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José Luiz Alquéres

COLUNISTA

José Luiz Alquéresz

CONTORNOS DE UMA NOVA CIVILIZAÇÃO


Ao longo da história do Ocidente revelaram-se na liderança econômica e militar grandes impérios. Houve períodos em que este papel foi disputado entre dois, as vezes até três, grandes impérios. A partir do século XIX e, especialmente, após o fim da Primeira Guerra Mundial, deixou-se de achar que o mundo era o Ocidente e o estudo da história passou a incluir todas as civilizações do planeta. Configurou-se uma civilização ocidental, uma
eslava, uma islâmica, uma chinesa, e uma hindu. Ao lado de tais grandes civilizações, outras de menor expressão econômica, mas de crescente expressão populacional, como uma civilização africana subsaariana, foram surgindo. Por outro lado, fragmentações nas antigas se tonaram a regra, cada uma perseguindo seus objetivos de poder e desenvolvimento.

O panorama mundial atual se apresenta bastante confuso. Países que há poucas décadas lutaram ferrenhamente uns contra outros na Segunda Guerra Mundial e mesmo em conflitos regionais posteriores, como Vietnam e EUA, se aproximaram econômica e diplomaticamente. Aliados históricos como Canadá e EUA, por outro lado, se empenham em guerras aduaneiras. Sem falar na enorme restrição ao movimento de populações que sempre caracterizou a história do mundo e que serviu para um melhor entendimento e tolerância entre os povos do planeta.

O processo acima descrito, do ponto de vista histórico é natural e mesmo desejável no sentido de gradualmente formar uma consciência planetária que ajudaria a enfrentar o grande problema ambiental que a todos países começa a afligir, teve recentemente uma perversa aceleração no sentido inverso, ou seja, da fragmentação e da não consideração de ações conjuntas de interesse da humanidade. Organismos internacionais como a ONU -
Organizações das Nações Unidas e alguns remanescentes da antiga Liga das Nações, como a OIT - Organização Internacional do Trabalho, ICC - International Chamber of Commerce e WEC - World Energy Council têm perdido progressivamente sua importância, e mesmo alguns sucedâneos com o G7 e o G20 não têm conseguido ocupar um espaço efetivo na tomada de decisões mundiais que assegurem objetivos de desenvolvimento econômico, paz
e sustentabilidade ambiental do planeta.

O tempo da história, porém, é implacável. E por inúmeras razões físicas, políticas, sociais e tecnológicas vêm se acelerando enormemente nos últimos anos. Previsões de eventos antes esperados para ocorrerem em meio século têm ocorrido em apenas quatro ou cinco anos.

O desastre climático, a revolução nos modos de produção, na política oriunda do uso generalizado da Inteligência Artificial e a nova ordem mundial comercial, acelerada pelas erráticas atitudes do presidente dos EUA, contribuem para este efeito acelerador que pode ser extremamente disruptivo para os modos de vida no planeta e para o seu equilíbrio político. Para a maioria dos observadores, caso este processo não volte a ter alguma
disciplina e previsibilidade temporal, suas consequências podem ser altamente nefastas, inclusive para quem o está provocando. É importantíssimo que o mundo repense a sua estrutura supranacional, o funcionamento de suas agências como ONU, Banco Mundial e outras, bem como atente para o poder e a importância do comércio internacional, pois em sua esteira caminham a cultura, a diplomacia e a solidariedade entre os povos.

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