COLUNISTA
Esta semana e a próxima já merecem dupla celebração 12 de outubro -- é o dia de N. Sra. Aparecida, padroeira do Brasil desde 1980, quando da visita de João Paulo II e a única imagem de santa com a nossa bandeira nas vestes. Ela é “generala” do Exército brasileiro. E 17 de outubro, que é o dia da última aparição de N. Sra. de Fátima aos humanos, na Cova da Iria, em Portugal.
N. Sra. Aparecida com a bandeira nas vestes
Aliás, com relação à N. Sra. Aparecida, vale uma reflexão importante. A sua cor de canela em muito contribui para que ela seja percebida pelo inconsciente coletivo do nosso povo como uma santa brasileira. Assim como as outras aparições de Maria “nacionalizam” as Nossas Senhoras: a de Fátima é portuguesa; a de Guadalupe, mexicana; a de Lourdes, francesa e igual para as demais aparições.
Já o 17 de outubro de 1917 tem grande significado, porque há provas jornalísticas dessa aparição. Devido ao fato dos “pastorinhos” terem revelado à vizinhança, e comentado na aldeia que a Virgem Maria iria fazer um milagre neste dia, a notícia se espalhou de boca em boca e estavam presentes na Cova da Iria desde o amanhecer cerca de 50 mil pessoas, segundo os relatos da época. E chovia torrencialmente, mas a multidão
aguardava com paciência e fé junto às três crianças (Lúcia, Francisco e Jacinta) nos terrenos enlameados da serra. O resto nós sabemos: Ela surgiu, disse ser a N. Sra, do Rosário e pediu que orassem o terço. Parou de chover e viu-se o sol. Vejam foto rara da ocasião, publicada no dia seguinte por um jornal de Lisboa.
a multidão na Cova da Iria
Remate: serão rezadas centenas de missas e, nessas missas, o padre vai consagrar o pão e o vinho. Mas qual vinho? O vinho canônico. E qual a diferença dele para o vinho “normal”? Vamos lá: o Vinho Canônico, em geral tinto (*), leva um acréscimo de açúcar e de aguardente durante o processo de fermentação das uvas, justamente para diminuir essa fermentação, fazendo com que o vinho deixe de envelhecer, o que o torna também mais licoroso e mais alcoólico (entre 16% e 18% GL). E a “a lógica da Igreja” (pelo menos lá atrás, nas pequenas paróquias) para essa sobrevida era (é) economizar na rotatividade das garrafas, porque um vinho mais doce e
com mais álcool resiste melhor às precárias condições em que é guardado: em velhas cômodas junto com velas, incenso e mirra, batinas, etc. E embora as igrejas com mais recursos já ofereçam ar-condicionado, não me consta que existam adegas climatizadas nas sacristias!
Vinho Canônico
Saúde, santas, santos e fiéis!
(*) já de alguns 20 anos para cá, o Vaticano autorizou celebrar-se a missa com vinho branco, porque as freirinhas não aguentavam mais lavar aquelas toalhinhas imaculadamente brancas com manchas “de sangue”. E o vinho branco tem menos tanino, facilita a vida dos religiosos com problemas digestivos.
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