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Com mais de 50 mil seguidores, jornalista petropolitana mantém a história de Petrópolis viva nas redes sociais

Em entrevista, a escritora Carolina Freitas comenta sobre sua trajetória, importância histórica da cidade e o uso de tecnologias “do futuro” no resgate do passado de Petrópolis

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Roberto Jones - especial para o Diário

Um projeto que é referência em resgatar e preservar a história da cidade é o Petrópolis Sob Lentes. Com mais de 50 mil seguidores no Instagram, a página tem feito sucesso ao utilizar as novas linguagens e ferramentas tecnológicas, como podcasts, vídeos e inteligência artificial, além de métodos analógicos, como a publicação de livros, para contar fatos e curiosidades sobre a cidade.

O nome por trás de todo esse trabalho é Carolina Freitas, jornalista, escritora dos volumes 1 e 2 do livro “Petrópolis: o comércio de ontem, a saudade de hoje” e a mais jovem eleita da Academia Petropolitana de Letras (APL). Em entrevista ao Diário, a jovem contou sobre sua trajetória e a importância de manter a história de Petrópolis viva.

Desde quando você se interessa pela história de Petrópolis e porque você acha que a história da cidade chama a atenção de tantas pessoas?

C.F: A história de Petrópolis gera fascínio e interesse no público por se entrelaçar com a história nacional e internacional em diversos momentos. Isso faz com que os moradores sintam orgulho em serem petropolitanos e acho que foi essa mesma sensação que me cativou em 2018, quando publiquei minha primeira reportagem de cunho histórico. Tanto que desde então não parei mais.

Para além da história tradicional, você também foca muito em narrativas que passariam despercebidas, mas que são tão interessantes quanto. O que te faz ter esse olhar e qual a importância de contar essas histórias?

C.F: Minha maior paixão é trabalhar com história oral: conversar com testemunhas e personagens de importantes capítulos da memória da nossa cidade. Sinto que essa abordagem surgiu da minha preocupação em atribuir as informações das minhas matérias a fontes confiáveis. Jovem demais para ter vivenciado os fatos que passei a resgatar, de imediato passei a estabelecer conversas e entrevistas com moradores que têm mais bagagem. Dessa forma eu não apenas construí credibilidade junto aos leitores, como me vi em contato com a ferramenta de apuração que mais me satisfaz. Contar essas histórias, às vezes adormecidas, é fundamental porque nos permite conhecer o passado da cidade a partir de diferentes lentes ao mesmo tempo em que possibilita dar voz à comunidade.

O seu interesse por histórias tem a ver com você ter feito jornalismo? Como surgiu a ideia de criar o projeto e quando ele se tornou seu trabalho principal?

C.F: Eu sinto que esse interesse por histórias sempre existiu, mas foi impulsionado depois que ingressei no Jornalismo. Eu sempre digo que a profissão me permite viver outras vidas. É gratificante não apenas ouvir um entrevistado, mas se permitir observar a cidade com os mesmos olhos dele e aprender com isso. O Petrópolis Sob Lentes, por exemplo, foi criado a partir da minha intenção de estimular nos moradores a vontade de entender Petrópolis a partir de lentes variadas. Ele surgiu em 2018 e foi somente no ano passado, em 2024, que tomei a decisão de me dedicar em tempo integral ao projeto, seus desdobramentos e plataformas, como é o caso do podcast.

Para você, qual a importância de utilizar ferramentas tradicionais (livros) e as mais atuais (podcast e vídeos no Instagram)? Você enxerga eles como meios complementares para uma mesma mensagem ou cada um tem seu público?

C.F: Ao mesmo tempo em que se complementam, eu vejo que as ferramentas têm públicos bastante distintos. As formas de abordagem dos temas são diferentes. Enquanto o livro proporciona uma imersão mais profunda do assunto, as plataformas digitais trazem à pauta em uma outra roupagem - mais dinâmica, visual, breve e, portanto, atraente aos olhos de gerações mais jovens. Na pandemia eu percebi a necessidade de trabalhar com os dois formatos. Tanto aquele que convida para uma introspecção maior, quanto o que possibilita que o meu trabalho e os temas a que eu me dedico possam “furar a bolha” e se fazerem conhecidos por internautas que não necessariamente moram aqui, mas que amam a cidade e suas histórias.

E pra finalizar, qual a importância de manter a história de Petrópolis viva?

C.F: É fundamental! É muito bonito ver como diferentes gerações são capazes de se unir a partir de uma mesma temática. Hoje o Petrópolis Sob Lentes conta com uma audiência variada que vai desde os seguidores mirins - em sua maioria alunos meus da oficina Memórias de Petrópolis, que administro junto da Associação SOS Serra - a internautas com mais de 80 anos que fazem questão de acompanhar os conteúdos pela emoção e alegria que eles são capazes de proporcionar. No caso da oficina, trata-se de um projeto que vem sendo realizado há mais de dois anos na Escola Germano Valente e que é voltado para alunos, sobretudo, de sexto a oitavo ano. A oficina tem duas horas de duração e acontece uma vez na semana. Nela faço abordagens variadas da história da cidade, seus bairros, monumentos, palacetes, projetos e indústrias para que, desde cedo, os jovens tenham orgulho de viver aqui. Ao final de cada semestre temos tido a oportunidade de acompanhá-los em passeios que apresentam novas perspectivas sobre a cultura local.

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