COLUNISTA
Rio. Havia na Rua da Passagem, 178, em Botafogo, uma excelente tasca portuguesa típica, a Adega do Valentim, que fechou em 2010. Mas o “comendador” Valentim, era um desses alentejanos “de caricatura”. Alto, imenso de gordo, sem papas na língua e... farto. Tudo passava da conta (com trocadilho!). A comida era farta, os embutidos (chouriços, alheiras) pendiam do teto às dezenas, tinha vinhos dos bons parreirais do Douro, Bairrada, das Beiras, e
da cozinha vinham sardinhas na brasa, bacalhau a Lagareiro, sopas, cabritos... Ah, sim, e doces com nomes de santos, todos. Era só escolher. (Nem no Vaticano tem igual). No fim, café produzido “in vitro” -- daquele que a água quente cai e o pó sobe, na nossa frente e... aguardantes, bagaços e tudo o mais que o diabo gosta.
uma tasca típica
Eu me dava bem com ele e ia lá com muita frequência. O cozido das quartas-feiras, por exemplo, e a gente comia olhando para a porta para ver se a ambulância estava de prontidão!
E os queijos, então ( Serra, Serpa), uma loucura. Pois bem, certo dia, estava eu na pequena fila para pagar e presenciei a seguinte cena: ele no caixa, e um senhor na minha frente abriu um daqueles porta-documentos de onde despencaram uns cinco cartões de crédito. E passou a conferir as datas de vencimento com um calendário portátil. No que o Valentim atalhou: “o cavalheiro veio cá fazer uma refeição ou uma operação financeira?”
a lógica
Lisboa. De outra feita (lá por 1987, por aí), entrei com o João Condé no “Farta Brutos” (Travessa da Espera), um pouco antes dos outros três convidados da Embaixada do Brasil.
Perguntei ao simpático garçom que nos recebeu à porta: “tem mesa para cinco”? E ele: “ter, tem. Mas recomendo as cadeiras...”
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