COLUNISTA
Se quisermos apenas pecar pelo simplismo, é só afirmar que esta festa religiosa foi uma resposta do Vaticano a uma demanda dos católicos europeus, durante a Idade Média. Ou seja, a necessidade de valorizar a Eucaristia, percebida pela gestão do Papa Urbano IV em 1264. Até porque vale recordar que nesse período, a Igreja tinha grande prestígio junto á população e quis demonstrar que a Consagração do Pão e do Vinho em corpo e sangue de Cristo, era a materialização da metáfora do alimento cotidiano. E, portanto, talvez o momento mais sagrado das missas.
Mas sobretudo nas cidades mais importantes, as catedrais eram monumentais e os fiéis ficavam muito distante do sacerdote e dos movimentos litúrgicos que compõem "a grade" das missas. Era preciso ir para as ruas, se expor mais! Donde as procissões. E, aí, vem a segunda lógica plena: essa exposição dos símbolos da Igreja para multidões, resolve o outro grande problema da Igreja Católica: a adesão do cidadão comum, a interação com a "voz das ruas" manifestando-se a partir da criatividade e dos valores culturais de cada região e de cada povo.
Hoje, no interior do Brasil, por exemplo, os tapetes ao ar livre são festas populares que atraem dezenas de milhares de turistas dos grandes centros vizinhos. E mesmo no Rio, em Copacabana, a Igreja de São Paulo Apóstolo fica toda enfeitada como um arraial de Deus. E o Padre Rafael sai pela rua com a Cruz bem no alto e as pessoas aplaudem. E às vezes até, como nos versus do Gilberto Gil, "... as mulheres cantando tiram versos, os homens escutando tiram o chapéu..."
Que seja um fim de semana abençoado!
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