COLUNISTA
“Dom Pedro II e a França relações culturais e legado”
A gloriosa Academia Brasileira de Letras realizou, no dia 31 de julho do ano em curso, às 17h30m, na Sala José de Alencar, mais uma de suas inesquecíveis tardes culturais, com a conferência “Dom Pedro II e a França relações culturais e legado”, por ocasião do bicentenário do imperador a ser celebrado em dezembro deste ano.
O palestrante da tarde foi o laureado escritor e mestre Doutor Leandro Garcia Rodrigues, conhecido pelos cultores das belas letras.
O evento foi coordenado pelo escritor e ilustre romancista baiano Antônio Torres, Titular da A.B.L., Cadeira 23 patronímica de José de Alencar. Ressalte-se que Antônio Torres tem seus livros publicados em mais de 18 idiomas, principalmente inglês, francês, alemão, italiano, dentre outros, a exemplo de “Essa Terra”, em 32ª edição.
A Cadeira número 23 da A.B.L foi anteriormente ocupada por Machado de Assis, fundador da A.B.L., Lafayette Rodrigues Pereira, Alfredo Pujol, Otávio Mangabeira, Jorge Amado, Zélia Gattai e Luiz Paulo Horta. Antônio Torres integra, também, diversas arcádias culturais e, para nossa alegria é Titular da A.P.L., Cadeira 1, patronímica de Paulino José Soares de Souza.
A palestra foi apresentada com uma hora de duração, quando os principais assuntos foram analisados.
A pesquisa, fruto do terceiro Pós-doutorado do Prof. Leandro Garcia, feito na Universidade Sorbonne Nouvelle, em Paris, ao longo de 2024. Este pós-doutorado foi integralmente dedicado a investigar as relações culturais entre D. Pedro II com a cultura francesa.
Leandro Garcia apresentou a imensa quantidade de correspondentes do imperador em solo francês: trocou cartas com poetas, romancistas e cientistas;
As cartas recebidas por D. Pedro II dos intelectuais franceses estão salvaguardadas no seu arquivo, do Museu Imperial. Já aqueles que ele enviou, estão em diferentes instituições francesas, especialmente no arquivo do Instituto de França, em Paris.
Leandro Garcia afirmou que D. Pedro II aproveitou esta imensa rede de sociabilidade com os franceses para apresentar e divulgar a literatura brasileira naquele país, já que vários textos dos nossos poetas foram traduzidos ao francês e publicados na imprensa daquela pátria.
A Casa de Machado de Assis já havia recebido Leandro Garcia em diversas oportunidades, inclusive para lançamento de seu livro “Jorge de Lima e Alceu Amoroso Lima”, ocasião em que estive presente, ao concorrido evento, assim como em oportunidades outras, ali compareci desde os anos oitenta a convite dos confrades Arnaldo Niskier, Austregésilo de Athayde, Rachel de Queiroz, Murilo Melo Filho e Roberto Marinho.
Não é a primeira vez que disse a Leandro da alegria em ser seu amigo, confrade em diversos sodalícios e da admiração por sua cultura, simpatia, bom humor e simplicidade, atributos a ornar, também o confrade e amigo Antônio Torres.
Ontem reiterei ao Leandro Garcia: se Deus, por intercessão da Mãe do Belo Amor conceder-me mais um privilégio, desejo estar no Salão Nobre do Petit Trianon, da Academia Brasileira de Letras, a assistir a investidura de Leandro, pois, méritos não lhe faltam e tenho convicção de que intensificará o brilho daquele panteão, a abrigar luminares do notável saber.
Leandro é fonte inesgotável de erudição, trabalho e pesquisa.
O próximo lançamento da lavra de Leandro Garcia intitula-se
“Dom Pedro II e a Cultura Hebraica”, a realizar-se em 2 de dezembro de 2025, às 19h, no Museu Imperial
Em perfunctória síntese biográfica, Leandro Garcia é licenciado em Letras pela Universidade Castelo Branco; Mestre e Doutor em Estudos Literários pela PUC-Rio. Possui três Pós-doutorados: em Estudos Literários (PUC-Rio), em Teologia (FAJE-BH) e em História (Sorbonne Nouvelle / Paris 3). É professor de Teoria Literária e Literatura Comparada na Faculdade de Letras da UFMG (atuando nos ensinos de graduação e pós-graduação). É especialista em Teopoética (estudos comparatistas entre Literatura e Teologia) e em Epistolografia (estudos de cartas/correspondências) de escritores, bem como nas pesquisas com arquivos literários, com vários livros e ensaios publicados nesta temática. É pesquisador-bolsista em Produtividade de Pesquisa do CNPq e membro titular do Instituto Histórico de Petrópolis (IHP), da Academia Petropolitana de Letras (APL), do Conselho Diretor do Museu-Casa de Stefen Zweig e do Conselho Científico do Museu Imperial de Petrópolis.
Concluída a palestra proferida por Leandro Garcia, Antônio Torres retornou com a palavra e leu dois sonetos de autoria do Imperador, encerrando a sessão.
A Academia Brasileira de Letras proporcionou ao público presente inesquecível tarde cultural, por isso, “Academia, imortal a cada dia.”
Renovo, pois, os aplausos aos caríssimos confrades Leandro Garcia e Antônio Torres, ourives da literatura, generosos e queridos, lembram-me Clemente de Alexandria in Miscelânea nos idos do século III a.C. que mandava entalhar na sola de seus calçados palavras de saudação e amor, isso porque onde passasse deixaria impresso seu sentimento, assim são aos bons amigos e Anjos Tocheiros, por onde passam deixam um rastro de luz.
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