COLUNISTA
1 Qual a sua formação?
Além dos cursos de formação e capacitação continuada da carreira de Oficial da Polícia Militar, também sou Mestre em Ciências Sociais pela UERJ e possuo cursos de pós-graduação nas áreas de Gênero e Direito, Gestão pública e Liderança e Bigdata.
2 Como começou a sua trajetória na segurança pública?
Tenho que ser sincera, entrei na Polícia Militar como alguém que buscava um concurso e estabilidade profissional, porém encontrei muito mais que uma profissão e sim um propósito de vida.
Fiz concurso para a polícia militar no ano de 1999 e ingressei na Academia de Polícia Militar Dom João VI em fevereiro de 2000. Hoje, sou uma Tenente-Coronel, no penúltimo posto da carreira, com 24 anos de serviço. Lembro com nostalgia daquele momento que mudou minha trajetória de vida para sempre.
3 Me fale um pouco do Programa Maria da Penha - Guardiães da Vida no Rio de Janeiro.
Atualmente não estou mais a frente do Programa Patrulha Maria da Penha-Guardiões da Vida, hoje sou Coordenadora de Comunicação Social da PM. Atuei no programa por quase 5 anos e fui uma das idealizadoras e responsável pela implementação da Patrulha em agosto de 2019.
O Programa PMP-GV é um importante e reconhecido programa de prevenção à violência doméstica desenvolvido pela Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Ao longo de mais de 5 anos atendeu cerca de 70 mil mulheres em todo estado, salvou vidas e ajudou a resgatar a alegria, liberdade e autoestima de muitas delas. Me orgulho de ter feito parte desse programa ao lado dos meus valorosos patrulheiros, homens e mulheres que acreditam no programa e são verdadeiros anjos nas vidas delas e de suas famílias.
4 Qual a sua maior motivação no seu trabalho?
É difícil atribuir a motivação a uma única questão, acredito que ela venha de inúmeras fontes, mas a principal delas é o amor pelo que faço. O trabalho na segurança pública é um dos mais difíceis que existe, exige coragem, determinação, resistência física e emocional, mas sobretudo resiliência.
5 Como você enxergava a Polícia Militar antes de ingressar nela?
Antes de entrar na Polícia Militar tinha pouca ou quase nenhuma ideia sobre o que era ou do que fazia a polícia. Isso me fez entrar na corporação com o coração e mente abertos e pronta para conhecer uma instituição que tem um trabalho difícil, arriscado, mas fundamental para sociedade e que por vezes é muito incompreendido.
6 Quais são os seus maiores desafios dentro da corporação?
O trabalho de segurança pública em si já é desafiador, pela complexidade e riscos associados. A esse fator não se pode deixar de considerar a questão de gênero. Ser mulher na polícia é um fator a mais nesse desafio, mas que eu e outras mulheres estamos superando e conquistando com respeito e mais espaço a cada dia.
7 Qual o seu maior desafio em ser mulher, dentro da corporação?
Penso que avançamos muito nas questões de gênero dentro da instituição. Somente no início dos anos 1980 as mulheres puderam ingressar na PMERJ. Hoje mais de 40 anos depois, ocupamos com gratidão e respeito o espaço que as primeiras mulheres a ingressar na PM, abriram para todas nós.
Por outro lado, e apesar de não ser mãe, acredito que conciliar maternidade e uma profissão de risco, seja um dos grandes desafios das mulheres. Conhecendo muitas mães policiais vejo que elas estão plenamente adaptadas e vencendo esse e outros obstáculos.
8 Como é seu dia a dia no trabalho?
Atualmente, a frente da comunicação social da PM, o dia a dia é intenso, pois entre as diversas atribuições do cargo, comando uma equipe formada por policiais e funcionários civis, além de atuar como porta-voz e relações públicas.
9 O que você espera do futuro?
Espero seguir dando minha contribuição para o cenário da segurança pública no estado e que ao cumprir meu tempo de serviço, tenha deixado algum legado útil aos que permanecerão.
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