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segunda-feira, 23 de setembro de 2024


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Luka Dias

COLUNISTA

Luka Dias

Empodere-se

Entrevista com a  Delegada Tatiana Queiroz
Responsável pela Ouvidoria da policia civil

Delegada

1- Qual a sua formação acadêmica?

Sou Bacharel em Direito pela PUC, pós-graduada em Direito Penal e Processo Penal pela Universidade Estácio de Sá e em Gestão e Estratégia em Segurança Pública pela UFRJ.
Curso Superior Integrado De Polícia, Acadepol, SEPOL. MBA em Prevenção e Gerenciamento de Riscos, Universidade Estácio de Sá e
especialização em Compliance de Gênero.
Fiz alguns cursos de extensão. Curso de Inteligência da Polícia Civil, I CINPCERJ,  Investigação Simulada em Tráfico de Pessoas, FBI e UNOCD, Curso de Proteção às Vítmas de Crimes, ENAP,
Curso de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio Sexual e Moral, Procuradoria Geral Federal  e AGU.


2- O que é a Operação Shamar e porque esse nome?

A Operação Shamar, cujo nome tem origem hebraica e se refere ao ato de guardar, vigiar ou proteger, tem como objetivo reforçar, durante todo o mês de agosto, as ações integradas e harmônicas das forças de segurança do Estado.
As medidas incluem a promoção da conscientização e o combate a todo tipo de violência doméstica e familiar contra a mulher, incentivando denúncias por meio de atividades educativas, preventivas e repressivas.

Shamar


3-  Delegada, sabemos que foi a  encarregada das DEAMs. Me fale um pouco sobre o que foi estar na frente das DEAMs, os seus desafios e expectativas.

Coordenar as delegacias de atendimento à mulher no Rio de Janeiro enfrenta diversos desafios e, ao mesmo tempo, possui várias expectativas para aprimorar o atendimento e a proteção das mulheres.
A falta de recursos, é um deles, muitas instituições enfrentam limitações orçamentárias, o que afeta a capacidade de chamamento de novos policiais e adquirir equipamentos adequados, levando a sobrecarga de trabalho,  o alto número de casos reportados pode sobrecarregar os profissionais, e a possíveis falhas no processo de integração entre serviços, muitas vezes, há uma falta de integração entre as diversas instituições que atendem mulheres em situação de violência, o que pode dificultar o encaminhamento adequado e o atendimento contínuo.
A cultura de violência, ou seja, a normalização da violência de gênero na sociedade pode dificultar o reconhecimento e a denúncia dos crimes, impactando a atuação das delegacias.
As expectativas que tenho, são o aumento da sensibilização da alta gestão e de todos os agentes, melhorar a colaboração com outras instituições, como serviços de saúde, assistência social e ONGs, proporcionando um suporte mais holístico às vítimas, e por fim, inovações tecnológicas, A utilização de tecnologia para facilitar a comunicação e o registro de ocorrências pode aprimorar o fluxo de trabalho e a eficácia no atendimento.

Delegada1

4- Como é o seu dia a dia na ouvidoria da Policia Civil?

A Ouvidoria é a instância de controle e participação social, vinculada a Controladoria da Polícia Civil, com a nalidade de aprimorar a gestão da SEPOL, melhorar os serviços públicos prestados e facilitar o acesso e a defesa dos direitos do usuário interno e externo, por meio da interlocução com as unidades internas e da análise e tratamento de manifestações classicadas como reclamações, denúncias, elogios, sugestões, solicitações de providências e solicitações de simplificações.


5- A senhora foi agraciada com a medalha Mérito da Polícia Civil Da AIEB, Associação Internacional dos Embaixadores da Paz, o que isso representa na sua vida?

Receber a medalha Mérito da Polícia Civil da AIEB, Associação Internacional dos Embaixadores da Paz, é uma honra significativa e representa um reconhecimento pelo trabalho e comprometimento na promoção da justiça e da paz. Para mim, isso simboliza não apenas um esforço individual, mas também um trabalho coletivo em prol da proteção e dos direitos das pessoas, especialmente das mulheres, em situações de vulnerabilidade, afinal, desde 2002 sou Policial Civil, desde 2008, Delegada de Polícia e a minha primeira titularidade foi em uma DEAM, e uma Unidade nos moldes antigos, com máquina de escrever, livro do tombo, nada era informatizado.

6- Sendo coautora do Projeto Não é Não da Secretaria da Mulher RJ, do Gov do Estado RJ, me fale um pouco sobre a atuação desse projeto na sociedade.

O "Projeto Não é Não", criado pela Secretaria da Mulher do Governo do Estado do Rio de Janeiro, tem como principal objetivo combater a violência de gênero e promover a conscientização sobre questões relacionadas ao consentimento e direitos das mulheres.

Iniciou em 2023, logo no Carnaval e eu já trazia a experiência da Polícia Civil quando fazia campanhas de sensibilização contra a Importunação Sexual em Grandes Eventos, que também buscava oferecer suporte e recursos para mulheres que foram vítimas de violência. Isso pode incluir encaminhamentos para serviços de saúde, assistência social e psicológica, além de orientação legal.
Adequamos a nova estrutura do Protocolo Não Se Cale, de Barcelona, criamos uma Instrução Normativa e todo seu passo a passo, antes mesmo da Legislação Federal, ou seja, o Rio de Janeiro saiu na frente, e hoje, só em 2023, a criação do SELO DA MULHER + SEGURA, mais de 500 agentes de segurança treinados em eventos com o protocolo Ouviu um NÃO? Respeite a decisão,  87 milhões de impactos na campanha publicitária, e ainda, se desdobrou em :
- Campanha #ELAPODE, de empoderamento da mulher. Com matérias em programa da TV Globo, ações no Maracanã, Mundial de Surf;
- Campanha "Não dê carona ao assédio", em parceria com o DETRO, capacitando fiscais de ônibus e vans intermunicipais para combater o assédio e a importunação sexual nos transportes públicos;
- Presença em 20 grandes eventos no estado do Rio de Janeiro com ativação de protocolos, campanhas e/ou divulgação de ações da SEM-RJ;
- Realização de programas e ações envolvendo os  municípios.

Delegada5

7- Como foi pra senhora, receber a Medalha Tiradentes Honraria da Assembleia Legislativa?

Quando fui SECRETÁRIA DE ESTADO DE ASSISTÊNCIA À VITIMA, o então Deputado Alexandre Knoploch, me indicou para receber a comenda, e por decisão unânime aprovaram a lei, foi durante o trabalho da Seavit de assistência às vítimas das enchentes de Petrópolis, coordenou a equipe que atuou no reconhecimento e no cadastro de famílias que tiveram parentes mortos ou desaparecidos, conseguimos aquelas pessoas que mais precisavam.
Ver a quantidade de corpos de crianças em Petrópolis que vimos foi uma cena muito impactante. Chegavamos lá às 6h da manhã, diariamente.  A Seavit apoiou a população e de Petrópolis de maneira imensurável. As famílias que não sabiam o que fazer receberam total apoio.
Fomos aos locais atingidos, a equipe resgatou corpos no local, presenciei alguns deles, e fiz a interlocução entre as familías e a Polícia Civil.

8- No seu tempo de lazer, o que gosta de fazer?

Tenho meus momentos de solitude, através da meditação e dos esportes aquáticos, surf e kitesurf, eu entro em contato com meu mundo interno, coloco os pensamentos em ordem e observo o significado das minhas emoções.
Já fui competidora de Stand Up Paddle, tenho alguns títulos, dentre eles o Bicampeonato Rainha de Búzios Master, vice- campeã da Tríplice Coroa Brasileira de SUP, e e terceiro lugar no 11º SUP Cities na Holanda.
Também competia de canoa havaina OC6 e colecionei algumas provas e títulos, incluindo desafios pessoais. Já dei a volta na Ilha Grande em dois dias, são mais de 120 km, só parando para dormir e a volta na Ilha de Santo Amaro, em SP, 75 km, em 5 horas de remada, fora outros feitos.
Agora, os meus desafios são com o KiteSurf, que anualmente percorro velejando no litoral do Nordeste, do Ceará ao Maranhão, conhecendo pequenas cidades e povoados que nem veículo chega.

Delegada4

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