Edição: sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Reinaldo Paes Barreto

COLUNISTA

Reinaldo Paes Barreto

Tango Uno


Uma noite dessas sonhei com um dos 10 tipos inesquecíveis (para usar o título de uma seção da Revista Seleções do Reader’s Digest) que conheci na vida: o Luíz Fernando Levy, meu patrão e meu amigo, dono da Gazeta Mercantil. Era um figuraça! Divertido, com uma visão holística da vida, mas teve um fim triste, ainda que previsível: morreu pobre, desprestigiado. E foi rico e teve muito dinheiro (que são coisas diferentes). Mas essa é uma outra história. Vamos aos bons tempos.

d Luiz Fernando Levy

Uma tarde de quarta-feira nós estávamos na Sucursal da Gazeta Rio, na Av. Presidente Wilson, 231 e o Luiz Fernando entrou na minha sala que era contígua à sua e disse, todo felizinho: “amanhã embarco para Buenos Aires”. E me mostrou o convite que tinha acabado de receber do consulado argentino aqui no Rio. Um convite para jantar com o midiático presidente daquele país hermano, “Don” Carlito Menem, na Quinta de Olivos, uma espécie de Granja do Torto de lá.  Era para participar de um dos “Encuentros de los Viernes” (sexta-feira), como passaram a ser chamados essas “parrandas” portenhas.
Continuamos tocando a vida.

Na segunda seguinte o Luiz Fernando ligou cedo, de São Paulo, avisando que estaria desembarcando no Santos Dumont às 12h e de lá seguiria para o apto. dele na Lagoa, onde iríamos almoçar uma novidade. Convidou também o primo e meu saudoso amigo Kaleco, se não me engano, o Paulo Protásio e, claro, a Carmem Mello. Fomos para lá. E qual e qual não foi a nossa surpresa ao “darmos” com meia dúzia de pizzas Margheritas e duas garrafas de “viúvas” Clicquot!. Segundo o Luiz Fernando, era a receita do Menem para uma gastronomia descontraída no estilo popular-chique.

f Na vibe do Menem


Ou seja, o esperto “mascate” de La Rioja, queria ter o seu bunker de festas e conchavos e descobriu este formato e ambiente longe dos holofotes indesejados mas perto do boca-à-boca dos “influencers” da época, para reunir convidados, inclusive jornalistas internacionais, como era o caso, inclusive algumas “señoritas”, políticos, artistas, etc, para papos e conspirações intermináveis em torno dessa duas grandes damas: a Raínha Marghrita e a Veuve Clicquot.

f eu com a pizza e a garrafa de champagne repetindo o feito dias depois

Menem morreu com 90 anos.

Verbete 1: segundo a literatura, a origem da palavra pizza tanto pode proceder do alemão “bizoo”, que significa pedaço de pão, quando do grego “pitta” (bolacha). Gosto dessa versão, porque já há três séculos antes de Cristo os gregos costumavam acrescentar ao pão coberturas como queijo e tomate. E como o pão deles era parecido com o pão sírio que conhecemos hoje, redondo e chato como um disco, tem cara de bolacha.

Verbete 2: já segundo o mestre J. A. Dias, esse “casal” pão e tomate é a marca de Nápoles e a pizza era vendida nas ruas. Só ganhou status de iguaria  em 1889 quando o pizzaiolo Raffaele Esposito compôs a Pizza Margherita, em homenagem à rainha homônima que foi uma pioneira da gstronomia ítalo-francesa. Foi assim: os reis italianos Umberto I e Margherita estavam passando uma temporada na cidade e quiseram provar o famoso quitute. Mas como não ficava bem para a nobreza ir à uma pizzaria, pediram, então, para ela ser entregue em casa. E além do delivery o napolitano bajulador preparou a pizza cobrindo-a com mussarela, tomate e manjericão, ingredientes com as cores da bandeira italiana, para homenagear as altezas reais.

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