Edição anterior (3705):
domingo, 15 de dezembro de 2024


Capa 3705
Luka Dias

COLUNISTA

Luka Dias

Empodere-se

Carol Diversi


Carol Diversi
Militar na Força Aérea Brasileira FAB e Instrutora de Armamento e Tiro

1) Qual sua formação?
Sou militar da Força Aérea Brasileira, com formação como Controladora de Tráfego Aéreo pela Escola de Especialistas da Aeronáutica (EEAR). Após concluir o curso de Formação de
Sargentos, graduei-me em Ciências Aeronáuticas e, atualmente, sou acadêmica no curso de Direito. Além disso, sou pós-graduada em Segurança Pública e Instrutora de Armamento e
Tiro.

2) O que levou a entrar na FAB?
Ingressar na Força Aérea sempre foi um sonho desde a minha infância. Cresci em Barbacena-MG, cidade que é sede da EPCAR (Escola Preparatória de Cadetes do Ar). Desde pequena, acompanhava os desfiles militares, e, mesmo sendo a primeira militar da FAB em minha família, esse ambiente me inspirou a seguir essa carreira. Ao longo da minha vida, sempre busquei desafios que me permitissem crescer pessoalmente e profissionalmente. A Força Aérea me atraiu pela oportunidade de servir ao país, pela disciplina, pela excelência e pelas possibilidades de desenvolvimento em uma carreira tão desafiadora, honrosa e respeitável. Além disso, a possibilidade de ser uma mulher em um ambiente predominantemente masculino sempre me motivou a quebrar barreiras e mostrar que sou capaz de conquistar meus objetivos.

Carol Diversi

3) O que representa pra você, ser mulher no cargo que ocupa?
Ser uma mulher militar representa superação, resiliência e representatividade. É a oportunidade de mostrar que nós mulheres podemos ocupar os mais diversos cargos, demonstrando que o comprometimento, a coragem e a capacidade de liderança não têm gênero. Além disso, como mulher, sinto que tenho a responsabilidade de inspirar outras mulheres a acreditarem em seu potencial.


4) Como é ser uma mulher instrutora de armamento e tiro?
Acredito que, como mulher, posso oferecer uma abordagem mais empática e atenta à segurança, especialmente no contexto feminino. Meu objetivo não é apenas ensinar as técnicas de tiro, mas também encorajar as mulheres a se envolverem em uma atividade historicamente dominada por homens, mas que é acessível a todas, seja como esporte ou como uma ferramenta de defesa pessoal. Apesar de o mundo do armamento ser
tradicionalmente dominado por homens, tenho observado uma crescente presença de mulheres, e isso é algo muito positivo. Para muitas mulheres, aprender sobre armamento é uma ferramenta de empoderamento pessoal, e testemunhar o crescimento delas, assim como o aumento da confiança, é uma recompensa muito gratificante.


5) Como você atuou ou atua, em parceria com a Segurança Pública?
Já tive oportunidade de realizar algumas instruções e treinamentos com instituições da Segurança Pública, como a PPMG e PMMG. Acredito que a interoperabilidade entre as instituições reforça nosso compromisso perante a sociedade e nos fortalece como profissionais. Apesar das diferentes funções e estruturas, temos um objetivo comum, que é entregar para a sociedade um serviço de excelência. A troca de conhecimento e experiências  contribuem para a construção de um ambiente mais coeso e capacitado, com maior preparo para enfrentarmos os desafios e cumprirmos nossa missão.

Carol Diversi


6) Quais são os seu projetos para o futuro?
Atualmente, tenho um projeto voltado para mulheres, com o objetivo de apresentá-las ao mundo do tiro e, por meio dessa experiência, ajudá-las a compreender a imensa capacidade que possuem para se proteger. Meu intuito é mostrar que, ao aprenderem a dominar novas habilidades de defesa pessoal, elas se tornam mais confiantes, seguras e preparadas, com uma nova perspectiva sobre seu poder pessoal e capacidade de agir diante do medo e da insegurança. Desejo que esse projeto alcance cada vez mais mulheres e possamos criar uma comunidade de apoio entre as participantes, onde elas possam compartilhar experiências e se fortalecerem mutuamente.


7) Quais as causas que te mobilizam?
Vivemos em uma sociedade onde muitas mulheres se sentem vulneráveis diante da violência. É perceptível que há uma necessidade urgente de falarmos sobre mentalidade de combate com o público feminino. Ao empoderar as mulheres com habilidades práticas de defesa pessoal e conhecimentos sobre o uso responsável de armamentos, estamos promovendo uma verdadeira mudança de mentalidade. O que me move é fazer parte dessa  transformação, onde cada mulher que aprende a se defender se torna uma fonte de inspiração para outras.

Carol Diversi

8) Uma mensagem para nossas leitoras

Queridas leitoras do Empodere-se,

Lembrem-se que cada um de nós, homens e mulheres, temos um papel fundamental na sociedade. Nunca subestimem o poder que vocês têm de transformar suas vidas e o mundo ao seu redor. Sigam firmes, confiantes em seus projetos e lembrem-se que nenhum desafio é inalcançável. Ao investir em si mesmas, vocês não apenas se fortalecem, mas também inspiram outras mulheres a fazerem o mesmo.

Sejam fortes e corajosas!

***********************

Renata Mór
Atriz, apresentadora e líder do ranking de kickboxing

Renata Mór

1) Qual a sua formação?
Minha formação acadêmica é jornalismo, mas só fui trabalhar com isso após os 35 anos.
Fui modelo infantil de comerciais e filmes. Cresci nesse meio, como atriz e modelo. Me profissionalizei no teatro, passando pelas melhores escolas de teatro do Rio de Janeiro, como Tablado, CAL, trabalhando com os melhores profissionais. Essa era minha profissão, com registro, desde os 15 anos, trabalhando como modelo em editoriais de moda, e em filmes como atriz. Fiz teatro até terminar a escola, depois disso fiz o vestibular pra jornalismo e passei. Nesse meio tempo fiz a oficina de teatro da Globo pra ganhar experiências na TV e acabei sendo chamada para fazer malhação, que foi uma porta para diversos outros trabalhos na Globo.  Nesse momento tive que trancar a faculdade, pois a rotina com as gravações não me permitia cursar a faculdade. Foi em outro período da minha vida, quando o trabalho era mais escasso, que voltei para faculdade e comecei a trabalhar com jornalismo.  Nesse momento fui para Record trabalhar como apresentadora e fazendo reportagens.


2) Conte como foi sua trajetória da televisão para o kickboxing.
Quando começaram a restringir os programas que eram de esporte e de entretenimento, que era onde eu trabalhava, diversas pessoas foram demitidas e numa dessas levas eu fui demitida também. Por volta de 2010 tudo mudou na minha vida, me separei do pai da minha filha, estava desempregada, desestruturada por conta da família ter sido desfeita, com uma filha de seis anos e bem perdida por ver meus planos irem por água abaixo. Nesse período, mais vulnerável, comecei a abusar do álcool sem conseguir me controlar, pois já existia um hábito familiar desde muito cedo. Foi nessa hora que o kickboxing entrou na minha vida. Estava me sentindo doente, sem trabalho e sem conseguir me relacionar.  O esporte entrou na minha vida e nunca mais saiu.

Renata Mór


3) De onde veio a força para lutar contra essa fase difícil ?
Como foi esse processo?
Na verdade eu não tive um diagnóstico de depressão, mas sentia que tinha algum distúrbio emocional. Eu só comecei a me recuperar,  depois que iniciei no kickboxing. Me fazia muito bem e comecei a me orgulhar de mim e do meu processo, ao ver os benefícios físicos e psicológicos que me trazia. A bebida já não combinava com meu novo estilo de vida. Depois de muitas tentativas eu consegui parar de beber, fumar e comecei a levar uma vida mais saudável.


4) Você se considera uma adicta?
Sim, me considero. Na verdade, não fiz nenhum tratamento, não tomei medicação, mas consegui parar por vontade própria.


5) Como foi  a sua relação com o álcool?
Na família do meu pai eram muitos alcóolicos e rolavam muitas festas e muita animação. Cresci nesse ambiente e aquilo era tido como normal. Bebia de uma forma exagerada e não conseguia parar. Já são 10 anos sem beber e sem fumar. Devo tudo isso ao esporte que coloquei na minha rotina.


6) O que te motiva todo dia?
O que me motiva todo dia é a pessoa que eu me tornei, uma pessoa incrível, que eu me orgulho, uma vencedora, uma campeã! Saí do fundo do poço, me reinventei, quase aos 40 anos, comecei a competir e me vejo hoje, muito bem sucedida, com várias habilidades e motivando tanta gente, transformando vidas. Foi uma transformação física, espiritual e emocional.

Renata Mór

7) Como foi a grande virada de chave na sua vida?
Foi no tatame. Todas essas descobertas sobre mim e as conquistas em todos os sentidos, foram me mostrando que eu sou uma pessoa forte e determinada, capaz de inspirar pessoas. Essa foi a grande virada de chave. Quero ser uma inspiração pra minha filha. Um bom exemplo. Hoje ela treina comigo e é minha grande parceira.


8) Fale dos seus títulos no esporte e o que eles representam pra você.
Em 2017 comecei a lutar para enfrentar meus medos e inseguranças. Já na primeira luta me saí muito bem e já chamei atenção pelo meu nível técnico. Daí pra frente entrei em todos os campeonatos. No Rio de Janeiro ganhei todos. Sou 7 vezes campeã estadual invicta, tricampeã brasileira, campeã Panamericana e várias outras taças de campeã no Rio de Janeiro. Esses títulos significam muito pra mim.  Eles são resultado de uma vida de muita luta e superação. De uma mulher que foi contra tudo e contra todos pra chegar onde cheguei. Sofri preconceitos e dificuldades impostas. São verdadeiros troféus de vida!! Nada foi fácil, mas valeu muito a pena.

Renata Mór


9) Qual a sua meta daqui pra frente?
Pretendo unir ainda mais as duas pontas da minha vida. Hoje tenho uma academia de luta, dou aulas, oriento e treino atletas. Também apresento eventos, trabalho com comunicação, entrevisto, tive programas sobre luta nas rádios, sou comentarista e apresentadora. É isso que pretendo continuar fazendo, juntando toda a minha experiência de vida para dar continuidade a esse trabalho que tanto inspira pessoas. Essa é minha motivação, inspirar principalmente as mulheres, pra que se descubram fortes e capazes.

************************

*************************

Viviane Henriques uma história de superação

************************

Docência

Natal solidário

Gesto

Anúncio Ricardo Gonzalez





Edição anterior (3705):
domingo, 15 de dezembro de 2024


Capa 3705

Veja também:




• Home
• Expediente
• Contato
 (24) 99993-1390
redacao@diariodepetropolis.com.br
Rua Joaquim Moreira, 106
Centro - Petrópolis
Cep: 25600-000

 Telefones:
(24) 98864-0574 - Administração
(24) 98865-1296 - Comercial
(24) 98864-0573 - Financeiro
(24) 99993-1390 - Redação
(24) 2235-7165 - Geral