COLUNISTA
No dia 8 de junho de 1890, era instituído o primeiro casamento civil da cidade, a cerimônia foi realizado no paço da Intendência Municipal, na Avenida 15 de Novembro, atual rua do Imperador, o prédio ficava de frente para onde está erguido o Obelisco, anos mais tarde o casarão foi demolido.
Antes da celebração do enlace matrimonial regido pelo decreto-lei n. 181 de 24 de Janeiro de 1890, fora realizada a instalação do casamento civil. A cerimonia fora presidida pelo juiz de casamentos, o 1º juiz de paz de Petrópolis, o tenente-coronel Cândido José de Almeida, que foi quem solicitou o um Fórum para a nossa cidade, atuou como vereador e presidente da municipalidade no antigo regime de agente do Correio, autoridade policial e entres outros cargos públicos. Foi escrivão o tenente-coronel José Caetano dos Santos, oficial privativo de casamentos.
As testemunhas de tão solene ato foram, dr. Bernardino Xavier Rebelo de Faria, dr. Gabriel José Ferreira Bastos e José Tavares Guerra, membros da Intendência Municipal, major Ricardo Narciso da Fonseca, secretário da Intendência e Felipe Bretz.
O juiz de paz, depois de proferir um breve discurso sobre o ato, declarou instalado o casamento civil em Petrópolis, neste termo, lavrando uma ata, segue transcrita abaixo:
Ata da instalação do casamento civil no Termo de Petrópolis, Estado do Rio de Janeiro. Aos oito dias do mês de junho do ano de mil oitocentos e noventa, em uma das salas da Intendência Municipal e das audiências do juiz de Casamentos, 1º Juiz de paz, Cândido José Vale de Almeida, presentes o mesmo, comigo escrivão e os cidadãos abaixo-assinados, o referido juiz declarou instalado o casamento civil neste termo. E para constar lavrei a presente ata, que vai por todos assinada. E, eu, José Caetano dos Santos, escrivão, o escrevi. (assinados) Cândido José Vale de Almeida. B.X. Rebelo de Faria. dr. Gabriel José Pereira Bastos. José Tavares Guerra. Ricardo Narciso da Fonseca. Felipe Bretz.
Após a instalação foi realizado o primeiro casamento civil, sendo o noivo, Carlos Alberto Gustavo Eckhardt, com 21 anos, era marceneiro e filho de Gustavo Eckhardt, criador da primeira Banda Musical de Petrópolis, a Banda dos Gustavos e de Margarida Eckhardt, morador da rua 13 de Maio e a noiva Ana Maria Esch, com 23 anos, filho de Frederico Esch e de Cristina Esch, moradora da rua Westphália, hoje rua Barão do Rio Branco. As testemunhas foram Henrique Sixel e Francisco Sixel.
A festa após o casamento foi realizada no Casino D. Izabel, posteriormente Casino Teatro Fluminense, já demolido. O salão estava repleto de amigos e familiares dos noivos que alegremente comemoravam este ato histórico, que marcou uma nova era na constituição da família petropolitana e brasileira.
Nesse mesmo dia também foi feito o casamento de Sebastião Arruda e Jovita de Paula.
O tenente Candido de Almeida após realizar os casamentos doou ao conselho de vereadores a caneta e a pena com que foram escritos os termos desses dois atos. E foi assim foi inaugurado o casamento civil em Petrópolis.
Fontes consultadas:
Artigo: A instalação do casamento civil em Petrópolis., Jornal Tribuna de Petrópolis, Petrópolis, 8 de junho de 1917.
BRASIL. Decreto-Lei, nº 181, de 24 de Janeiro de 1890. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1851-1899/D181.htm > Acesso em 12/11/2018
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