COLUNISTA
ANIVERSARIANTES AMIRP Dia 23 - Elisabeth Hammes Peixoto, Lilia Boubee Fecher; dia 25 - Marta Lage Silveira Pereira; dia 26 - Sonia Maria Ternis Ferreira, Paulo Eduardo Silva dos Santos; dia 27 - Célia Lúcia da Rocha Santos; dia 28 - Matheus da Silva Justen Bach. A Coluna Vida Militar e a AMIRP parabenizam a todos desejando saúde e felicidades. (foto 2 - aniversariantes amirp).
VINTE E CINCO DE AGOSTO, DIA DO SOLDADO! (Jorge da Rocha Santos; fontes: Noticiário do Exército; Reminiscências da Campanha do Paraguai, General Dionísio Cerqueira) - Marechal Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, nascido em 25 agosto de 1803, reverenciado na data de seu nascimento: "Dia do Soldado". Caxias pacificou o Maranhão (Balaiada, 1839/1840), São Paulo (Sedição de Sorocaba, 1842), Minas Gerais (Rebelião de Barbacena, 1842) e o Rio Grande do Sul (Campanha do Farrapos, 1842-1845), províncias assoladas, no século retrasado, por graves insurreições internas, pelo que recebeu o cognome de "O Pacificador". Se no campo da luta, a firmeza de seus lances militares lhe granjeou os triunfos que viriam despertar nos rebeldes a ideia de pacificação, paralelamente, seu descortino administrativo, seus atos de bravura, de magnanimidade e de respeito à vida humana, conquistaram a estima e o reconhecimento dos adversários e dos subordinados. Sabia do seu papel de líder. Em Itororó, para conter um violento contra-ataque paraguaio, Caxias decidiu empregar a unidade em reserva e comandá-la pessoalmente. Narra o General Dionísio Cerqueira participante daquele combate como alferes (2º tenente): ...Passou pela nossa frente o velho general em chefe () que parecia ter recuperado a energia e o fogo dos vinte anos. () Perfilamo-nos como se uma centelha elétrica tivesse passado por todos nós. ().
O batalhão mexia-se agitado e atraído pela nobre figura, que abaixou a espada em ligeira saudação a seus soldados. O comandante deu a voz firme: - Sigam-me os que forem brasileiros! Seu brado passou à História. Daí a pouco, o maior dos nossos generais arrojava-se impávido sobre a ponte, acompanhado dos batalhões galvanizados pela irradiação da sua glória.... Caxias organizou o Exército Brasileiro, fez-se político, governou províncias e o próprio Brasil, pois foi Presidente do Conselho de Ministros por três vezes. O saudoso e venerando jornalista Barbosa Lima Sobrinho o cognomina de "O Patrono da Anistia" e o povo brasileiro, em espontânea consagração, popularizou o vocábulo "caxias", com o qual são apelidados os que cumprem, irrestritamente, os seus deveres. O inesquecível sociólogo Gilberto Freyre, no reconhecimento das excelsas virtudes do Duque de Caxias, assim se expressou: "Caxiismo não é conjunto de virtudes apenas militares, mas de virtudes cívicas, comuns a militares e civis. Os "caxias" devem ser tanto paisanos como militares. O caxiismo deveria ser aprendido tanto nas escolas civis quanto nas militares. É o Brasil inteiro que precisa dele".
CAXIAS ATRAVÉS DE SUAS MANIFESTAÇÕES (Carlos de Souza Scheliga, Jornal Inconfidência. nº 294, agosto de 2021) - Todas as vezes em que Caxias foi chamado a prestar seus serviços à Pátria, ele o fez de maneira altaneira, exemplar e convincente. Sempre que convocado pelo Imperador para restaurar a ordem, para preservar a integridade nacional ou em defesa da nossa soberania, destacou-se como um comandante altamente capaz e destemido, revelando em paralelo os atributos inequívocos que o distinguiram como um líder humano, justo, competente e sereno. Um de seus hábitos mais marcantes, no exercício dessas delicadas e complexas missões, foi o de procurar fazer-se presente nos Teatros de Operações, antes mesmo de iniciadas as contendas,dirigindo sua palavra forte e equilibrada àqueles que estavam sob sua jurisdição, seja para estimular e impulsionar seus comandados ao cumprimento do dever, seja para apaziguar e promover a concórdia onde havia se instalado a incompreensão e as ameaças à coesão interna. E dos registros dessas manifestações, que podemos recolher os melhores ensinamentos e identificar os traços inconfundíveis da grandeza do seu caráter e da genialidade desse grande vulto militar. Impossível, pela restrição de espaço, consigná-las todas. Fiquemos pois, com trechos de três passagens significativas. 1) Na abdicação de D. Pedro I, 1831: Não fui revolucionário. Estimei a abdicação; julguei que era de vantagem para o Brasil mas não concorri, direta ou indiretamente para ela". 2) Na Balaiada, 1839/1840, Maranhão: "Maranhenses! Mais militar que político, eu quero até ignorar os nomes dos partidos que entre vós existem. Deveis conhecer as necessidades e as vantagens da paz, condição de riqueza e prosperidade dos povos e, confiando na Divina Providencia, que tantas vezes nos tem salvado, espero achar em vós tudo o que for mister para o triunfo da nossa santa causa". 3) Na sedição de Sorocaba, em troca de cartas com o Padre Diogo Antônio Feijó ( 1842): "Quando pensaria eu, em algum tempo, que teria de usar da força para chamar à ordem o Sr. Diogo Antônio Feijó? Tais as coisas do mundo! As ordens que recebi de Sua Majestade, o Imperador, são em tudo semelhantes às que me deu o Ministro da Justiça, em nome da Regência, nos dias 3 e 17 de abril de 1831, isto é, que levasse a ferro e fogo todos os grupos armados que encontrasse e, da mesma maneira que então as cumpri, as cumprirei agora. Não é com armas na mão, Excelentíssimo Senhor, que se dirigem súplicas ao monarca e nem com elas empunhadas admitirei a menor das condições que Vossa Excelência propõe na referida carta".
CAXIAS E A SUA TROPA - (Taunay Homens e Coisas do Império, pag. 112) - Caxias, quando em campanha, fazia questão de sofrer as mesmas agruras e correr os mesmos riscos que os seus soldados. Uma tarde, em Lomas Valentinas, estava ele, completamente molhado, sob uma laranjeira, esperando o momento do ataque, quando uma ordenança se aproximou trazendo à mão, com cuidado, uma fumegante xícara de café dizendo: O Sr. Dr. Bonifácio de Abreu mandou para V. Exa. e ordenou-me que não deixasse cair um pingo no chão. O marechal fitou-o pausadamente e respondeu: Eu não quero. E para o soldado, abrandando a voz: Beba-você, camarada.
"Abracemo-nos e unamo-nos para marcharmos não peito a peito, mas ombro a ombro, em defesa da Pátria que é a nossa mãe comum. (Marechal Luiz Alves de Lima, o Duque de Caxias)
Veja também: