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Vida Patriótica

COLUNISTA

Vida Patriótica

ANIVERSARIANTES AMIRP: Dia 4 - Bianca Martins Esteves de A. Gomes Bittencourt, Rosane Marques Santos Lorang, Sonia Maria Souza da Silva; dia 6 - Daniele Zanatta Quadrelli, Fernando Stockler; dia 7 - Elaine Kronemberger Caetano; dia 8 - Ana Lucia Pinto, Ana Nery Rosário Oliveira; dia 10 - Henrique Zanatta Quadrelli,  Marly Cabral de Mello Carlos,  Nilza Oliveira  Pinheiro.  A Coluna Vida Militar e a AMIRP parabenizam a todos desejando saúde e felicidades.

Aniversariantes AMIRP

SETE DE ABRIL, ABDICAÇÃO DE D. PEDRO I (fonte: www.multirio.rio.rj.gov.br ) - Nos primeiros dias de abril do ano de 1831, as ruas viviam momentos de grande inquietação: grupos exaltados passaram a defender a necessidade de um governo republicano. A imprensa pregava "o dever sagrado da resistência à tirania". A pressão continuava e, no dia 5 de abril, D. Pedro I constituiu um novo ministério o Ministério dos Marqueses , no dizer do historiador Werneck Sodré: "Todos notáveis pela sua impopularidade". No dia 6, desde o amanhecer, numerosos grupos concentraram-se no Campo da Aclamação (atual Campo de Santana no Centro do Rio de Janeiro) onde circulavam boatos de represálias do imperador à oposição. Exigia-se o retorno do gabinete formado por liberais brasileiros. O monarca teria respondido então: "Tudo farei para o povo, mas nada pelo povo".

Às 23 horas, juntou-se à população ali reunida os corpos de tropa sob o comando do brigadeiro Francisco de Lima e Silva. Na madrugada do dia 7 de abril de 1831, não conseguindo contornar a crise, D. Pedro I apresentou o ato de abdicação do trono. Naquela mesma madrugada, deixou o palácio sem se despedir do filho de 5 anos, seu herdeiro, mas enviando-lhe posteriormente uma correspondência na qual assinalava que "me retiro para a Europa (...) para que o Brasil sossegue, o que Deus permita, e possa para o futuro chegar àquele grau de prosperidade de que é capaz. Adeus, meu amado filho, receba a bênção de seu pai, que se retira saudoso e sem mais esperança de o ver". Entre a data da abdicação e a da partida para Portugal, D. Pedro I enviou algumas outras correspondências, como, por exemplo, a José Bonifácio, nomeado tutor do príncipe D. Pedro de Alcântara, em que dizia: "Eu delego em tão patriótico cidadão a tutoria do meu querido filho, e espero que educando-o naqueles sentimentos de honra e de patriotismo com que devem ser educados todos os soberanos (...), ele venha um dia a fazer a fortuna do Brasil de quem me retiro saudoso". No dia 8 de abril, D. Pedro I enviou uma mensagem à Assembleia em que comunica ter nomeado como tutor de seu filho segundo a Constituição, capítulo V, art. 130 José Bonifácio de Andrada e Silva e pede "à Augusta Assembleia Geral que se digne confirmar esta minha nomeação. Eu assim o espero, confiado nos serviços que de todo o meu coração fiz ao Brasil, e em que a Augusta Assembleia Geral não deixará de querer aliviar-me desta maneira um pouco as saudades, que me atormentam, motivadas pela separação de meus caros filhos e da Pátria que adoro".

(foto 3  D.Pedro I)
DEZ DE ABRIL, DIA DA ARMA DE ENGENHARIA - Neste dia, em 1866, durante a Campanha da Guerra da Tríplice Aliança, travou-se o combate da Ilha da Redenção, um banco de areia no Rio Paraná, vital para travessia do caudaloso curso d’água. O Major Villagran Cabrita comandava o 1º Batalhão de Engenheiros encarregados de preparar  as defesas da ilhota e que faleceu ao término da renhida luta, atingido por uma bala de canhão. Villagran Cabrita é o Patrono da Arma de Engenharia do Exército Brasileiro. Homenageando os Engenheiros Combatentes, Vida Patriótica publica o relato do comandante do 9º Batalhão de Engenharia de Combate, na campanha da Itália, durante a Segunda Guerra Mundial, sobre um soldado seu comandado de apelido “Trigo Roxo”.

(foto 4  Engenharia)  
TRIGO ROXO (Fonte: “9º Batalhão de Engenharia de Combate”, Marechal José Machado Lopes) - Ninguém     o conhecia   pelo verdadeiro   nome.   Negro de pele acetinada, baixo, troncudo   e musculoso.    Tinha uma cara de poucos amigos e raramente    sorria, e quando o fazia   mostrava    uma   alva dentadura     impecavelmente   completa. Sua voz macia e clara contrastava    com o seu físico arrogante. "Moçada, seu Coroné não qué isto aqui não". Era assim   que  se  dirigia   aos  companheiros    quando   estava de  serviço  e  via  uma   irregularidade     qualquer. Era   muito   cotado   com   as louras.  Certa    ocasião vi uma italiana   umedecer   o lenço com saliva e esfrega-lo em seu rosto para ver se saia sujo. Num dos bailes   da frente, em “Castel   di   Cassio” nosso herói   dançava   com uma “bionda” (loura) quando um soldado   americano    bateu-lhe   no ombro, sinal   convencional   para   lhe ceder a dama, com o que ele não concordou.

O americano, cheio das razões   derrubou-o com um tremendo   soco no rosto.  Levantando-se   indignado surrou   o mais que pode o seu adversário. Uma patrulha    de polícia   interveio   e o nosso homem   desarmou o seu   comandante    e pôs a correr  todos os seus componentes. Sabedor   dos acontecimentos fui a “Castel  di  Cassio” onde o encontrei    sorridente   entre   as  “ragazzas”  empunhando   a metralhadora     que havia  tomado   do  Comandante   da  Patrulha.     Para   lá, já se dirigia   um Pelotão da Polícia Americana    para   prendê-lo. Depois   de repreendê-lo   severamente, levei-o ao  1º RI, onde  pedi  ao  Cel. Caiado de  Castro   que  o incluísse na patrulha   da noite,  como  bom  sapador mineiro   e especialista em  "booby-trap",  que  de fato  era.  Ao  afastar-me   disse-lhe,   Trigo   você  cometeu   um crime.  O General  Mascarenhas   está precisando  de um prisioneiro;  traga-nos  um  e  o seu  problema   com  a Polícia Americana   será  resolvido. No dia  seguinte  o Cel. Caiado  me  comunicou   que o meu   homem  não  havia   regressado   junto   com  a  patrulha. Com a consciência   pesada  por lhe  ter  dado  a ordem de  trazer   um   prisioneiro   e  mesmo  uma   ponta   de  remorso,   já  imaginava    o  valente   Trigo  Roxo  morto,   ou na   melhor   das  hipóteses,   feito  prisioneiro. Dois  dias  depois  fui  cientificado   que  ele havia   atingido  a  nossa  frente,   puxando   o cadáver   de  um  alemão e  com  uma   galinha   pendurada    no  pescoço. Apresentou-se sujo, esfarrapado   e com alguns  ferimentos   leves  e,  com  um  vasto   sorriso  nos  lábios  foi dizendo: “Fiz  o  prisioneiro que  o nosso General   queria,   mas o  homem  era  tão  ruim  que  suicidou-se ao  atingirmos “Casa  M  de  Bombiana”.  Para   o Sr.  trouxe   esta  penosa que  estava dando  sopa  nesta  terra   de ninguém”. Terminada    a  guerra   arranjei-lhe     um  emprego   na Capitania  dos  Portos. De vez em  quando   aparecia  na  minha  casa.   Entrava,  sentava-se na  cozinha e,  sob  os  olhares   desconfiados  da  minha mulher   dizia: “Sá Dona,  seu Coroné  não  tem  confiança  em  mim. Ele  nunca  mandô   eu  matá  ninguém.” Era  assim  o Trigo  Roxo -  valente,  leal e  dedicado, uma  alma  infantil   num  corpo com aparência  de homem mau.

(foto 5  FEB)
“O ignorante afirma, o sábio duvida, o sensato reflete.” (Aristóteles)

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