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Frederico Amaro Haack

COLUNISTA

Frederico Amaro Haack

NOTAS SOBRE A SOCIEDADE RECRATIVA BRASILEIRA HARMONIA


Foi realizado no clube Sociedade Harmonia, no quarteirão Mosela, em 17 de março de 1917, um festival escolar da escola do dr. Alberto Eckhardt, as crianças de ambos os sexos recitaram poesias em alemão e português, apresentaram belos números de canto e algumas danças.

O dia de São João de 1917, foi festejado com um animado baile. A festa do 54º aniversário de fundação consistiu em baile e em um jogo de bolas com prêmios.

Vários sócios jogavam bola do dia 2 de outubro de 1917, quando o telefone da sociedade tocou, com aviso da esposa de Miguel Sixel, prevenindo que uma turma de homens estava atacando estabelecimentos, casas e sociedades de alemães em Petrópolis, devido a guerra.

Os sócios então se movimentaram tratando de por o piano, as bandeiras e os quadros em locais seguros. Não demorou se ouviu os gritos dos amotinados na rua Mosela, imediatamente o sr. Franz Sixel, Cristian e Jorge Esch, hastearam a bandeira brasileira, na frente da porta do clube, porém os amotinados não a respeitaram, uns entraram pela porta, outros pelas janelas, quebrando móveis, quadros, como o retrato do Barão do Rio Branco, de Rodrigues Alves, dom Pedro II, dona Tereza Cristina e por fim levaram as bandeiras nacionais que a sociedade possuía.

Providências foram tomadas, recorreram a Polícia, mas esta disse nada poder fazer, mas logo apareceram uns agentes policiais, um deles de nome Gaspar, carregou a bandeira do Brasil de tamanho maior que o clube possuía, dizendo que por ela respondia.

Mal os sócios se encaminhavam para suas casas, outro assaltado ocorria no Harmonia, tudo o que restava no interior da sociedade foram reduzidos a destroços, nenhum copo ficou inteiro, cigarros e o dinheiro do bar foram roubados, inclusive as bolas do jogo foram levadas.

Em 1918, a data de fundação do Harmonia, foi festejada apenas com um copo de cerveja, nunca esperavam que a data de fundação do 55º aniversário, fosse festejada quase que em silêncio, coisa que nunca acontecera. A Primeira Guerra Mundial, trouxe essa desagradável surpresa, fazendo que o ano de 1918, terminasse sem nenhuma festa família sequer.

No ano 1919, em janeiro a diretoria não se reunião em virtude da epidemia de Gripe Espanhola.

Em agosto do mesmo ano, a festa de 56 anos, foi comemorada com um baile e um jogo de bola com alguns prêmios.

Em 15 de novembro de 1919, a Proclamação da República foi celebrada com baile.

A festa de Ano Novo de 1920, foi bem animada, não haviam rostos tristes no salão as danças e o jogos de bolas foram até a madrugada.

O sócio Antonio Monken, ofereceu novos quadros com as figuras de dom Pedro II e dona Tereza Cristina, cujo os antigos foram depredados em 1918.

Em 7 de setembro, a sociedade comemorou a Independência do Brasil, com o pic-nic, na Cremerie Buisson de Miguel Sixel, atual parque Cremerie.

Em 1921, surgiu a ideia de venda do prédio sociedade, para compra de um novo prédio com jardins, visto que tinha aumentada a frequencia de moradores do Rio de Janeiro à sociedade.

Essa ideia foi muito difundida, porém não teve nenhuma aprovação pela diretoria, mas a Sociedade chegou a incumbir o construtor Pedro Zander, para construir uma nova sede. O sr. Zander apresentou um projeto de construção de um sobrado no valor 70 contos de réis, a diretoria achou o plano muito bom, mas o capital despedido pela Sociedade não poderia passar de 30 contos de réis, a não ser que a mensalidade dos sócios fosse aumentada para 5$000 mil réis, ficando resolvido não construir mas sim reformar o prédio do Harmonia.

Uma assembleia de 10x16 votos deliberou que a diretoria poderia gastar apenas 35 contos de réis, esse dinheiro seria alcançado através de cotas de 100$000 réis, cada um, com juros de 6% ao ano, garantido pelos bens móveis e imóveis da Sociedade, pelo prazo de 15 anos. Foram então, emitidas 350 cotas aos sócios com sorteios mensais.

Dois anos se passaram em 13 de abril de 1923, no Domingo de Páscoa, foi inaugurada a nova sede, o presidente Franz Sixel, rodeado por inúmeros sócios, convidados e autoridades políticas, iniciou a festividade manifestando a sua alegria aliada aos esforços dos sócios na construção da nova sede, que se inaugurava. O professor Alberto Eckhardt, de improviso discursou sobre a história do clube, arrancando no final uma longa salva de palma de todos os presentes. Ao final da solene os vários cantores e músicos se revezavam cantando e tocando várias músicas e polkas, que produziam na alma dos presentes entusiasmo e encanto. Após tão duras lutas, pela Sociedade Recreativa Harmonia Brasileira.

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