Edição: sábado, 11 de janeiro de 2025

José Luiz Alquéres

COLUNISTA

José Luiz Alquéresz

A PRIORIDADE PARA O RIO DE JANEIRO


José Luiz Alquéres


Ao iniciar-se mais um ano, quando também tem início mais um período de mandato nas prefeituras, convém que todos nós, leitores e sobretudo eleitores, paremos três minutos para refletir sobre o futuro da nossa gente, do nosso Estado.

Nossas gerações foram massacradas com uma certa cantilena que o Brasil é um país pobre, incapaz de proporcionar as mínimas condições de qualidade de vida aos seus habitantes. Que isso se devia a uma combinação de fatores históricos vindos da nossa colonização e de uma perversa atitude de alguns países ricos que nos exploravam e nos mantinham, por interesse próprio, nessa condição de miséria.

A nossa classe política esmerou-se em colorir este discurso sempre encontrando razões adicionais para justificar a perpetuação das nossas deploráveis condições atribuindo a culpa a variados fatores e nunca a ela própria. É interessante observar que, embora o discurso venha se mantendo secularmente, a composição da dita classe política tem variado e nos últimos cem anos e  tem progressivamente acolhido na sua composição não apenas os nefandos Barões e Coroneis, mas também sindicalistas, populistas de todas extrações, intelectuais oportunistas, artistas populares e quaisquer pessoas que explorem a sua própria visibilidade - nem sempre adquirida por motivos louváveis.

Esse artigo não é, porém voltado a procurar um diagnóstico do por quê um país tão rico acolhe e produz tanto sofrimento a uma população claramente boa na sua maioria.

A prioridade que nos remete à mais ancestral preocupação dos seres humanos é proporcionar a seus habitantes moradia segura, saudável e decente. Não é algo que podemos continuar transigindo, protelando ou aguardando que financiamentos governamentais possam resolver. As cidades têm o dever de se repensar não mais em termos de túneis, viadutos, eventos pirotécnicos e outros embustes que distraem a atenção de seus habitantes. Um planejamento urbano, social se impõe.

Por planejamento urbano social se entende a urbanização digna e imediata às custas dos governos e de quem tem capacidade de pagar impostos que permitam eliminar os diversos aglomerados urbanos, sub-humanos, desprovidos de condições mínimas de saúde, educação, segurança pública e lazer comunitário. Orientação focada em investimentos com esta finalidade pode, não só, resolver este problema específico de habitação e urbanismo mas, na sua esteira, promover uma excepcional melhoria na saúde e segurança pública e motivação para o alcance de patamares crescentes de qualidade do nosso sistema educacional.

Ao observador humanístico, o primeiro passo para esta guinada não é a sugestão de ideias ou programas de ação. O que é essencial é menos egoísmo, mais compromisso com o semelhante, intransigência com a corrupção generalizada do meio político que ora se estende para a sociedade.

Temos dez a quinze anos para resolver este problema antes que as novas exigências para que as grandes cidades se tornem sustentáveis venham a agravar e exigir o melhor da capacidade humana para enfrentar os desafios do nosso século.

Edição: sábado, 11 de janeiro de 2025

Veja também:




• Home
• Expediente
• Contato
 (24) 99993-1390
redacao@diariodepetropolis.com.br
Rua Joaquim Moreira, 106
Centro - Petrópolis
Cep: 25600-000

 Telefones:
(24) 98864-0574 - Administração
(24) 98865-1296 - Comercial
(24) 98864-0573 - Financeiro
(24) 99993-1390 - Redação
(24) 2235-7165 - Geral