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José Luiz Alquéres

COLUNISTA

José Luiz Alquéresz

O ANIVERSÁRIO DE PETRÓPOLIS


Os aniversários mais celebrados são, em geral, os aniversários infantis. Vemos que a moda atual frequentemente os levou a possuir um “tema”. Pode ser um time de futebol, festa de bonecas, personagens da Disney, um desenho da TV ou algo semelhante. O aniversário de nossa cidade neste ano 2025, aproveitando o início de mandato do novo prefeito Hingo Hammes, merece também ter um tema. E este tema teria três componentes: (i) agradecimento pelo que já possuímos, (ii) desejo por ações imediatas e (iii) sonho por um futuro melhor para a cidade e para seus habitantes.


Não tivemos ainda tempo útil para vermos e comemorarmos as mudanças produzidas pela administração. Assim, devemos começar agradecendo a Natureza por estar nos poupando das precipitações, inundações e deslizamentos típicos desta época do ano. Não podemos também deixar de agradecer a todos aqueles que, desde a fundação da cidade, nos legaram belos exemplos de vida, como D. Pedro II, belas edificações, obras públicas e particulares e importantes instituições culturais. Coisas que dão a Petrópolis sua feição tão peculiar.


No tocante ao que podemos desejar de imediato, podemos citar políticas públicas que reduzam as desigualdades sociais, que, em nosso município, são aquelas ligadas à educação e à ocupação de encostas e margens dos rios e córregos áreas frequentemente invadidas que tem na negligência do poder público e, às vezes, na curta visão da Defensoria Pública, poderosos aliados.


Por fim, o aniversário deve se focar no que sonhamos, inclusive para termos um Norte, um futuro imaginário daquilo que queremos atingir, o que não se conseguirá sem respeito ao passado, ações firmes e corajosas no presente e aspirações nobres como as existentes por ocasião da fundação da povoação-palácio de Petrópolis.


A primeira destas aspirações é uma política identitárias inclusiva. Apenas para comentar este ponto, uma importante e manifesta ação da parte da casa imperial era o repúdio à escravidão, infelizmente não compartilhada por boa parte das elites agrícolas e urbanas da época. Não obstante, vários exemplos se manifestaram ao longo da nossa história de condenação daquela atitude e de integração dos imigrantes alemães, italianos, franceses e portugueses em nossa cidade, que também motivou a criação do Registro Civil no Brasil.


Outro ponto a destacar é valorização do planejamento urbano concebido à luz das nossas condições topográficas e ambientais. Este planejamento, como já comentado acima, perdeu-se e é imperioso que seja retomado de baixo para cima, com núcleos fortes nos distritos, trabalhando para que habitação, serviços de infraestrutura física, segurança pública, educação e saúde possam ser prestados em bases regionais acessíveis e de qualidade. Isto é matéria exclusiva da competência municipal e população e prefeitura devem se dar as mãos com este propósito.


Por fim, uma cidade não se sustenta com uma monoatividade econômica e a nossa vocação favorece a presença das atividades de softpower, ligadas a educação, P&D, cultura, audiovisual ao lado de industrias não poluentes de alta tecnologia, residências e serviços voltados a populações de maior poder aquisitivo, que precisam estar próximos do centro da metrópole do Rio de Janeiro, mas não necessariamente vivendo o seu agitado dia a dia.


Que o aniversário da cidade ajude a definir a rota para um futuro melhor à sua gente.

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