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quarta-feira, 04 de dezembro de 2024


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Luka Dias

COLUNISTA

Luka Dias

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Viviane Henriques uma história de superação
Facilitadora do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro

Viviane Henriques uma história de superação

1- Como tudo aconteceu em relação a violência que sofreu?
Só me convenci da violência que sofria quando ele me agrediu fisicamente.
Eu estava muito debilitada pois estava superando um câncer e a perda de memória que durou meses.  Fiquei muito fragilizada. Ele usava nossas filhas para me atingir, a ponto de levá-las para o Espírito Santo, e com ajuda de terceiros, avisei que iria denúnciá-lo, foi quando ele as trouxe de volta.

2- Como ficou sua vida depois do que aconteceu?
A separação foi um alívio, mas ele fez de tudo para me prejudicar, me deixando sem recursos e recebendo meu auxílio doença, sem que eu soubesse. Dei queixa para que ele devolvesse meus documentos, os cartões do banco e o registro do INCA.
Durante esse tempo, vendi sacolé para conseguir me manter,  até que em 2015, entrei no TJRJ através do projeto Pais Trabalhando, destinado às vítimas de violência doméstica.
Ele foi preso por descumprir a medida protetiva e graças a Deus nunca mais me perturbou, diretamente.
Voltei a morar com minha mãe, pois assim ficava em paz, pois o lugar que morávamos era herança da mãe dela.

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3- Existe superação nesses casos? Fale sobre sua vivência.
Existe superação sim, mas precisamos dar tempo ao tempo, perdoar sempre, porque é o que nos traz paz, porém não somos obrigadas a conviver com quem faz mal.

4- Como eu, você também se dedicou aos estudos relacionados a esse tema. Nos fale das suas escolhas.
Em 2015 quando dei entrada no TJRJ através do projeto Pais Trabalhando, eu não tinha ideia do que seria, trabalhei no IV Tribunal de Júri da Capital do RJ, mas com o passar do tempo, me apaixonei pelo trabalho do MP.
Tive todo incentivo da galera do TJ e terminei meu Ensino Médio.
Em 2017 quando acabou o projeto, comecei a vender docinhos no TJ e aproveitei para fazer alguns cursos. Em 2019 consegui entrar na Faculdade de Direito.
Infelizmente em 2023 tive que trancar por causa do desemprego, mas segui fazendo cursos e concluí o de Facilitadora em dezembro de 2023.
Com o “Projeto Mãos que Abençoam com Amor”, iniciei cursos na área da estética para vítimas,  chegamos a ter 80 alunas e algumas seguem essa carreira. Desenvolvemos rodas de conversas, e diversas outras ações.

Viviane Henriques uma história de superação

5- Fale sobre seu trabalho no Tribunal da Justiça do Rio de Janeiro.
Sou Facilitadora do TJ, mas ainda é um trabalho voluntário.
Facilito desde intrigas entre funcionários (cartório e gabinetes) a pedido de Juízes e atuo também em escolas.
Facilitar é trazer responsabilidade ao causador do dano, fazer com ele reflita a respeito. Se ele não reconhece o mal  que fez ao outro, não facilitamos, judicializamos.
Quando a mediação é para tratar intrigas e trabalharmos temas para reflexão, fazemos em média 8 encontros.

6- Quais os caminhos que você trilhou depois que tudo aconteceu?
Hoje sou presidente do Projeto Mãos que Abençoam com Amor,  palestrante,  Facilitadora do TJ e associada a Matria.

7- Como você está hoje, psicologicamente?
Psicologicamente estou bem, tenho planos de me casar e ser feliz.


Viviane Henriques uma história de superação

8- Qual seu recado para as mulheres?
Desejo que as mulheres entendam que não necessitamos de homens para criar e sustentar nossos filhos.
Precisamos nos curar, trabalhar, amadurecer, e aí sim, quando estiver tudo equilibrado nos permitirmos amar.
Quando a mulher entende isso, consegue construir um relacionamento saudável, sem depender emocionalmente de ninguém.

Viviane Henriques uma história de superação

Viviane Henriques uma história de superação

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Major Bianca
Responsável pela Patrulha Maria da Penha

Major Bianca

1. Há quanto tempo a senhora trabalha como responsável pela Patrulha Maria da Penha?

Aproximadamente 8 meses.

Major Bianca


2. Qual o impacto que esse trabalho tem na sua vida pessoal?
Meu trabalho na coordenação da Patrulha Maria da Penha é desafiador, mas também profundamente gratificante. Ele me conecta a causas que considero essenciais, como o combate à violência contra a mulher, o que reforça meus valores pessoais de justiça e empatia. Ao mesmo tempo, exige equilíbrio para cuidar de mim e da minha vida pessoal, mas tenho muito orgulho de contribuir para transformar vidas.

3. Como a senhora vê a evolução da punição para a violência contra a mulher?
A evolução tem sido significativa, especialmente com o fortalecimento de leis como a Maria da Penha e o feminicídio como crime autônomo. Porém, ainda há muito a avançar, principalmente no acompanhamento das vítimas e na reeducação de agressores, áreas que estamos trabalhando com a Patrulha Maria da Penha e iniciativas como o Grupo Reflexivo "Repensar". A evolução está em curso, mas precisa ser mais eficaz na prevenção.

4. Qual a sua formação profissional?
Sou policial militar há 22 anos, com especialização em Gênero e Direito pela EMERJ e atualmente curso um Master em Liderança, Política e Gestão Pública pela FAAP. Essas formações complementam minha experiência prática e ajudam a aprimorar minha atuação na segurança pública e nas políticas de proteção à mulher.


5. Antes da Patrulha, qual era o seu trabalho?
Sempre atuei em áreas operacionais e administrativas da Polícia Militar, mas meu foco começou a se direcionar para o enfrentamento à violência contra a mulher à medida que compreendi os desafios únicos e constantes que nós, mulheres, enfrentamos em nossa sociedade. Essa percepção me motivou a buscar maneiras de transformar realidades e promover a proteção e o empoderamento feminino. 6.Como a senhora avalia os resultados desses 5 anos da Patrulha Maria da Penha Os resultados são expressivos. Em 5 anos, prendemos mais de 700 homens e atendemos diretamente mais de 81 mil mulheres em situação de violência. Além disso, nossa presença em todos os batalhões do estado garante cobertura em 92 municípios. No entanto, ainda enfrentamos desafios, como o aumento da demanda por medidas protetivas. A Patrulha tem salvado vidas e transformando realidades, mas há muito a fazer.

Major Bianca

6.Como a senhora avalia os resultados desses 5 anos da Patrulha Maria da Penha?
Sempre quis atuar em algo que promovesse justiça e proteção às pessoas. Entrar na Polícia Militar foi uma forma de contribuir diretamente para a segurança da sociedade. Quando comecei a trabalhar com violência contra a mulher, percebi que essa era uma área onde poderia fazer ainda mais diferença, por isso abracei a causa com dedicação.


7. O que motivou a senhora a escolher essa profissão?
Minha válvula de escape é passar momentos de qualidade com pessoas que amo, desfrutar de boa comida e experiências gastronômicas, algo que me traz muito prazer. Também valorizo momentos de reflexão, onde posso relaxar e recarregar as energias, além de viajar, treinar e estudar, atividades que me ajudam a manter o equilíbrio e a buscar constante evolução pessoal e profissional.

Major Bianca

8. Como é seu dia a dia?
Meu dia a dia é intenso e dinâmico. Envolve reuniões, análise de casos, desenvolvimento de projetos e estratégias, e interações com a rede de proteção à mulher. Apesar da agenda cheia, sempre tento reservar um tempo para cuidar de mim e equilibrar as demandas profissionais com a vida pessoal.

Major Bianca

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