COLUNISTA
Na flor dos anos não existe em nossos planos a palavra morte e o dia de finados, exceções à parte é tão somente um feriado a mais para irmos à praia, a piscina, comermos churrasco e tomarmos cerveja...
Em 2025 o “Dia de Todos os Santos, sábado e, Finados,” domingo, significou a esticada, para alguns, que exercem suas funções profissionais em fins de semana.
Momento de reverência aos veneráveis inscritos no cânon celestial, sobretudo, um dia para que os fiéis possam se espelhar e se inspirar nos santos, conforme pontificou o SS. Papa Francisco “Sede Santos como o Pai é Santo”; tempo de reflexão, perdão, concórdia, inclusive a revisão das atitudes numa vida pautada nos valores apregoados pela religião.
A Santa Igreja Católica, Apostólica Romana, no Dia de Finados, 2 de novembro honra os mortos em suas cerimônias Eucarísticas e rezar por suas almas, em especial as do purgatório, com o objetivo de sua purificação e a chegada à eterna glória. As Santas Missas, orações e visitas aos cemitérios ornados em flores e velas demonstram o respeito e amor ao que vivem a Páscoa verdadeira.
Seguindo esse fio condutor outros tantos em tais recessos nada lhes altera.
Cultuamos essa tradição cristã que vem desde a antiguidade quando os judeus já o destacavam em seu calendário que se devesse rezar pelos defuntos.
O Catecismo da Santa Igreja dá relevo, nos direciona as orações pelas almas do purgatório e sua depuração.
O culto à memória, à história tanto de âmbito familiar quanto de um modo em geral deve ser preservada.
Peçamos a intercessão das Santas Almas.
A morte nivela a humanidade.
Ela existe para todos sem distinção de classe social ou do poder econômico.
Fátima Cruz, minha irmã no benquerer, era minha companhia nessas ocasiões em deposição de flores e preces no cemitério em datas festivas tal como aniversário, Natal, Páscoa, Finados, dia dos Pais e das Mães.
Rezemos por todos, conhecidos e desconhecidos, inclusive pelos 120 falecidos no Rio de Janeiro, no dia 28 de outubro do ano em curso.
No domingo, arremessamos pétalas de rosas ao ar e ornamos os mausoléus familiares e cumprimos a liturgia das exéquias.
Finados marca a celebração da vida eterna das pessoas queridas que já residam na pátria espiritual.
No século 1º, os cristãos deram início ao culto aos falecidos.
Eles costumavam visitar os túmulos dos mártires nas catacumbas para rezar pelos que morreram sem martírio.
No século 4º, a Memória dos Mortos passou a ser lembrada na celebração da missa.
E desde o século XI, os Papas Silvestre II (1009), João XVIII (1009) e Leão IX (1015) conclamam a comunidade a dedicar um dia por ano aos mortos, porém o dia 02 de novembro foi estabelecido no século XIII, porque no dia 1º de novembro é a festa de "Todos os Santos" isto é, aos que mesmo não canonizados permaneceram em estado de graça.
É preciso estar conscientes de que o falecimento é uma transição e faz parte da vida.
Ela é natural.
Foi experimentada por Jesus Cristo - e morte de cruz, para redimir a humanidade.
Ainda assim as limitações humanas provocam em nós medo e insegurança.
E morreremos para a carne sem exceção.
Vivemos o dia de finados.
Tempo de esperança. Ela não é o fim, mas uma passagem para a vida eterna com Deus para aqueles que creem.
Disse Jesus: "Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá". (João 11,25).
Oremos: "Concedei-lhes, Senhor, o descanso eterno e fazei brilhar sobre eles a luz perpétua e que todas as almas dos fiéis defuntos, pela misericórdia de Deus, descansem em paz.
"Pelo batismo fomos sepultados com ele no decesso, para que, assim como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos mediante a glória do Pai, assim também nós caminhemos numa vida nova" (Romanos 6,4).
É natural sentirmos saudade. Ela é um reflexo do amor que permanece.
Nas Sagradas escrituras, em Hb 9,27 estão prescritos: “Estote parati, quia qua hora non putatis, Filius hominis veniet” “Estai prevenidos, porque na hora em que menos pensais virá o Filho do Homem”.
São Paulo aos Filipenses diz: “Para mim, o viver é Cristo e o morrer é lucro.”
São Gregório falou que Deus nos oculta, para o nosso bem, a hora da morte, a fim de que estejamos sempre preparados para morrer.
Disse São Bernardo que “a morte pode levar-nos em qualquer momento e em qualquer lugar, por isso, se queremos morrer bem e salvar-nos, é preciso que a estejamos esperando em qualquer tempo ou lugar.”
Santo Agostinho nos lembra de que “para aquele que não quis salvar-se quando pôde; agora, quando quer, não o pode”.
Ao compulsar a Regra de São Bento ela aconselha aos monges a manterem o perecimento diariamente diante dos olhos.
Essa consciência do finamento os torna cada vez mais vivos.
É o que precisamos. Estarmos atentos.
Se nos acostumarmos ao óbito, nos desprendemos do mundo.
Vivamos cada dia e tirarmos da cabeça as palavras doença e sofrimento. “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que houver morrido, viverá” (Jo. 11,25)
Serve de alerta, mas a Providência Divina é misericordiosa.
Ao chegar à derradeira hora no momento final, haveremos de contar com a presença de Nossa Senhora, os Anjos da Guarda e os eleitos do Cânon Celestial a nos conduzir até o Altíssimo para a sentença final na esperança de que ela seja absolutória.
Ita Speratur. Amém.
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