COLUNISTA
1)Como surgiu a ideia de criar a maior rede de apoio ao empreendedorismo feminino no Brasil?
A Rede Mulher Empreendedora (RME) teve seu início durante o “Programa 10 mil Mulheres da FGV”, quando decidi criar um blog e uma comunidade no Facebook para compartilhar os conteúdos que aprendia no programa e também para abordar os medos, dúvidas e desafios enfrentados por empreendedoras. Rapidamente, percebi que essas inquietações eram compartilhadas por muitas outras mulheres em busca de orientação e apoio. Foi assim que a RME surgiu, preenchendo esse espaço com solidariedade e conhecimento.
2)Conte-nos um pouco sobre sua atuação nas áreas de inclusão e diversidade.
Desde a criação da RME - Rede Mulher Empreendedora há quase 15 anos estudo e atuo com o tema de diversidade inclusão, como consultora, palestrante e especialista que estuda o tema há quase 15 anos , pude acompanhar e atuar para que diversidade e inclusão fossem temas de debate no setor privado e também na sociedade como um todo.
3)Sobre geração de renda, quais são os projetos?
Todos os projetos da RME e do Instituto RME , focam nos seguintes eixos : Educação através de cursos e capacitações, mentorias onde uma empreendedora apoia a outra, incentivamos a conexão entre elas para que se apoiem mutuamente e acrescentamos as doações para empreendedoras , estas doações são fundamentais para que elas desenvolvam seus negócios especialmente as mulheres em situação de vulnerabilidade social. Colocar dinheiro na mesa das mulheres é nossa missão. Quando uma mulher gera o próprio dinheiro ela consegue tomar decisões sobre sua vida e seus negócios, inclusive saindo com mais facilidade de situações de violência.
4)Qual a sua formação acadêmica?
Graduada em Publicidade e Propaganda (Anhembi Morumbi) , Pós-graduada em Marketing (ESPM), Relações Internacionais (USP) e PDE Fundação Dom Cabral
5)Fale sobre sua coluna na Folha de São Paulo.
Uma honra ser colunista da Folha, um dos veículos de comunicação mais relevantes do país , minha coluna sempre pauto temas atuais com foco em diversidade e inclusão, empreendedorismo, empregabilidade e a situação das mulheres nos mais diversos aspectos. Tenho uma boa base de pessoas que me acompanham e fico feliz em ampliar minha voz e levar debates em todos os espaços
6)Fale-nos sobre as consultorias que a senhora dá em grandes empresas.
Atuamos em projetos sociais com foco em autonomia enconomico financeira das mulheres . Sempre somos acionados por grandes empresas para elaborar projetos de impacto social que ajudem as mulheres de forma mais assertiva . Fazemos isso como RME e com apoio de profissionais e especialistas internos.
7)O que significa para a senhora, ser conselheira no Pacto Global da ONU Brasil. Fale um pouco sobre esse trabalho.
Ser vice-presidente do conselho do Pacto global da ONU é uma honra e ao mesmo tempo bastante responsabilidade . O pacto orienta ao setor privado sobre os temas de ESG, sobre os ODS e sobre a responsabilidade corporativa para uma sociedade mais justa e mais inclusiva . Temos reuniões periódicas e buscamos sempre trabalhar pautadas pelas mudanças no nosso planeta e para buscar sempre as melhores soluções para o setor privado e para a sociedade como um todo.
8)O que é o Projeto “Ela Pode”?
O Ela Pode é um programa de capacitações (cursos) gratuitas focado no desenvolvimento das habilidades socioemocionais essenciais para o sucesso da mulher empreendedora e que busca uma colocação no mercado de trabalho, realizado pelo Instituto Rede Mulher Empreendedora, com o apoio do Google.
9)Quais são seus projetos para 2025?
Em 2025 esperamos pautar políticas públicas que impactem diretamente a vida das mulheres, como melhorar o acesso a capital e a mecanismos de acesso à venda de produtos e serviços. Além disso, esperamos seguir atuando na ponta impactando as vidas das mulheres em todo país .
1)Qual a sua formação acadêmica?
Sou advogada pela UFRJ, com MBA em marketing pelo Ibmec e mestrado empropriedade intelectual e inovação pela Academia do INPI.
2)Conte-nos sobre sua atuação na área de PI.
Comecei na área da Propriedade Intelectual (PI) antes mesmo de entrar na faculdade de Direito e decidi pela área, porque eu havia começado a trabalhar em um escritório de marcas e patentes. Hoje meu foco é no Direito Marcário em geral, concorrência desleal, marcas farmacêuticas e o fashion law.
3)Quais são os projetos para que o ensino nessa área seja mais difundido, já que nem sempre é uma disciplina obrigatória nas faculdades de direito?
Não tenho conhecimento de projetos nesse sentido, mas venho observando que o ensino na área vem crescendo e várias faculdades já possuem cursos de pós-graduação em propriedade intelectual. Ainda não são muitas, mas já é um número considerável e a disciplina vem sendo gradativamente oferecida. Minha sugestão é que essa disciplina não seja oferecida apenas nos cursos de Direito, mas nos de design, de comunicação, de propaganda e marketing, pois esse conhecimento é necessário para a criação de marcas e de peças publicitárias. Os criativos precisam saber se proteger contra possíveis cópias de suas obras, bem como evitar infringir direitos de terceiros e isso só pode ser feito se eles tiverem um conhecimento mínimo sobre PI, especialmente sobre Direito Marcário e Concorrência Desleal. Na verdade, várias outras áreas, em especial as áreas técnicas como Engenharia, Arquitetura, Desenho Industrial (Design), entre outras, precisam ter conhecimentos mínimos sobre patentes de invenção, modelos de utilidade, desenho industrial e transferência de tecnologia. A PI é necessária, pois é aplicável em todas essas áreas e, geralmente, os profissionais que nelas atuam não possuem esse conhecimento.
4)Como vê a indústria da moda hoje?
Não trabalho diretamente com a indústria da moda. Trabalho para ela, para a proteção das suas criações. De qualquer modo, sei que, depois da pandemia, a indústria da moda vem se recuperando muito bem e que as vendas on-line contribuíram muito para que o setor se recuperasse. De acordo com o SEBRAE, o faturamento dessa indústria tem crescido e a expectativa para 2025 é de até 1 trilhão de dólares. Também segundo o SEBRAE, os micro, pequenos e médios negócios representam 97,5% da indústria da moda. Trazendo essa informação para nosso tópico, acredito que, justamente por a grande maioria dos negócios de moda ser formada por pequenas empresas, muito provavelmente elas não possuem conhecimento sobre a possibilidade de proteção de suas criações, nem sobre as consequências da infração (cópia) das criações alheias. Portanto, é uma indústria que tem uma necessidade latente de orientação nessa área.
5)O que lhe motivou a criar a Comissão de Direito da Moda?
O fato de estar coordenando cursos de fashion law desde 2014 e ter feito minha dissertação de mestrado sobre a proteção das criações da indústria da moda. Na realidade, já existia uma “comissão de direito da moda” em São Paulo, mas sem qualquer atuação. Com base nessa informação, solicitei a criação de uma Comissão de Direito da Moda na OAB do Rio de Janeiro, por intermédio do amigo e colega Gabriel Leonardos. Foi com a credibilidade dele que tudo aconteceu. A Comissão de Direito da Moda foi criada em fevereiro de 2016 e, desde então, estou à frente dela, ou seja, há nove anos e, graças a Deus, com bastante sucesso, fazendo eventos de muita repercussão, tais como nossos Congressos Internacionais de Direito da Moda (tivemos o 9º agora em novembro de 2024).
6)Conte-nos sobre os cursos que coordena.
Em 2014 comecei a coordenar os cursos de fashion law, primeiro no Ibmec do Rio, onde eu já dava aulas na pós-graduação (LLM) em Direito Corporativo. Em2015, levei o curso para a Escola Superior de Advocacia (ESA) da OAB de São Paulo; em 2017/18 para a ESA do Rio e, em 2019, para o Centro de Estudos e Pesquisas em Direito (CEPED) da UERJ. Fui então convidada a criar um curso de pós-graduação em fashion lá, mas, infelizmente, ele não pôde ir adiante,por conta da pandemia, que coincidiu com o início do curso e de mudanças internas. Mas, a partir da implementação dos cursos on-line, venho coordenando os cursos de fashion law na ABAPI Associação Brasileira dos Agentes da Propriedade Intelectual, na qual faço parte do conselho de ética e, também, coordeno os cursos de perícias judiciais em PI. Em 2024, criei a D.Portilho Academy, que vem oferecendo cursos na área de PI, on-line síncronos, por meio de um método diferenciado de ensino. Provavelmente ainda em dezembro,vamos divulgar o “Programe-se para 2025” com os cursos da D.PortilhoAcademy em 2025.
7)Fale um pouco sobre seu trabalho como parecerista e assistente técnica em ações judiciais.
Atuo como parecerista e assistente técnica há uns 15 anos. É um trabalho muito cansativo e desgastante, mas cujo resultado que me dá muitasatisfação.Realmente, é muito gratificante quando vejo que, por conta do meu parecer, o cliente obteve uma decisão favorável em uma ação judicial. Mas esse trabalho como parecerista acaba sendo prejudicado pelo tempo que dedico à comissão, pois um parecer requer muita pesquisa, o que significa muito tempo de dedicação exclusiva. Portanto, não é um trabalho que eu possa assumir / fazer com tranquilidade estando envolvida/ comprometida com outras atividades, como as da comissão e os cursos da “Academy”, por exemplo.
8)Conte-nos sobre sua dissertação de mestrado, que a fez se destacar nesse campo.
A ideia de escrever sobre o tema surgiu em 2013/14 quando eu já estava coordenandoos cursos de fashion law. Como o fashion law estava ganhando destaque nas mídias sociais, surgiu a ideia de mudar o tema da dissertação para algo relacionado à especialidade a qual eu vinha me dedicando profissionalmente. Por ter sido o primeiro trabalho acadêmico acessível e completo sobre as formas de proteção e as modalidades de infração na indústria da moda, ele foi um marco na área. De fato, a dissertação abrange praticamente tudo que diz respeito à propriedade intelectual na indústria da moda e tem sido muito utilizado pelos estudantes como base para seus próprios trabalhos. Agora em 2025, quando ela completará 10 anos, meuprojeto é atualizá-la e publicá-la, se possível, ainda em 2025.
9)Sobre a indústria farmacêutica, como tudo começou?
No escritório em que eu trabalhava, euera responsável pelo portifólio de grandes empresas da indústria farmacêutica. Naquela época, a Lei dos Genéricos havia acabado de ser implementada e estavam ocorrendo diversas mudanças no mercado de medicamentos. Porém, os genéricos ainda não estavam sendo comercializados, pois os laboratórios oficiais precisavam primeiro se estruturar para fazer os testes necessários que iriam garantir que os “candidatos” a receber o selo de “genérico” eram, de fato, exatamente iguais aos respectivos medicamentos de referência.Nessa época, houve uma série de propagandas comparativas publicadas por laboratórios nacionais, fabricantes de medicamentos “similares”, que se autodenominavam “genéricos”. Em vista da publicação dessas propagandas, o diretor médico da filial de um desses clientes, entrou em contato comigo para saber se aquelas propagandas poderiam ser classificadas como enganosas ou não. Como eu não estava familiarizada com a Lei dos Genéricos, fui estudá-la e concluí que, de fato, eram propagandas enganosas e, por isso, os laboratórios em questão deveriam ser notificados. A partir daí, meu interesse foi crescendo, comecei a fazer cursos na área regulatória para entender mais sobre a ANVISA e acabei me apaixonando pelo tema e virando “a especialista em marcas farmacêuticas”. Essa área não é tão atrativa como a de moda, por isso, acredito que não existam muitos outros especialistas. Em 2007, fui convidada a publicar artigos em uma revista de marketing farmacêutico (antes GRUPEMEF, agora UPpharma) e, até o ano passado, fui titular da coluna Propriedade Industrial da revista. Meu site é repleto de artigos sobre marcas e outros direitos relacionados à indústria farmacêutica.
10)Quais são seus sonhos e projetos para 2025?
Estou querendo fazer meu doutorado, vou continuar investindo nos cursos da D.Portilho Academy, continuarei a fazeros pareceres, mas dando preferência às assistências técnicas que não demandam tanto do meu tempo. Quanto à Comissão de Direito da Moda da OAB/RJ, sinceramente, não sei se serei convidada para assumir a presidência pelo quarto triênio consecutivo e, se for, não sei se poderei aceitar, pois isso irá depender do doutorado e do volume de trabalho que os cursos da Academy irão demandar. Em outras palavras, o futuro a Deus pertence!
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