COLUNISTA
E então tudo começa a fazer sentido no calendário gregoriano: janeiro se instala e ganha esse nome em homenagem ao mito romano de Jano, que representa a metáfora da face dupla: passado e futuro, isto é, a liberdade de cada um de se prender ao que passou ou virar a página, se desapegar da etapa percorrida e construir uma nova narrativa para o ano que se inicia.
as duas faces de Jano
Mas nem sempre é fácil queimar as caravelas e seguir em frente, deixando o passado em modo sono profundo. Ou até “destruí-lo”, para abrir espaço a uma inovação que melhor nos sirva. Pensando nisso, e transpondo esse conceito para o mundo empresarial e da inovação produtiva, fui reler pouco antes deste Natal o extraordinário livro Destruição Criativa, obra referencial do pensador e economista austríaco da primeira metade do século XX, Joseph Schumpeter. Foi escrito em 1942 e parece um lançamento do ano passado! E a prova é que não raro precisamos exigir hora-extra da memória para nos lembrarmos de produtos e serviços que utilizamos por um longo período e que fizeram a nossa vida mais confortável ontem, e anteontem... o telefone fixo, o aluguel de vídeos, o fax, a abreugrafia, o jornal impresso...
E para não me alonga infinitamente nesse olhar pelo retrovisor, escolhi a área do vinho como case representativo. Antes, as opções para os consumidores não profissionais, era pela regrinha clássica: com carnes, vinho tinto; com peixes e afins, vinho branco. Rosé para as mulheres e champagnes e espumantes em efemérides. E ponto. Mas o ritmo tecnológico tem urgência. E a cada dia os apreciadores e profissionais vivem uma surpresa. Primeiro, um espumante inglês ganhou de um francês, de um italiano e de um espanhol, em um concurso de “prova-cega” em Paris, em 2009 (Nyetimber`s Classic Cuvée 2003, produzido em Sussex). Na sequência, surgiua rolha de compensado, depois a de rosca, adotadas largamente, mundo afora; depois, a de vidro.
Faz pouco tempo, os catálogos começaram a dar notícias de que países como o Egito, a Holanda, a Eslovênia, o Canadá, a Índia, o México (além, do Vale do São Francisco, no Brasil), são algumas das novas matrizes de produção vinícola. E, para levar à loucura os enófilos, a China já é hoje o 4`país consumidor de vinhos do mundo e o 7`produtor mundial de vinhos de qualidade, sendo que a maior vinícola é a Silver Heights que elabora um pontuado Cabernet Sauvingon (Silver Heights) desde 2009.
chinesa com vinho
Ou seja, e agora não só metaforicamente, o novo exército de empreendedores de todas idades, têm que correr não apenas porque atrás vem gente. Mas porque já tem muita gente na frente!
Vamos com tudo em 2025
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