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Reinaldo Paes Barreto

COLUNISTA

Reinaldo Paes Barreto

Por que não se trabalha no Dia do Trabalho?


Para que os trabalhadores tenham tempo disponível para comparecerem às grandes concentrações populares. Seja para somar à massa sindical a sua presença e eventual reivindicação, seja quando líderes populistas decidem
pressionar o governo através de grandes manifestações, seja quando na mão inversa o governo deseja mostrar que conta com as massas para desidratar os sindicatos.

d grandes massas no Primeiro de Maio


Mas como tudo começo? Em 1º de maio de 1886, a Federação o Sindicato de Trabalhadores de Chicago, nos EUA, haviam conseguido que o Estado de Illinois aprovasse uma resolução declarando que a partir desse dia e ano, a
jornada de trabalho legal seria de oito horas diárias, durante os cinco dias úteis da semana (contra as 14h e até 16h de trabalho praticadas até então). Só que ... os patrões não gostaram da medida (nenhuma surpresa) e não a cumpriram.

Resultado Um: a Federação convocou então a classe operária para uma greve (*) geral, logo aplaudida e “aderida” por duzentos mil trabalhadores na cidade de Chicago. Resultado Dois: a polícia travou violento choque com os grevistas, causando a morte de muitos deles e prendendo outros tantos.

j a repressão policial em Chicago


Resultado Três: a sociedade civil, a imprensa e a opinião pública em geral reagiu violentamente contra essa violência, e de tal forma, que O Dia do Trabalho passou a ser formalmente comemorado nos Estados Unidos. Detalhe sutil: para respeitar a versão oficial que aquele Primeiro de Maio de desordem e insubordinação, a data nos EUA foi transferida para a primeira segunda-feira de setembro (Labor Day).

No Brasil, a data começou a ser festejada desde 1925, mas foi durante a Era Vargas (sobretudo o primeiro ciclo entre 1930-45) que o Primeiro de Maio se tornou o grande dia de medir o popularidade do presidente, que desfilava de
carro aberto pelo Estádio de São Januário, acenando sem cessar com a mão em concha, enquanto era sonoramente aplaudido de verdade pelos milhares de trabalhadores, além da claque dos pelegos sempre “convidada”, obviamente.

f Getúlio Vargas no 1º de Maio (Gregório correndo ao lado do carro)


(*) A palavra “greve” é o sinônimo arcaico de sable = areia, em francês e era o lugar, no centro de Paris, para onde se dirigiam os trabalhadores quando queriam reivindicar os seus direitos ou protestar contra os patrões. Mas
estrategicamente não o faziam no chão das fábricas... E os sindicatos publicavam: tal categoria “fait la grève”.

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