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Frederico Amaro Haack

COLUNISTA

Frederico Amaro Haack

DOM PEDRO II, O MAGNÂNIMO.


Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Bragança e Bourbon, dom Pedro II (ou Pedro II do Brasil) foi o segundo e último Imperador do Brasil.

Subiu ao trono em 1840 e esteve a frente do país até 1889, quando ocorreu o golpe que instalou a República. Seguindo as tradições portuguesas e reais, o herdeiro do trono recebeu vários nomes a fim de homenagear seus avós, santos e anjos.

Nascido em 2 de dezembro de 1825, no Palácio da Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, dom Pedro II era filho de dom Pedro I, o primeiro Imperador do Brasil, e da Imperatriz d. Maria Leopoldina. Ele era o sétimo filho do casal, mas tornou-se herdeiro visto que seus irmãos mais velhos, Miguel e João Carlos, morreram.

Sua mãe, a Imperatriz Carolina Josefa Leopoldina Fernanda Francisca de Habsburgo-Lorena, dona Leopoldina, faleceu quando ele tinha cerca de um ano de idade. Posteriormente, seu pai o deixaria com cinco anos, partindo para conquistar o trono português e ali morreria quando ele tinha nove.

Por esse motivo, teve uma infância difícil, embora tenha recebido uma educação exemplar. Durante sua formação, teve aulas de artes, história, geografia, ciências naturais, letras, línguas, equitação e esgrima.

Em 1831, dom Pedro I abdica do trono brasileiro e retorna a Portugal a fim de garantir o trono português para sua filha mais velha, dona Maria II. Assim, dom Pedro permaneceu no Brasil sendo nomeado príncipe regente, com apenas 5 anos de idade.

No Brasil, primeiramente ele ficou sob a tutela de José Bonifácio de Andrade e Silva e, depois, de Manuel Inácio de Andrade Souto Maior, marquês de Itanhaém.

Devido as guerras civis ocorridas no período regencial, o grupo liberal manobrou para que a maioridade do príncipe seja antecipada. Por isso, ele assume o trono em 1840, pouco antes de completar 15 anos.

Em 1843, casou-se com a princesa Teresa Cristina Maria de Bourbon, filha de Francisco I das Duas Sicílias, Rei das Duas Sicílias e da infanta Maria Isabel de Espanha.

Com a imperatriz Teresa Cristina teve 4 filhos:

Afonso Pedro (1845-1847), Príncipe Imperial

Isabel do Brasil (1846-1921), Princesa Imperial

Leopoldina do Brasil (1847-1871), Princesa do Brasil

Pedro Afonso (1848-1850), Príncipe Imperial

Apenas as meninas, Isabel e Leopoldina, chegaram à idade adulta. Isabel seria a herdeira do trono e exerceria a regência em três ocasiões. Já Leopoldina casou-se com o príncipe alemão Luís Augusto de Saxe-Coburgo-Gota e viveu na Europa até sua morte, em 1871.

Em 1886, dom Pedro II viajou para a Europa para cuidar de sua saúde e visitar vários lugares de interesse histórico e científico. Em seu lugar ficou a Princesa Isabel, responsável por assinar as leis abolicionistas como a Lei do Ventre Livre, em 1871 e a Lei Áurea, em 1888.

Dom Pedro II governou o Brasil durante 49 anos, entre 23 de julho de 1840 a 15 de novembro de 1889, quando foi proclamada a República. Esse período ficou conhecido como Segundo Reinado.

Por meio do “Golpe da Maioridade” foi nomeado imperador em 23 de julho de 1840, quando tinha apenas 14 anos de idade.

Segundo a Constituição implementada por seu pai, o imperador Dom Pedro I, em 1824, a maioridade do herdeiro era alcançada com 21 anos completos. A Declaração de Maioridade, portanto, permitia que ele governasse o País, antes desta idade.

Note que essa declaração foi uma estratégia do partido liberal, o qual tinha o intuito de acabar com o Período Regencial no Brasil. Durante este período, o país era governado por grupos políticos (liberais e conservadores) que defendiam princípios diferentes.

Com o Golpe da Maioridade, o período regencial (1831-1840) termina no País, dando lugar ao Segundo Reinado.

Durante seu governo, d. Pedro II focou no desenvolvimento econômico e social do país, sendo construídas as primeiras linhas telegráficas e a primeira estrada de ferro do país.

Foi nesse período que as leis abolicionistas avançaram:

Lei Bill Aberdeen (1845);

Lei Eusébio de Queirós (1850);

Lei do Ventre Livre (1871);

Lei dos Sexagenários (1887);

Lei Áurea (1888).

Viajou para diversas partes do País e do mundo com o intuito de conhecer as diversas inovações tecnológicas e trazer para seu país natal. Nesse período, deixou sua filha Isabel como regente do País.
Durante seu governo aconteceram diversas revoltas das quais se destacam:

Revolta dos Liberais (1842), em Minas Gerais e São Paulo;

Guerra dos Farrapos (1845), no Rio Grande do Sul;

Revolução Praieira (1848), em Pernambuco.

Venceu algumas importantes guerras como a Guerra do Prata (Guerra contra Oribe e Rosas) em 1850; a Guerra do Uruguai (Guerra contra Aguirre) em 1864; e a Guerra do Paraguai (1865).

No final de seu governo sofreu um golpe de Estado, no dia 15 de novembro de 1889, o que resultou no exílio na Europa.

Após a instalação da República foi obrigado a deixar o país, se transferindo para Portugal com sua família. Mais tarde, foi morar na França, vindo a falecer em 5 de Dezembro 1891 no Hotel Bedford em Paris, vítima de uma pneumonia aos 66 anos.

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