COLUNISTA
Nesta semana, 23/9, o mundo do paladar comemorou esta data pela iguaria em si e o mundo econômico porque é um mercado que faz girar 15 bi por ano, no Brasil, envolve cerca de 11 mil empresas e gera cerca de 100 mil empregos diretos.
Um passo atrás. Os primeiros sorvetes produzidos no Rio, em 1834, foram iniciativa de um italiano radicado aqui, Luigi Bassini, que tinha uma confeitaria na Rua Direita, hoje Rua Primeiro de Março, nº 19. Só que os primeiros cariocas a experimentar a novidade diziam “queima a língua”, porque no início o Luigi misturava apenas o suco de frutas com gelo picado. Até que depois de muito reclamarem, ele experimentou acrescentar clara de ovos e leite de vaca ao mosto, e “untuou” a mistura.
Foi um estrondo!
A tal ponto que as famílias faziam fila para provar a novidade que era oferecida em cinco ou seis horários fixos, porque como não havia uma técnica para a conservação adequada, os sorvetes derretiam rapidamente.
E mais: o sucesso foi tamanho, que até as mulheres “do lar”, como eram chamadas as senhoras casadas e as moças casamenteiras, que eram interditadas de entrar em bares, cafés e confeitarias, resolveram quebrar o preconceito e passaram a entrar na fila, ao lado dos maridos ou irmãos, para provar a novidade. Ou seja, pode-se afirmar que o sorvete estimulou o movimento feminista de frequentar lugares até então reservado só para os homens. E a moda pegou, tanto que nos primeiros anos do século XX, na Confeitaria Colombo, elas passaram a se sentar nas mesinhas de mármore para o chá com torradas ou docinhos e sorvetes.
Para terminar um ditado inglês que faz a gente pensar: “nem tudo é permanência neste mundo. O sorvete e uma boa ideia, ou você aproveita ou eles derretem...”
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