Do uso precoce de celulares pelas crianças à competição com plataformas de vendas online
Darques Júnior Especial para Diário
No próximo domingo (12/09), é o Dia das Crianças, data muito aguardada pelas crianças e pelos comerciantes de Petrópolis. Apesar de morna, a procura para os presentes dos pequenos tem tido um crescimento nos últimos dias. Contudo, o uso de celulares pelas crianças e a concorrência com as plataformas de vendas online são fatores que preocupam os comerciantes.
Segundo a gerente da loja “Pequenos Travessos”, Rosana Ferreira, no início de outubro, a procura e sondagem de preços e produtos começa: “os três dias que antecedem a data são quando as vendas realmente acontecem”. A comerciante da loja, localizada na Rua do Imperador, identifica que, uma das maiores dificuldades têm sido os impostos altos e a própria internet, competindo com os preços e ofertas mais em conta: “O momento está complicado, principalmente em Petrópolis, só que eu, particularmente, dou preferência para o comércio local, porque o dinheiro circula na cidade, auxilia na geração de empregos. Essa conscientização é muito importante para a cidade”, analisa. Rosana apontou que o uso de celulares pelos pequenos também tem sido um fator negativo para seus negócios: “A gente gosta de oferecer bastantes jogos de tabuleiro. É um brinquedo que une a família, tira as crianças da tela, que hoje acaba sendo uma vilã, até para o aprendizado da criança”.
Quem também tem sentido um aumento no fluxo de clientes é a loja New Line Kids, na Rua Dezesseis de Março, é o que afirma Maiane Souza. A vendedora também afirmou que certos brinquedos seguem muito presentes na vida dos pequenos: “Nós vendemos bastantes bonecas, carrinhos de controle remoto, e principalmente, jogos de tabuleiro. No fim das contas, apesar dos celulares, as crianças ainda brincam né?”.
Já na loja Kids+, localizada no Shopping Pátio Petrópolis, o movimento ainda está devagar, segundo a empresária Daniela Leal: “Antigamente era presente para todas as crianças, agora sinto que os presentes foram reduzidos a filhos, netos, afilhados, etc.”. Mas apesar de sentir o movimento mais lento, a expectativa é de nesta quarta-feira (08/10) aumente o número de clientes: “Sinto que os pais tem se conscientizado em dar brinquedos e estimular brincadeiras com as crianças, apesar dos brinquedos ainda perderem espaço para os celulares”.
Apesar das dificuldades, O varejo brasileiro deve movimentar cerca de R$ 16,73 bilhões neste Dia das Crianças, com 70% dos consumidores planejando ir às compras. Apesar da alta adesão, a pesquisa de Intenção de Compras 2025, realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offerwise Pesquisas, revela uma retração no poder de compra: o gasto médio previsto é de R$ 297, valor R$ 46 menor que em 2023, impactando o montante total movimentado no setor.
O Uso dos celulares no dia a dia das crianças
A Social Media, Maria Eduarda Faria, buscando presentes para sua filha de três anos, comenta como, apesar de ter muitas opções no mercado, as crianças têm ficado mais alheias aos brinquedos: “Hoje as crianças brincam um pouquinho e logo largam para voltar a atenção ao celular. Eu, particularmente, tenho me policiado e colocado um limite específico de uso de celular pra minha filha, por exemplo”.
Marceli Sampaio, auxiliar administrativa, mãe de um menino, fala como, apesar do seu filho ainda gostar de brinquedos, ele tem se distanciado bastante por conta do celular: “Não faz bem para eles, apesar disso, meu filho tem um limite estipulado e monitorado”.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), em 2024, registrou que 88,9% das crianças de 10 anos tinha um celular. Dados da Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), no mesmo ano, 23% dos usuários de internet de 9 a 17 anos reportaram que tem acesso a internet ter acesso à internet pela primeira vez até os 6 anos de idade. A Organização Mundial da Saúde alerta sobre como é importante limitar o uso excessivo de telas para os pequenos e evitar o uso de Smartphones por crianças menores de 12 anos, além de priorizar práticas educativas que desenvolvam a autonomia progressiva e a cidadania digital dos estudantes.
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