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José Luiz Alquéres

COLUNISTA

José Luiz Alquéresz

Marcílio Marques Moreira: O Social como Elixir


José Luiz Alquéres, Vice-Presidente do IHGB e Domenica Noronha, economista


O lançamento do livro sobre Marcílio Marques Moreira, no dia 21 de novembro na Livraria Travessa Leblon, nos traz a memória um momento extremamente delicado da vida econômica nacional, quando ele foi convocado pelo Presidente da República para colocar em ordem uma economia fragilizada por sucessivos planos de estabilização miraculosos. A receita de Marcílio, bem-sucedida, foi “o feijão com arroz” bem feito ou seja: corrigir distorções, recompor instituições e governar com os bons.

Marcílio já possuía um invejável currículo, primeiro como estudante na sua infância na Áustria, como primeiro aluno do Instituto Rio Branco, como notável membro da equipe de San Tiago Dantas, de quem passou a ser o mais fiel discípulo, como diretor do Unibanco, e depois como embaixador brasileiro em Washington. Poucas pessoas no Brasil têm carreiras semelhantes, com passagens tanto na área privada quando pública, tão bem conduzidas.

Naquele tumultuado período, que culminou com o impeachment do Presidente Collor, Marcílio elevou o conceito que a economia, ciência humana e comportamental, deve ser entendida na sua clássica concepção de Economia Política, como os velhostratadistas franceses a denominavam. A sua atuação criou os fundamentos e trouxe para o governo importantes artífices do plano Real, como Pedro Malan, Arminio Fraga, Roberto Macedo, Gelson Fonseca, Eduardo Guimarães e outros.

O livro não se limita, porém, a narrar os fatos desse período. Ele traz de suma importância toda a história da formação humanística de Marcílio; os exemplos éticos vindos de sua educação familiar; a exemplar convivência, companheirismo e amor com Maria Luiza e filhas; e a estimulante fraternidade com renomados colegas como José Guilherme Merquior, Sérgio Paulo Rouanet, Octavio Dias Carneiro, sob a liderança intelectual de Francisco San Tiago Dantas, vulto proeminente da inteligência brasileira. Fora do governo, Marcílio mantem-se até hoje extremamente ativo, tendo colaborado com algumas grandes empresas nacionais e internacionais, presidido a Associação Comercial do Rio de Janeiro e desenvolvido um inovador trabalho de pesquisa da história econômica nacional e em especial do estado do Rio de Janeiro.

Os norte-americanos costumam denominar as universidades que estudam de Alma Mater, que no caso de Marcílio além do Instituto Rio Branco, foi Georgetown University, universidade jesuíta mais antiga daquele país. Sua concepção de vida lá se reforçou e ficou registrada no magnifico prefácio que fez a obra: Dom Quixote, um apólogo da alma ocidental, de San Tiago Dantas, onde a universalidade do amor cristão, feito do dom de si mesmo fica registrada como uma marca de Marcílio.

Livros anteriores já haviam mergulhado na vida diplomática e de ministro da Economia de Marcílio, dois aspectos, porém, da sua rica vivência são destacados neste livro.

Edmar Bacha realça o peso da preocupação social que já havia merecido de Marcílio um tratamento inovador quando presidiu a Codesco, que realizou um sensacional trabalho, ainda hoje referência, na favela de Brás de Pina. Celso Lafer confirma que as 40 horas de depoimento de Marcílio que Luiz Cesar Faro, João Pedro Faro e Mônica Sinelli, transformaram neste belo livro, mostram a vigorosa estrutura intelectual deste pensador, jurista, economista, diplomata, sociólogo, e homem público, cujo legado deve ser conhecido e cultivado pelas presentes e futuras gerações.

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