COLUNISTA
 
 
 Desde a fundação da Imperial Colônia de Petrópolis e por todo o período Imperial, denomina-se Rua de Dom Affonso. Quando da proclamação da República, em 1889, denominou-se 28 de Setembro. A denominação atual veio através da Resolução 23-A, de 31 de maio de 1895. Em duas pistas margeando o rio Quitandinha, o lado ímpar inicia na Praça Princesa Isabel e o par, ao final da Avenida Tiradentes e ambos terminam na Praça Da Liberdade. 
A mais nobre das ruas de Petrópolis, desde a sua fundação, outro lado do hexágono do Quarteirão Vila Imperial. Curioso que, na planta de Koeler aparece assinalada uma rua chamada “Dos Engenheiros”, que saia, aproximadamente, do centro da Rua Dom Affonso em seu lado ímpar, terminando na Praça da Confluência, atual Palácio de Cristal, por motivos ainda não explicados, jamais foi aberta. As paineiras e os chorões e ipês originais foram plantados na década de 1860, como em outras ruas centrais da cidade, por podas malfeitas e catástrofes naturais, não se recuperaram mais, restando para nós apenas magnólias e apenas duas paineiras nas cabeceiras da ponte, no início da avenida.
No nº 9 da Rua de Dom Affonso, em 1858, Mr. Adolphe fazia retratos “Photográphicos”; o nº 4 é residência do Sr. Kramer, onde Adriano Henrique Mynsser, engenheiro “topográphico” aceita serviços e vendia prazos (lotes) no Quarteirão Inglês, os de nº 2801e 2807 e também, uma casa nova e bem construída, no largo de Dom Affonso, no prazo 175. Ainda em 1858, em uma casa na mesma rua, o sr. Sanelli, recém-chegado do Rio de Janeiro, convidava o público para assistir a espetáculos com habilidades de ratos, em 4 de março, às 10 horas da manhã e às 10 horas da noite. Uma inundação no dia seguinte, em 5 de março de 1858, alagou completamente a rua, cansando grande prejuízo aos moradores. Citando aqui Álvaro Zanatta “Talvez, quem sabe, os ratos do sr. Sanelli sejam os ancestrais dos atuais, que povoam os rios petropolitanos.” Na numeração ainda antiga, em 1901, no início do século XX, residiam ao nº 6-B o sr. José Rodrigues Peixoto e ao nº 7, o dr. Francisco Cândido Figueira Saboya.
As chuvas também fizeram com que os rios transbordasse com frequência durante os verões. Na grande inundação de março 1945, as guaritas da guarda do Palácio Rio Negro foram arrastadas pela correnteza e encalharam próximo ao Palácio de Cristal. Cruzando o rio ao centro da avenida, unindo as duas vias, uma ponte de madeira construída e inaugurada em 1954, é hoje um ponto turístico dos mais fotografados, nesta que, sem dúvida, é uma das avenidas mais bonitas de Petrópolis, possuindo belos palacetes e residências que, com a paisagem em torno, compõem um lindo visual.
O nº 260 foi, inicialmente, construído com um só pavimento, teve mais um depois e ainda uma anexo, que foi um capela dedicada a São José. Foi desapropriado pelo governo municipal em 9 de junho de 1994 e recebeu o nome de “Palácio Koeler”, pelo Decreto nº 733, de 29 de setembro de 1996 e “Palácio Fadel”, janeiro de 2001. No local funcionam a diversas repartições municipais e o gabinete do prefeito. O Palácio Rio Negro, no nº 255, foi construído no início da década de 1880 pelo barão do Rio Negro, Manuel Gomes de Carvalho, para sua residência de verão. Em 1894, o palacete foi adquirido pelo Estado do Rio de Janeiro para servir à administração estadual durante o tempo em que capital estadual era em Petrópolis, e aqui permaneceu até 1902.
 Um ano depois foi hipotecado ao Banco do Brasil, passando a fazer parte do patrimônio da União, desde então serviria de residência de verão aos presidentes da república, até a mudança da Capital Federal para Brasília, em 1960. Recordamos a tragédia que aconteceu nos jardins do palácio, em 28 de fevereiro de 1960, quando o helicóptero do Governo Estadual, ao levantar voo, se chocou com a parede lateral de uma casa anexa à direita do palácio, caindo e pegando fogo provocando a morte do então governado dr. Roberto Silveira. Hoje palácio e anexo são ocupados por repartições municipais, estando o palácio, propriamente dito, sempre pronto a acolher os presidentes da República, que ocasionalmente visitam a cidade. Foi também durante as 
 décadas de 1970/1980, sede do Comando da 1ª Brigada de Infantaria Motorizada. 
 Outras residências que se destacam, por abrigar ou pertencer a personalidades ilustres, como a de nº 144, solar mandado construir no final do século XIX, por Paulo Frontin, conhecido engenheiro brasileiro e prefeito do Distrito Federal, que passou a propriedade para a família Pereira Carneiro, proprietários do Jornal do Brasil, em meados do séculos XX. E também a de nº 135 construída entre os anos 1908 e 1910, residência de Joaquim Gomensoro, promotor público e empresário, cidadão de larga atuação no Rio de Janeiro e no município de Petrópolis. O palacete recebia as mais altas personalidades do país, em festas de larga expressa. Mais tarde nele residiu a família Martinelli e, em temporadas o deputado Barreto Pinto, atualmente serve ao Colégio 
 Alaor. 
 
 Bibliografia: 
 ZANATTA, Álvaro. Histórias e Lendas das ruas de Petrópolis. 
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