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Gastão Reis

COLUNISTA

Gastão Reis

A CORRUPÇÃO E A POLITICAGEM NÃO PODEM REINAR IMPUNEMENTE




Gastão Reis (*)


O senador Rogério Marinho deu entrevista recente aos jornais Zero Hora e Gazeta do Povo, afirmando que a roubalheira do PT está no DNA do partido faz muito tempo. Relembrou o fato de que para moralizar os descontos consignados em benefício de associações havia sido feito lei que exigia a autorização anual do aposentado. Partidos de esquerda foram contra o dispositivo anual, e acabou sendo trienal. Mas intenções da pior espécie deram cabo da lei. E reabriram as portas para a corrupção bilionária.

As denúncias de corrupção estão se avolumando, e ficando claro que foram feitas de caso pensado. A Polícia Federal desvendou um esquema de desvios dos descontos feitos na folha de pagamento de aposentados. Curioso foi o destaque do jornal O Globo, de 24/04/2025, em que o desfalque de 6,3 bilhões de reais em folha no INSS viria desde 2019 sem ressaltar o fato de que cerca de 5 bilhões foram surrupiados sob o governo Lula. A revogação da legislação que proibia tais descontos em folha sem autorização explícita do aposentado comprova que tudo foi feito de caso pensado.

A corrupção se alastrou no atual governo federal. Estatais que foram entregues por Paulo Guedes, ex-ministro da Economia, no azul ao novo governo passaram rapidamente a dar prejuízo, e ficaram no vermelho, cor do PT. O esbanjamento de Lula e Janja pode ser observado inclusive nas viagens internacionais em que a dupla se faz acompanhar por comitivas de mais de cem pessoas. O espírito da coisa é bem mais de comilança do que de comitiva, aquele grupo de pessoas que acompanha chefes de Estado e de governo em suas viagens internacionais.

Até a Folha de São Paulo, um jornal cuja diretoria se assumiu como de esquerda, reconhece que a farra estava indo longe demais. A principal manchete do jornal em sua edição dominical, de 20/04/2025, foi reveladora: “Governo Lula acomoda assessores sem formação e petistas em estatais”. O subtítulo tenta ser mais suave: “Levantamento mostra casos de aparente influência política”. Obviamente, nada de aparente, e sim, de evidente influência política. E petistas nas estatais revelam as digitais do PT em matéria prejuízo e roubalheira.

O dramático na atual conjuntura brasileira sob a batuta de Lula é que a incompetência anda de mãos dadas com a corrupção. É o rouba e não faz, uma variante do ‘rouba, mas faz’ do Maluf, em que não sobra nada de útil. E não vai aqui nenhuma complacência com a roubalheira malufista, ou com aquela lógica torta usada no Patropi para justificar o injustificável. Na verdade, Maluf teria feito muito mais caso não tivesse roubado.

Mas o senador Rogério Marinho bem poderia ter mencionado outras digitais, até mais graves, como as que envolvem o aparato político-institucional do País. Um triste exemplo foram as digitais do STF que permitiram o terceiro mandato de Lula quando, de fato, ele não poderia ter sido sequer candidato. Um indivíduo condenado por unanimidade em segundo instância, mentiroso contumaz e chefe de um partido envolvido em crimes e grossa roubalheira não funcionaram como um alerta aos ilustres ministros do STF.

O surrealista combate à corrupção no Brasil de hoje deixa claro o quanto nos afastamos dos quatro princípios constitucionais no uso do dinheiro público expressos na Carta de 1988: legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade.  Para qualquer país sério, que respeita sua constituição, seria motivo de tomada de providências contra uma ministra como Carmen Lucia. A justificativa de pé quebrado da ministra foi a excepcionalidade do que não houve, o suposto golpe de Estado sem tanques nas ruas.

Quanto à (i)moralidade e à pessoalidade, o campeão é o ministro Toffoli. Não só livrou a J&S, monocraticamente, com a cumplicidade dos demais ministros, da multa de 10 bilhões de reais, como não se viu impedido de assumir o processo dado o fato de sua mulher ser advogada da empresa. E as proezas de Toffoli, na mesma linha, continuam a pleno vapor. Pode?

Merece um capítulo à parte o caso do ministro Alexandre de Moraes no que se refere aos itens de legalidade e impessoalidade. Que ele passou por cima da constituição vezes seguidas é fato denunciado por juristas de renome nacional como Ives Gandra Martins e Modesto Carvalhosa. Quanto a perseguições pessoais o ministro tem um prontuário invejável, no mau sentido. É fato público e notório que dois juízes auxiliares do ministro pediram demissão. O caso mais clamoroso foi o do assessor Eduardo Tagliaferro, que também se demitiu, afirmando que corria risco de vida se relatasse os atos assustadores do referido ministro.

Moraes teve ainda a desfaçatez de agredir o artigo 244 do Código de Processo Penal que proíbe citação de doentes em estado grave, como no caso do ex-presidente Bolsonaro. Não só, mais uma vez, desprezou a lei como deixou provas da perseguição pessoal que lhe move. Fere também a própria Carta de 1988 quanto à impessoalidade na administração da justiça. Repugnante.

Os desmandos de Alexandre de Moraes já despertaram a atenção no exterior. A prestigiosa revista The Economist se deu ao trabalho de postar no X 13 vezes sua denúncia de que “juízes com muito poder são um problema na (dita, acrescento eu) democracia brasileira”. Obviamente, não se referia apenas a Alexandre de Moraes, envolveu o próprio STF. A conivência da mais alta corte do judiciário brasileiro já se tornou caso extremo pelas repetidas afrontas à lei e à própria constituição brasileira.

A expressão “Perdeu, Mané” configura bem o profundo desprezo do ministro Barroso pela população brasileira. E do próprio STF. O repúdio a essa afronta vem se avolumando nas redes sociais e nas conversas informais na hora do cafezinho em que as pessoas tomam diariamente em todas as cidades brasileiras. E perpassa todas as camadas sociais.
A reação está a caminho. Quem viver verá.


Nota: Digite no Google: “Dois Minutos com Gastão Reis: A enganação de Gramsci”.  Ou pelo link: https://www.youtube.com/watch?v=gaQbFqV07zM


Autor: Gastão Reis
Economista e escritor                                                     .                            E-mails: gastaoreis@smart30.com.br // ou gastaoreis2@gmail.com
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