COLUNISTA
A primeira prova de bom senso que os cariocas devem se oferecer no Natal é realizar que nós não estamos na Lapônia (Círculo Polar Ártico!), nem o Papai Noel num trenó, na neve. Então, a chamada Ceia de Natal tem que ser aculturada para o nosso tempo e espaço. Ou seja, pra começar, os homens e o Papai Noel de bermudas.
Papai Noel de Bermudas
Adiante: mesmo que o ar condicionado esteja a 19º, no ambiente festivo, o organismo “sabe” que lá fora a canícula está (e estará) de derreter catedrais. Então, para dar início aos trabalhos, arrume uma simpática mesa com plantas, flores, frutas e frutos, travessas de beijus de tapioca, pipocas, mix de nuts, aspargos cozidos entrelaçados em presunto, iogurtes e/ou coalhadas com nozes e castanhas, sopas geladas de hortelã com gengibre, tomate e aipo, patês de aves, torradas de pão fermentado lentamente.
uma mesa tropical
No capítulo “bebes”, um espaço para sucos criativos (abacaxi, pitanga, cranberry, etc) e águas minerais transadinhas (Pedras Salgadas portuguesa, ou uma Perrier, ou as nossas Pratas) e, claro, cervejas artesanais, espumantes e vinho branco, ao que pode se somar a alternativa chique de uma bandeja com gim e águas tônicas. Ou, ainda: uma ilha com caipirinhas, desde que algum cristão fique a postos para finalizá-las. De repente VOCÊ, que pecou o ano todo, pode pagar essa penitência...
ilha de caipirinhas
Infromação etílico- cultural: a caipirinha é a filha temporã da batida de limão, esta sim o combustível dos seresteiros de São Paulo nos anos 20/30, para enfrentarem a garoa. Eles então calibravam a temperatura da garganta com cachaça, limão e mel. Depois, algum mixólogo esperto bolou esmagar o limão com a casca em vez de espreme-lo, e derramar um “álcool” (cachaça/rum, vodka) no mosto, para dar musculatura ao drinque. Na sequência, outros bartenders começaram a usar outras frutas tropicais: tangerina, lima da pérsia, abacaxi, acerola, caju, pitanga Eu coloco umas lascas de gengibre e uma pitada de pimenta do reino antes da socagem.
Depois, os pratos de resistência: quiches, sanduíches criativos, saladas criativas (do tipo macarrão parafuso frio com camarões também frios, talhadas de melancia, salpicão de frango e milho, saladas, fiambres, marinados de salmão, carpaccios, ceviches, queijos brancos e curados, tudo escoltado por torradas, pães variados (fermentados lentamente), de tamanhos e formas diversas. A opção japa é válida mas cara.
Agora as sobremesas: goiabada cascão com queijo Minas, canjiquinha de milho verde, cocada, doce de leite, gelatinas coloridas, laranja “à francesa”, uvas verdes e sorvetes. E talvez, talvez, uma mousse de chocolate, mas com 90% cacau. E junto com a sugestão desse cardápio, seguem os votos desta coluna de um Natal, alegre, leve, com saúde abundante, trabalho e/ou renda satisfatórios, ao lado da família, dos amigos, e das suas melhores lembranças.
Ano que vem tem mais!
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