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Reinaldo Paes Barreto

COLUNISTA

Reinaldo Paes Barreto

Mas a briga do Putin não é com o Trump?


Ou é com o Macron, também. Porque agora o líder russo declara que só é champagne o espumante produzido na Rússia!

n Putin brindando com champagne


É bem verdade que já há tempos o ex-KGB vem incentivando a vinicultura na região meridional de seu país, dos sopés do Cáucaso até a Criméia ao que tudo indica aonde “nasceu” a vinha e o vinho, há mais de 6 mil anos.
Mas cadê o respeito ao registro das marcas?

No caso desse célebre “néctar francês”, a palavra CHAMPAGNE está protegida desde 1927 pela rigorosa legislação da França e com tal confiança na associação do produto com a região (IG), que essa indicação geográfica AOC (Appelation d`Origine Contrôlée) -- nem sequer aparece nos rótulos dos respectivos espumantes, tão obvia é a aceitação internacional de que só os vinhos produzidos naqueles 32 mil hectares satisfazem as estritas normas de controle da agência governamental da França.

Mas em um mundo em que certos mandatários parecem apostar na força bruta, a marca e até o país prejudicados têm um último recurso: a retaliação. Por isso eu proponho ao presidente Macron que aproveite a semana da festa nacional francesa para decretar que só é caviar legítimo o esturjão pescado na Provence. E ponto. E ainda dava o troco ao hoje poderoso “czar de plantão”: acrescentaria no decreto que os “outros” (belugas, osetras e servugas) serão citados na França como “ovas de esturjões da Sibéria”.

b esturjões (botargas) da Sibéria


Saudades de tempos mais cordiais. A dupla de primeiríssimo escalão Caviar & Champagne -- é (era?) o elo complementar entre duas gastronomias. O caviar é a cara da Rússia, embora os poderosos do Kremlin sempre foram loucos por Champagne (vodka é para os andares de baixo); e o champagne é a cara da França, embora os poderosos do Élysée sempre foram loucos pelos blinis de caviar!

Epílogo: está certo que o inverno russo ajudou a derrotar Napoleão, mas nada indica que os vinhateiros das margens do Mar Negro, até a costa do Mar Cáspio, tenham bala para vencer o produto francês mais famoso do mundo -- junto com a Torre Eiffel.

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