COLUNISTA
Gastão Reis (*)
As pesquisas mais recentes sobre o governo Lula e sobre o próprio Lula vêm revelando a grande desilusão do povo brasileiro com a situação em que o País se encontra sob a batuta (torta) do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A desarticulação entre seus ministros se tornou evidente até para os desavisados, se é que existem. O descompasso entre Lula e o povo brasileiro reflete, com clareza cristalina, o fato de um Lula parado no tempo, insistindo em soluções” ultrapassadas, e os avanços da sociedade brasileira cuja cabeça, em boa medida moldada pelas redes sociais, quer resultados palpáveis que ele não consegue entregar.
O estopim do desencanto teve início com a subida dos preços dos alimentos que machuca o povo no seu órgão mais sensível, o bolso, assim definido por Delfim Netto em tempos idos. Exemplifica, ainda, como a média dos preços pode ser enganosa quando contrastada com os preços do item alimentos. Para agravar a situação, sua excelência Lula, do alto de sua sabedoria política capenga, recomendou ao povo comprar substitutos mais baratos. A indignação popular diante de tal sugestão foi motivada pelo fato de as pessoas de menor poder aquisitivo já comprarem o que é mais barato.
Diante da recusa de Lula em fazer o necessário corte de gastos, o resultado só poderia vir mesmo pelo lado dos preços, que vêm explodindo. E não é só pelo lado dos alimentos. Outros itens do orçamento doméstico também subiram. São aqueles cuja quantidade física diminuiu a despeito do preço ficar o mesmo. Menos 10% na quantidade é, na verdade, um aumento de preços de 10%, fenômeno já identificado nas compras da população nos supermercados. Agora, a despeito da menor quantidade em cada produto, os preços também vêm subindo.
A gravidade da desaprovação de Lula é que ela está subindo até em regiões como o Nordeste, tradicional reduto do PT, única das cinco grandes regiões geográficas do país em que ele conseguiu vencer seu adversário na última eleição presidencial. Para piorar tudo, na reforma ministerial, Lula resolve chamar sua fiel escudeira, Gleisi Hoffman, para fazer a articulação política do governo, dando-lhe um
gabinete no Palácio do Planalto.
O roteiro seguido por Lula tem cara de Dilma. Ele vem seguindo passo a passo o mesmo rumo que pavimentou o impeachment da ex-presidente. Gastou além da conta, escanteou o bom senso do ministro Haddad e, além da ter desaprovação de 60% em seis estados, que somam mais da metade da população brasileira, ainda fezdeclarações de cunho machista que bateu no fígado do eleitorado feminino. É o ritmo tresloucado de quem cava a própria cova com doses maciças emoção e pouco cérebro.
As pesquisas também revelam que a população, por ordem de prioridade, quer combate à violência para valer; ter atendimento de qualidade na saúde e redução do desemprego. Nada disso o governicho Lula consegue entregar a tempo e a hora. A insegurança vem aumentando com o crime organizado dominando áreas cada vez maiores nos grandes centros urbanos. Mais que sintomáticos foram os aplausos entusiásticos nos presídios quando da eleição de Lula presidente.
Temos ainda as digitais do STF ao ressuscitar Lula politicamente como denunciou o ministro aposentado do mesmo tribunal Marco Aurélio Mello. Não satisfeito em gravar um vídeo sobre o absurdo, ainda escreveu um livro que lançou em Paris revelando a que ponto chegou o Judiciário no Brasil em sua mais alta corte. Os efeitos de tal estado inaceitável de coisas no país passaram a ocupar as páginas dos grandes jornais europeus e americanos. Ou seja, os custos astronômicos do desgoverno Lula tiveram sua origem no STF. E a conta, como sempre, foi mandada para o bolso do
povo.
O que resta a Lula fazer nesses menos dois anos de governo que lhe restam?
Mesmo que se disponha seriamente a consertar o estrago dos dois primeiros anos, o máximo que conseguiria era voltar à situação do início de seu governo ao receber de seu antecessor um país com as estatais dando lucro e dinheiro em caixa. Mas Lula ir nessa direção é pura ficção. Bom relembrar que, logo após tomar posse, ele pediu ao Congresso, e conseguiu, uma polpuda massa de recursos para gastar a rodo. Foi o primeiro passo em direção à inflação que hoje o atormenta.
O estranho em todo o processo é a memória fraca de Lula dos bons frutos colhidos em seu primeiro mandato (2003-2006) quando nomeou Antonio Palocci
ministro da Fazenda. Entretanto, longe estamos da competência de Palocci, que virou inimigo figadal de Lula ao denunciar a roubalheira de Lula e PT em sua delação premiada. O país inteiro sabe disso menos o STF.
É difícil imaginar como Lula vai sair da areia movediça em que se meteu. Em especial cercado por uma equipe medíocre de ministros cuja probabilidade de continuar a cometer erros é bem maior do que a de produzir acertos. O marqueteiro recém-contratado, Sidônio Palmeira, o aconselhou a adotar a espontaneidade com que ele conseguia falar e convencer o povo. Só esqueceu de lhe dizer que o povo mudou e não aceita mais ser enganado pelos velhos truques de antanho.
A falta de imaginação de Lula chega a tal ponto de recomendar aos ministros bater na tecla da herança maldita que teria recebido de Bolsonaro. Um truque que ele usou e abusou em seus dois primeiros mandatos ao se referir à herança bendita de FHC como maldita, acusação que não passava de grossa mentira, pois havia recebido a casa em ordem. Como já disse o famoso presidente Lincoln, não é possível enganar a todos o tempo todo.
A promessa da picanha com uma boa cervejinha não aconteceu, nem vai acontecer com os preços dos alimentos na lua. Lula se enrola, sempre mais, em suas mentiras, que são repetidas pelo PT. A nomeação de Gleisi Hoffman como ministra para a articulação política com o Congresso apenas confirma sua falta de imaginação.
A nova ministra dificilmente será capaz de dar conta dos problemas dos novos tempos e apontar caminhos viáveis para moldar o futuro.
Estamos contemplando a desconstrução de dois mitos: Lula e PT.
Nota: Digite no Google: “Dois minutos com Gastão Reis: Políticos: Você no controle”.
Ou link: https://www.youtube.com/watch?v=pB8MRrtGRPs&t=4s
Autor: Gastão Reis
Economista e escritor . E-mails:
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