolis, e meu pai, Caio Cesar Tourinho, sucessor de um residente imperial daqui, Eugênio Tourinho, 2º Visconde de Tourinho. É na casa deste, construída em 1884, na atual Avenida Ipiranga, onde vivemos.

E é esse o dilema que nossa cidade vive no presente momento, e todos nós por consequência: o de abandonar sua visão universal para cair no cômodo, mas mortal, provincianismo.

Por isso, reafirmo e proclamo: ou Petrópolis voltará a ser, de fato e de direito, a Cidade Imperial, ou nada será! Muito obrigado a todos!”

Ao final, o escritor e historiador Luís Tourinho autografou sua recente obra “Velhos Baianos”.

Aplausos ao Instituto Histórico de Petrópolis pela significativa trajetória em prol da cultura e engrandecimento da história e da memória da Cidade de Petrópolis e iguais encômios aos Associados Eliane Zanatta e a Luís Tourinho, trouxeram ao nosso panteão, inesquecíveis momentos de convívio entre a arte e o notável saber, e também, aos associados, autoridades e convidados presentes; o nosso benquerer.

Edição: sexta-feira, 01 de agosto de 2025

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