Especialista em felicidade compartilha que o segredo é dividir os objetivos em etapas menores
Bruna Nazareth - especial para o Diário
O ano de 2025 chegou, trazendo consigo a oportunidade de mudanças e novos começos. É o momento perfeito para definir sonhos e traçar conquistas pessoais e profissionais. No entanto, antes de listar suas metas, é fundamental refletir sobre o ano anterior. Avaliar 2024 ajuda a identificar o que deu certo, entender os ajustes necessários, a reconhecer conquistas e desafios. Assim, é possível garantir que seus objetivos para este ano sejam mais realistas e alcançáveis.
“Essa prática nos ajuda a identificar padrões de comportamento que queremos repetir ou evitar. E reforça também uma mentalidade positiva ao valorizarmos nossos aprendizados e reconhecermos nossa evolução, mesmo que a gente não tenha alcançado todos os objetivos. Porque, afinal, como popularmente se diz, o que conta não é apenas o destino, mas também a jornada”, afirma a especialista em felicidade pela Universidade de Berkeley, na Califórnia, Chrystina Barros.
Metas X Frustração
Definir metas pode parecer simples, mas para algumas pessoas o processo pode gerar frustração, especialmente devido a experiências passadas em que os objetivos não foram alcançados. Isso pode dificultar a organização dos planos para o novo ano. Entretanto, não atingir uma meta também traz uma oportunidade valiosa para aprender e crescer.
“Devemos olhar para esses momentos como lições, não como falhas, e nos perguntar: “O que eu posso fazer diferente?” Esse é um excelente ponto de partida. Essa atitude nos tira da sensação de estagnação e nos impulsiona a transformar obstáculos em soluções para desafios que ainda virão. Além disso, celebrar pequenos avanços ao longo do caminho ajuda a construir uma base sólida para a nossa motivação”
Como tornar metas grandes mais alcançáveis?
Algumas pessoas cometem o erro de estabelecer metas grandiosas, que, sem uma organização devida, podem se tornar inalcançáveis. Segundo a especialista, o segredo para transformar os objetivos em realizações concretas é dividi-los em etapas menores, tornando o processo mais organizado e viável.
“Planeje com data, hora e o que será feito. Por exemplo, ao invés de dizer “Quero aprender um novo idioma”, transforme isso em uma meta mensal: “Quero aprender inglês e concluir um curso básico ou assistir a 10 vídeos por mês, conseguindo entender e reproduzir.” Esses prazos intermediários permitem acompanhar o progresso e identificar recompensas, mantendo o entusiasmo e tornando a jornada mais realista, tanto para a execução quanto para a avaliação depois”, explica Barros.
A importância de equilibrar metas e o presente
Outro aspecto importante a ser considerado é que, ao se dedicar em alcançar metas, é fundamental viver o presente. Muitas pessoas acabam focando exclusivamente em suas metas e esquecem de prestar atenção no que está ao redor. Viver o presente é tão essencial quanto planejar o futuro, sendo assim, é necessário encontrar um equilíbrio.
“Hoje, vivemos uma ansiedade de ser ou estar nos lugares que vemos nas redes sociais, nas propagandas, e criamos desejos de consumo como se isso fosse sinônimo de felicidade. Esteja no tempo presente. Pense no futuro, mas vivendo o hoje. Agradecer, ser gentil e lembrar que, para chegar ao amanhã, é fundamental construir o agora de forma consciente. Tudo isso é equilíbrio. E, para quem precisa, buscar ajuda terapêutica é fundamental. Não tenha vergonha, não tenha medo de reconhecer que é muito melhor quando não estamos sozinhos quando temos apoio e nos conectamos com outras pessoas que também enfrentam ansiedades e expectativas nessa jornada”
Como manter a motivação diante dos desafios?
Ao estabelecer metas, surgem desafios, pois a imprevisibilidade é uma das poucas certezas da vida. Sendo assim, manter a motivação e cultivar a resiliência se torna difícil. Como compartilha Chrystina Barros, para lidar com essas situações é essencial se conhecer e buscar um equilíbrio, não ir em direção nem tanto a tristeza, nem tanto a alegria.
“Esse equilíbrio nos fortalece. Também é fundamental entender a resiliência como uma capacidade de adaptação, e não como ter que aguentar tudo a qualquer custo. Isso é tóxico, mata, quebra, é nocivo. Resiliência é aprender, voltar, de um jeito adaptado, para fazer diferente ou até deixar aquele desafio para trás. Porque ninguém é obrigado a aceitar tudo. Quando nos conhecemos de verdade, conseguimos manter o foco, experimentar a jornada e mudar o que for necessário ao longo do caminho”, conclui.
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