COLUNISTA
ANIVERSARIANTES AMIRP Dia 7 - Celina do Carmo Ribeiro, Louise Lima Henriques; dia 8 - José Mauro Xavier Machado, Leni Vivarini Pinto, Manoela Lima Bragança, Vinícius S. de Mello Cerqueira; dia 9 - Dayse Orico Brand, Silvéria Filgueiras Sucar; dia 10 - Maria Sirlei de Abreu dos Santos; dia 13 - Brenner Teixeira da Costa. A Coluna Vida Militar e a AMIRP parabenizam a todos desejando saúde e felicidades.
ORIGEM DA PALAVRA "INFANTARIA" (Jorge da Rocha Santos, tradução e adaptação do espanhol; fonte: internet). INFANTARIA! Nenhuma palavra da linguagem universal leva traços tão profundos da herança militar espanhola, como esta. Em todo o planeta, os Exércitos engalanam seus soldados combatentes a pé com o título de “INFANTES”. Não obstante em sua ampla difusão, muitos a empregam sem conhecer a origem e o significado do termo.
Para descobrir e compreender o legado que há nessa palavra, é necessário remontar-se aos tempos da Espanha primitiva, a que combateu durante 700 anos a ocupação árabe. Pois, a partir da invasão pelo Xeique Tariq ibn Ziyad, no ano de 711 DC, a maioria da península ibérica ficou ocupada pelos muçulmanos. No Norte, vários pequenos reinos (Leão, Castela, Navarra e Aragão), batalhavam contra os mouros e entre si. Neles, a denominação comum para os que abraçavam o ofício das armas, era simplesmente “Homens de Armas”. Ao formar para batalha os reinos cristãos adotavam um dispositivo básico de três Corpos principais: um central e dois laterais. As tropas a cavalo, com maior mobilidade, eram chamadas de “Equites” e formavam os Flancos dos Corpos laterais. O Rei, senhor do Exército, destinava o comando de cada Corpo para nobres de sua especial confiança. Outrossim, sabendo que a ação se decidiria no Centro de seu dispositivo, confiava este Corpo ao servidor de sua maior confiança, seu filho, o Infante da Casa Real! Assim, a tropa sob o comando do Infante Real, obteve um título que os assemelhava à nobreza, “Infantes”, dando dessa maneira a honra da glória e da vitória a seu primogênito que, muito mais adiante adotaria o título de Príncipe. Ao longo da história, a tendência das nações sempre foi copiar os exércitos vitoriosos, e toda Europa adotou o nome de “INFANTARIA” para as tropas a pé.
NOMENCLATURA NAVAL (Fonte: “ONOMÁSTICA CASTRENSE”, CMG FN Gil Ferreira) - Interessante é a nomenclatura naval típica. Nas Marinhas à vela tradicionais, existiam basicamente três tipos de belonaves: as Corvetas, com uma linha de canhões por bordo; as Fragatas, com duas; e as Naus, ou Naus-de-Guerra, com três ou mais baterias. Por outro lado, o termo “Capitão” designa até hoje, nas Marinhas de Guerra e Mercantes de quase todos os países, aquele que comanda um navio. Assim, surgiram as denominações Capitão-de-Corveta e Capitão-de-Fragata (correspondentes, respectivamente, ao Major e ao Tenente-Coronel do Exército), para os Oficiais designados para o comando daqueles navios. Já o Capitão-de-Mar-e-Guerra (correspondente ao Coronel do Exército) não está associado à Nau-de-Guerra, como se poderia inferir, pela semelhança com o idioma Espanhol (“Capitán-de-Navio” o mesmo que Nau ou Nave); na realidade, a palavra indica mais um título do que propriamente um posto militar naval.
Os Capitães-de-Mar-e-Guerra eram indivíduos geralmente oriundos da nobreza lusitana, que além de receberem o comando de navios de grande porte e várias regalias, tinham também as incumbências de implantar feitorias nas colônias, comerciar com as mesmas, representar ali o Rei e outras, inclusive a de guerrear, se necessário; e como, para tanto, se deslocavam por mar até seus locais de destino, sempre muito distantes da metrópole, recebiam esse título Capitães-de-Mar-e-Guerra. Almirante do Árabe “amir-al-bahr” (Comandante dos Mares); termo retirado pelos ingleses, no século XVI, de suas colônias de origem árabe, quando, em face da grande dimensão alcançada pela Royal Navy (Marinha Real Inglesa), surgiu a necessidade de dividi-la em Forças e criar um cargo para quem comandasse determinados conjuntos das mesmas.
MARINHA DO BRASIL - DEZ DE NOVEMBRO DIA DA ESQUADRA (Vice-Almirante João Afonso Prado Maia de Faria) - No dia 10 de novembro de 1822, pela primeira vez foi içado, em um navio de guerra brasileiro, o pavilhão nacional. A Esquadra brasileira nasceu com a Independência. A necessidade vital da consolidação de uma foi a determinante imperiosa da criação da outra. Assim, o grito do Ipiranga representa a certidão de nascimento não só do Brasil, como entidade autônoma no concerto das nações, mas, também, de sua Marinha de Guerra, garantidora incontestável dessa autonomia. O Poder Naval brasileiro teve origem a bordo da Nau Martim de Freitas, nosso primeiro capitânia, depois batizada de Nau D. Pedro I. Nas lutas de consolidação da nossa independência, as atuações de nossa força naval na Bahia, Maranhão, Pará e Província Cisplatina foram decisivas para a manutenção da integridade do território nacional, permitindo, assim, o surgimento de um país de dimensões continentais. Em seu nascedouro, a Esquadra brasileira contou com a visão de D. Pedro I que, além do importante apoio governamental na sua formação, despertou no povo a consciência de nossa maritimidade e da necessidade de termos uma forte Esquadra, ao que os brasileiros responderam com consideráveis recursos obtidos através de subscrição popular. O Imperador compreendeu que nosso país, com dimensões marítimas extensas, não poderia, principalmente naquela época, mas verdade ainda nos dias de hoje, depender do estabelecimento de comunicações terrestres ao longo de seu imenso território. Entendeu, também, ser sua criação vital para proteger nosso comércio, manter a unidade territorial e fazer respeitar nossa soberania. Igualmente, os nossos navios de guerra se fizeram presentes nas demais campanhas do Império e durante a participação do Brasil nas duas Guerras Mundiais. À chamada do dever, sempre a Esquadra respondeu com espírito de sacrifício e coragem, e os nossos antecessores redigiram páginas de lutas e glórias que moldam, ainda hoje, o caráter e inspiram o trabalho dos brasileiros que servem à Pátria no mar. Espelhando-nos nesse exemplo de determinação e amor ao Brasil, devemos buscar, sem esmorecer, a superação dos desafios de nossa época: prontificar e manter os nossos meios, num cenário, agora em processo de reversão, de restrições orçamentárias. Além disso, procurar o nível de adestramento que nos capacite a operar esses meios da melhor maneira possível, que sejamos eficientes e eficazes.
“Honra é o sentimento avançado do nosso patrimônio moral, um misto de brio e de valor.” (Almirante Joaquim Marques Lisboa, Marquês de Tamandaré)
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