Edição: sexta-feira, 17 de outubro de 2025

Reinaldo Paes Barreto

COLUNISTA

Reinaldo Paes Barreto

Vinho Canônico


Na semana que passou, tivemos a celebração de N. Sra. (Conceição) Aparecida e a última aparição de N. Senhora de Fátima, para os humanos. N.Sra. Aparecida é, -- como todos sabem -- padroeira do Brasil desde 1980, quando da visita de João Paulo II e poucos sabem -- generalíssima do Exército brasileiro, desde 1976, razão pela qual ostenta a bandeira do Brasil desenhada em suas vestes. Haverá muitas missas. E os celebrantes vão benzer e consagrar “vinhos de missa”.

n um padre levantando o cálice


Mas afinal o que é vinho de missa, ou canônico? É qual a diferença para um vinho “normal”?

O vinho de mesa (normal) é produzido basicamente pela fermentação dos bagos das uvas (*), o que acelera a evolução das leveduras existentes na fruta, que se transformam em álcool etílico (às vezes os enólogos acrescentam um pouco de açúcar e adicionam alguns componentes químicos, como o sulfito, um conservante que evita a proliferação de microrganismos indesejáveis), daí as cascas liberam o tanino, filtra-se, etc. Não é tão, tão simples assim, mas para o nosso papo é o que basta.

O chamado ”vinho de missa”, em geral tinto (**), tem o mesmo começo dos vinhos “ateus” (os bagos esmagados das uvas permitem que as leveduras em contato com o oxigênio transformem o açúcar residual em álcool etílico e
iniciam a fermentação desse mosto), mas leva bastante mais açúcar e o acréscimo de aguardante de cana, ou de uva, para cortar a fermentação e o vinho deixa de envelhecer. O que resulta num vinho mais licoroso e mais
longevo. E com uma graduação alcoólica mais elevada: cerca de 16º a 18º por litro.

b vinho Canônico


E por que essa diferença para os vinhos de mesa? Porque os vinhos de missa precisam durar mais e resistir às precárias condições em que (em geral) são guardados na maioria das sacristias: em velhas cômodas, junto com velas,
incenso e mirra, batinas, etc.

n um armário na sacristia


No Brasil, algumas empresas gaúchas abastecem esse mercado: Salton, Aliança e Chesini, são as de maior volume e produzem igualmente os vinhos de garrafão, cuja maior procura é para fins religiosos, mas há consumidores que buscam o vinho para beber com a sobremesa, ou mesmo como aperitivo, provavelmente por conta do preço.

Saúde e amém!

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