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sábado, 15 de junho de 2024


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Frederico Amaro Haack

COLUNISTA

Frederico Amaro Haack

ANA NERY, A PIONEIRA DA ENFERMAGEM BRASILEIRA.

Anna Justina Ferreira Nery nascida em 13 de dezembro de 1814, na cidade de Cachoeira, na Bahia. Filha de Justino Ferreira e Rosa Maria de Jesus, Anna cresceu em uma família humilde, mas com uma infância estável.

Não sabemos muito sobre a educação formal de Anna Nery, provavelmente frequentou uma escola básica da época, onde aprendeu a ler e escrever. Devido às limitações educacionais impostas às mulheres no século XIX, a educação de Anna pode ter sido focada principalmente no ensino doméstico e nas habilidades necessárias para administrar uma casa e cuidar de uma família.

Ao longo de sua vida, Anna desenvolveu um forte senso de compaixão e empatia pelos outros, características que seriam fundamentais para sua futura carreira na enfermagem. Essa formação pessoal, combinada com as experiências e desafios que enfrentaria como enfermeira, permitiu que Anna Nery deixasse uma marca indelével na história da enfermagem brasileira.

Nos próximos tópicos, vamos explorar o casamento e a vida familiar de Anna Nery, bem como o início de sua jornada na enfermagem, que culminou em sua atuação heroica durante a Guerra do Paraguai.

Anna Nery casou-se, aos 23 anos,  com Isidoro Antonio Nery, um oficial da Guarda Nacional e comerciante na cidade de Cachoeira. Tiveran três filhos: Justiniano, Isidoro e Antonio. Durante essa fase de sua vida, Anna se dedicou ao papel de esposa e mãe, cuidando de sua família.

Em 1843, a família Nery mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro, onde Anna continuou a desempenhar seu papel de mãe e dona de casa. Infelizmente, a vida familiar de Anna enfrentou momentos difíceis quando seu marido, Isidoro Antonio Nery, faleceu em 1844, a bordo do veleiro Três de Maio, no estado do Maranhão. Ela ficou viúva e com a responsabilidade de criar seus três filhos sozinha.

Essa perda foi um momento decisivo na vida de Anna Nery, que se tornou ainda mais determinada a cuidar de sua família e contribuir para a sociedade. Foi nesse contexto que Anna decidiu se voluntariar como enfermeira durante a Guerra do Paraguai, uma decisão que mudaria sua vida e marcaria o início de sua trajetória na enfermagem brasileira.

A carreira de Anna Nery na enfermagem começou de forma inesperada e corajosa. Em 1864, com o início da Guerra do Paraguai, o Brasil entrou em conflito contra o Paraguai, um dos eventos mais marcantes da história sul-americana. Os filhos de Anna, Justiniano e Isidoro, juntaram-se ao exército brasileiro para lutar na guerra.

Neste momento difícil, Anna Nery decidiu se oferecer como voluntária para servir como enfermeira, com o objetivo de cuidar dos soldados feridos e também de acompanhar seus filhos no campo de batalha. Essa decisão foi um ato pioneiro e corajoso, uma vez que a enfermagem ainda não era uma profissão estabelecida no Brasil, e poucas mulheres se aventuravam a atuar em áreas de conflito.

Em 1865, Anna Nery partiu para o Paraguai, onde trabalhou incansavelmente para tratar dos soldados feridos e doentes, tanto brasileiros quanto paraguaios. Sua dedicação e habilidade em cuidar dos enfermos chamaram a atenção de seus superiores e colegas, que passaram a respeitá-la e admirá-la pelo seu profissionalismo e compaixão.

Durante sua atuação na guerra, Anna Nery demonstrou a importância do cuidado humanizado e do tratamento digno para todos os pacientes, independentemente de sua nacionalidade. Esses valores se tornariam fundamentais para a futura evolução da enfermagem no Brasil.

A participação de Anna Nery na Guerra do Paraguai foi um período marcante e desafiador em sua vida e carreira. Durante os quatro anos em que esteve no conflito (1865-1869), Anna enfrentou inúmeros desafios, tanto físicos quanto emocionais, e se destacou por sua coragem, resiliência e dedicação aos soldados feridos e doentes.

Anna atuou em diversos hospitais militares, incluindo os hospitais de Assunção, Corrientes e Humaitá, onde prestou cuidados médicos e psicológicos aos pacientes. Ela também desempenhou um papel fundamental na organização e administração desses hospitais, garantindo que os soldados recebessem o tratamento adequado e os recursos necessários para sua recuperação.

Durante sua atuação na guerra, Anna Nery vivenciou o sofrimento e a dor dos soldados no campo de batalha, o que fortaleceu ainda mais seu compromisso com a enfermagem e a humanização dos cuidados de saúde. Além disso, sua experiência na guerra permitiu que ela desenvolvesse habilidades práticas e técnicas que seriam fundamentais para a futura profissionalização da enfermagem no Brasil.

A dedicação e o profissionalismo de Anna Nery durante a Guerra do Paraguai não passaram despercebidos. Em 1867, ela recebeu a Medalha Geral de Campanha e a Medalha Humanitária de Primeira Classe em reconhecimento ao seu serviço exemplar como enfermeira. Essas honrarias evidenciaram a importância de seu trabalho e contribuíram para o aumento da visibilidade e do respeito pela enfermagem como profissão.

Após o fim da guerra, Anna Nery retornou ao Brasil como uma heroína e pioneira da enfermagem, com um legado que inspiraria gerações de enfermeiras a seguirem seus passos e lutarem por uma enfermagem mais humana, ética e profissionalizada.

Durante sua atuação na Guerra do Paraguai, Anna Nery enfrentou diversas experiências e desafios que testaram sua coragem, habilidades e determinação. Esses momentos difíceis, no entanto, também contribuíram para seu crescimento pessoal e profissional, moldando-a como uma pioneira na enfermagem brasileira.

Algumas das experiências e desafios enfrentados por Anna Nery incluem:

Preconceito e discriminação: Como uma das primeiras mulheres a atuar como enfermeira em um contexto de guerra, Anna enfrentou preconceito e discriminação por parte de seus colegas e superiores. No entanto, sua competência e profissionalismo rapidamente conquistaram o respeito e a admiração daqueles que a cercavam.

Separação da família: A decisão de acompanhar seus filhos na guerra também significou um longo período de separação de seu filho mais novo e do restante de sua família no Brasil. Essa distância e preocupação com seus entes queridos foram desafios emocionais significativos para Anna durante seu tempo na guerra.

Perda e luto: Anna Nery sofreu perdas pessoais durante a guerra, incluindo a morte de seu filho, Isidoro, em combate. Essa experiência dolorosa aprofundou ainda mais sua empatia pelos soldados e suas famílias, fortalecendo sua dedicação ao cuidado e ao apoio emocional aos que sofriam.

A superação desses desafios por Anna Nery não só demonstrou sua resiliência e coragem, mas também serviu de inspiração para futuras gerações de enfermeiras no Brasil. Seu legado e contribuições para a enfermagem continuam a ser celebrados e honrados até hoje

O artigo dessa semana quero dedicar a minha namorada Ana Neri Schmidt, dia 13 de junho, fizemos entre diversas brigas e muita confusão, mas também muitas alegrias, 3 anos juntos.

Quero deixar registrado aqui o quanto a amo, admiro, torço e vibro em cada conquista dela.

Ana Neri, tem uma alegria natural e contagiante onde ela passa está sempre rindo cantando, pode estar brigada comigo, mas continua alegre. Consegue ativar tudo mundo ao seu redor. E ainda é melhor técnica ótica de Petrópolis.

Estar ao lado dela, todos os dias é muito bom! Que venha mais 3, 6, 9 e muitos mais anos juntos, amo você!

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