COLUNISTA
Pela Resolução 95, de 27 de abril de 1896, obteve essa denominação o logradouro que tem início no lado ímpar da Rua do Imperador, junto ao nº 9 e termina ao final da Rua Paulo Barbosa. Teve como denominações anteriores: Caminho do Palatinato e Toneleiros. E é conhecida popularmente por Rua da Estação.
José Thomas da Porciúncula (1854-1901) nasceu em Petrópolis, a 25 de dezembro de 1854, filho de Thomaz José da Porciúncula e de Dona Francisca de Paula Porciúncula.
Formou-se em medicina em 1880. Aos 27 anos, em 1881, alistou-se no Clube Republicano, no mesmo ano casou-se com Dona Luíza de Mello Franco. No ano seguinte, 1882, volta a Petrópolis, onde passou a residir e clinicar. Fundou o Partido Republicano em Petrópolis, foi eleito deputado à Assembléia Provincial para o biênio de 1884-1885. Reeleito, tornou-se um dos líderes da Campanha Abolicionista. Em 1887, seus correligionários obtiveram a maioria na Câmara Municipal de Petrópolis, o que levou o Governo Imperial a intervir, desmembrando do município parte de seu território, que passou para o de Paraíba do Sul.
Proclamada a República, foi nomeado presidente do Estado do Maranhão e por seis anos senador pelo Estado do Rio de Janeiro. Em 28 de setembro de 1901, aos 47 anos, falecia em sua residência, à Rua Paulo Barbosa, esquina com Toneleiros. Não deixou filhos, e sua viúva viveu até os 86 anos, vindo a falecer a 18 de janeiro de 1943.
O Caminho do Palatinato, assim como depois a Rua de Toneleiros denominavam os caminhos nas duas margens do rio Palatinato. em 1883 inaugurou-se a Estação Ferroviária, nas margens esquerda do rio. A região, até então, era um subúrbio, parte inicial do Quarteirão Palatinato Inferior, ao qual conduzia. Eram dois caminhos de terra batida depois calçadospelo sistema de Mac Adam. Macadamisados, cercados de poucas construções e muito mato.
A Rua de Toneleiros, digamos, se afasta do Quarteirão Palatinato Inferior, quando da construção da Estação de Petrópolis da Ferrovia Príncipe do Grão-Pará, cuja inauguração se deu a 18 de fevereiro de 1883, e com isso inicia-se a construção de prédios para hotéis, bares e restaurantes, em seu então lado par. A estação torna-se a marca do logradouro.
Em sua edição de quarta-feira, 14 de agosto de 1883, o jornal O Mercantil traz: ... às 9 h. da manhã de domingo (11) chegou a locomotiva da Estrada de Ferro Príncipe do Grão-Pará, pela primeira vez à estação desta cidade, conduzindo Sua Majestade o Imperador e grande número de passageiros vindos da capital. O belo edifício da estação estava graciosamente embandeirado e a população acorreu ao sítio, entusiástica e jubilosamente. A banda do Congresso Filarmônico 15 de Março saldou a vinda do povo.
Uma semana depois ainda O Mercantil noticiava a inauguração oficial no domingo, 18 de fevereiro de 1883: ...conduzindo o trem os Imperadores e a família Imperial, grande comitiva, além dos Engenheiros: Lisboa e Coutinho, os diretores da companhia, Michel e Pandiá Calógeras e Miguel Detzi, que tomaram parte ativa na construção, tendo a Banda de Música da Casa Imperial abrilhantado a festa. Preços das passagens Rio-Petrópolis na inauguração da estação: 7$500 1ª classe; 6$000 2ª classe.
Um ano e pouco depois, a 30 de abril de 1884, inaugurou-se um busto de bronze do barão de Mauá na sala de espera da estação, na presença deste, que havia sido conduzido, pela primeira vez, a Petrópolis, pela ferrovia neste dia. O presidente da Companhia,
Engenheiro João Martins da Silva Coutinho, em curto discurso - iniciado com a lembrança de que naquele dia 30 de abril, há 30 anos, Mauá inaugurara a primeira Estrada de Ferro construída no Brasil - disse dos esforços do mesmo e dos capitais despendidos para trazer até o interior da Província do Rio de Janeiro os trilhos da linha férrea pela serra da Estrela. Idoso, visivelmente comovido, Irineu Evangelista de Souza, já visconde, com grandeza do Império, agradeceu em belo discurso. Muitos anos permaneceu ali o busto, até que a Grão-Pará deixou de ser uma empresa nacional, desaparecendo ele para lugar ignorado. Junto com o
Império foi-se a Estrada de Ferro Príncipe do Grão-Pará. Com a República chega a britânica The Leopoldina Railway Company.
Na virada de século XIX para o século XX o consumo de aguardente de cana já era alto: no número 12 da rua, o Café e Bar de Nogueira e Rabello e Cia. pagava à PMP o imposto devido por três pipas de aguardente a cada 10 dias.
Continua....
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